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Obesidade é fator de risco para coronavírus: como diferenciar do sobrepeso e mais

Publicado 1 Abr 2020 – 03:00 PM EDT | Atualizado 1 Abr 2020 – 03:00 PM EDT
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A Secretaria de Estado da Saúde Pública do sio Grande do Norte (SesapRN) e a Secretaria Municipal de Saúde de Natal confirmaram, na noite da última terça-feira (31), que um rapaz de 23 anos morreu devido ao novo coronavírus (SARS-CoV-2) no estado.

Trata-se da vítima mais jovem de COVID-19 no Brasil até agora e, segundo informações dos órgãos, ele apresentava obesidade - um fator de risco para a doença.

Jovem de 23 anos vítima de coronavírus era obeso

Conforme informações da SesapRN, o jovem de 23 anos deu entrada em um hospital privado no dia 24 de março. Na unidade de saúde, ele foi examinado e orientado a voltar para casa e dar continuidade aos cuidados com a saúde com medicações prescritas.

O jovem manteve-se isolado por dois dias e, sem apresentar melhora do quadro, procurou uma unidade de serviço público de saúde no dia 27 de março e lá fez o teste para COVID-19. Na noite de 31, mesmo dia em que saiu o resultado positivo para a doença do novo coronavírus, o jovem morreu.

Não foram informados os sintomas apresentados por ele, apenas que ele apresentava quadro de obesidade.

Obesidade é fator de risco para COVID-19

De acordo com a Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia, a obesidade é um dos fatores de risco para COVID-19, ou seja, pacientes que apresentam o quadro têm mais chance de desenvolver a forma grave da doença e de morrer por ela. Outros grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus são idosos acima de 60 anos, hipertensos, cardiopatas, imunodeprimidos, diabéticos, asmáticos, tabagistas e pessoas com comprometimentos renal ou hepático.

O gastrocirurgião e especialista em tratamento para a obesidade Eduardo Grecco explica que o problema não é que obesos tenham mais risco de contrair o SARS-CoV-2, mas sim o estado inflamatório de seus organismos.

“Todo corpo obeso tem um quadro inflamatório contínuo, o pulmão e o coração estão mais inflamados. O organismo está em alerta. A obesidade em si é uma doença porque faz com que o organismo da pessoa nunca esteja 100%”, diz o médico sobre a desvantagem destes pacientes no combate a infecções.

“Além disso, o obeso pode ter doença cardíaca, hipertensão, que é um fator preocupante para a COVID-19, ou mesmo diabetes, alterações pulmonares, como apneia do sono, fadiga, etc. Assim, o organismo do obeso tem menos condicionamento para lidar com a COVID-19”, destaca o médico, afirmando que a evolução do quadro de leve para moderado ou moderado para grave tende a ser mais rápida nesta população.

Obesidade e sobrepeso: como diferenciar?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia, a obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para seu diagnóstico, o parâmetro mais comumente utilizado é o do índice de massa corporal (IMC), obtido a partir da divisão do peso do indivíduo pela altura elevada ao quadrado. Resultados acima de 30 já são considerados de obesidade.

No entanto, esta forma de medição já não é mais recomendada pela maioria dos médicos, uma vez que não diferencia o peso de massa gorda do peso de massa magra ou óssea, gerando um resultado pouco preciso. A forma mais indicada de identificar a obesidade hoje é a avaliação da composição corporal por meio do exame de bioimpedância ou adipômetro, que pode ser realizada por médicos e nutricionistas.

Orientações para o grupo de risco

Atualmente, não há um tratamento direcionado para a COVID-19. Todos os cuidados com pacientes que são acometidos pela doença envolve o uso de medicamentos que visam aliviar sintomas e suplementar a oferta de oxigênio para aqueles que necessitam. A orientação também é a mesma para este e qualquer grupo de risco: busque ficar em casa o máximo possível e evite contato com pessoas com suspeita ou confirmação do vírus.

O médico lembra que os cuidados com a saúde devem ser mantidos, e orienta priorizar uma alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos dentro dos limites do corpo e o seguimento do tratamento para obesidade e possíveis doenças associadas, caso já o façam.

Quanto aos sintomas de COVID-19, Grecco afirma que não há distinção para este grupo. “Os obesos se comportam como qualquer outra pessoa com o coronavírus e vão ter os mesmos sintomas. O que precisam ter em mente é que, se começarem a sentir sintomas moderados, devem procurar atendimento médico porque eles têm o fator de risco associado e podem evoluir para o quadro mais grave”, diz o médico.

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