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Quem deve ou não usar luva para prevenir o coronavírus (e qual a forma correta)?

Publicado 31 Mar 2020 – 10:58 AM EDT | Atualizado 31 Mar 2020 – 01:46 PM EDT
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Assim como muitos têm questionado quem deve ou não usar máscaras para prevenir o novo coronavírus, dúvidas sobre o uso de luvas como proteção contra COVID-19 também são frequentes – e, conforme a falta destes itens passou a atingir o mundo inteiro, deixando médicos e enfermeiros desprotegidos, órgãos da saúde enfatizam: quem não está cuidando de doentes não deve usar luvas.

Luvas não são indicadas contra o coronavírus para a população

Luvas não são efetivas no dia a dia

Usadas por profissionais da saúde durante procedimentos médicos como coleta de amostras, avaliação clínica de pacientes e cirurgias, as luvas descartáveis são geralmente associadas a higiene extrema e, por isso, tem sido relativamente comum encontrar pessoas utilizando-as no ônibus, supermercados e até para dirigir, buscando evitar o contágio pelo novo coronavírus.

Mesmo em meio à pandemia, porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso de luvas por pessoas que não estão cuidando de pacientes com COVID-19 – e há diversas razões para isso.

A primeira delas é que as luvas são contaminadas tanto quanto as mãos ao entrar em contato com superfícies infectadas com o vírus. Assim, caso o indivíduo leve a mão ao rosto, o risco de contágio é o mesmo com ou sem luvas. A diferença é que as mãos podem ser frequentemente higienizadas com água e sabão ou álcool 70% - que é a principal recomendação de prevenção dada por todas as autoridades sanitárias durante a pandemia e uma forma altamente eficaz de matar o vírus -, enquanto as luvas não devem ser lavadas.

Assim, seria necessário usar inúmeros pares durante o dia (retirando-os e descartando-os da forma correta) após tocar cada superfície ou objeto, o que é custoso, desnecessário (já que lavar as mãos garante a mesma ou até maior proteção) e irresponsável, uma vez que estes itens estão em falta em clínicas e hospitais e são primordiais para a segurança dos profissionais de saúde e dos pacientes atendidos por eles.

Segundo as diretrizes para o uso de luvas da OMS, médicos e enfermeiros utilizam um par para cada paciente, e só as vestem em momentos específicos (como quando há a iminência de contato com fluidos corporais ou o toque em mucosas), visando não contaminar as mãos com vírus e bactérias ou transmitir algo para a pessoa.

Estas luvas, no entanto, são removidas logo após o uso (da maneira correta), e o ato ainda é sucedido pela higienização das mãos. Como luvas descartáveis não podem (nem devem) ser higienizadas, usá-las no transporte público, no comércio e no trabalho sem que isso seja acompanhado de hábitos como não tocar o rosto e não higienizar as mãos após remover as luvas não oferece proteção. Na rua, também é impossível trocar as luvas após cada tarefa diferente e assegurar a higienização perfeita das mãos entre as trocas.

Até para profissionais da saúde, a recomendação de se usar apenas um par de luvas ao longo de um processo inteiro de cuidados com um paciente em vez de trocá-las e higienizar as mãos a cada diferente contato amplifica os riscos de transmissão de germes. Além disso, luvas especializadas também são indicadas para o contato com substâncias prejudiciais para a pele – o que não é o caso do novo coronavírus, cujo contágio se dá pelas vias respiratórias.

Item deve ser usado apenas por profissionais da saúde e cuidadores

Além disso, outro ponto importante é o fato de que, no mundo inteiro, já há escassez de itens como máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis, algo que já tem deixado diversos profissionais da saúde desprotegidos, aumentando os riscos de contágio tanto para médicos quanto para pacientes. Sendo assim, o órgão é claro: só deve usar luvas quem está cuidando de alguém com COVID-19 ou é um profissional da saúde.

Nestes casos, a indicação é a de higienizar as mãos, vestir as luvas, ter os cuidados com a pessoa sem tocar no próprio rosto, retirá-las imediatamente (de forma que elas virem do avesso), descartá-las e higienizar mãos e punhos corretamente. Para as demais pessoas, que não possuem indicação de se usar luvas, o indicado é lavar as mãos constantemente e não tocar o rosto.

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