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Posso pegar COVID-19 estando no mesmo ambiente que um infectado, mas sem tocá-lo?

Publicado 20 Mar 2020 – 12:10 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2020 – 12:10 PM EDT
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Diante da pandemia de COVID-19, muito tem se falado sobre manter distância de outras pessoas e isso é, de fato, essencial para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. O contato físico, porém, não é a única forma de contrair o vírus e, segundo especialistas, estar no mesmo ambiente que alguém doente é, sob determinadas circunstâncias, suficiente para haver a transmissão.

Como o coronavírus é transmitido?

De acordo com médicos e órgãos de saúde, o SARS-CoV-19 é transmitido por gotículas expelidas especialmente na tosse e no espirro – e é justamente por isso que as principais orientações em meio à pandemia incluem evitar contato físico, higienizar frequentemente as mãos com sabão ou soluções alcoólicas, não leva-las ao rosto e cobrir a boca e o nariz com o braço ou lenço ao tossir espirrar.

Estas medidas, no caso, evitam que as pessoas levem ao próprio corpo os micro-organismos que estão nas mãos após tocar indivíduos infectados, bem como espalhem bactérias e vírus pelo ar. Além disso, também é possível contrair o novo coronavírus ao partilhar objetos pessoais, como talheres e copos.

É possível pegar COVID-19 sem tocar em ninguém?

Conforme explica João Prats, infectologista da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo, é, sim, possível contrair o vírus sem necessariamente tocar uma pessoa infectada. Isso, em primeiro lugar, ocorre porque pessoas que estão com COVID-19 e apresentam os sintomas da infecção (como a tosse) acabam involuntariamente espalhando o vírus pelo ambiente.

“O vírus fica no ar um tempinho, duas, três horas. Em geral, a tosse joga ele longe”, afirma o infectologista, reforçando que, embora não seja impossível pegar o vírus “do ar”, o mais provável é contrai-lo de superfícies contaminadas. “O maior problema é que ele cai nas superfícies. A pessoa que ficou doente vai tossindo, encostando no ambiente e espalhando um montão de vírus”, diz ele.

Segundo Prats, o novo coronavírus não vive para sempre em superfícies e é facilmente inativado a partir da desinfecção com produtos de limpeza comuns, mas caso a pessoa doente esteja sempre nos mesmos ambientes, sua tosse e seus espirros estarão constantemente “repovoando” as superfícies e objetos com os micro-organismos.

Cuidados a se ter perto de quem está com COVID-19

Para conviver de forma segura com uma pessoa que contraiu o vírus até que ela esteja curada e não transmita mais, é preciso tomar algumas precauções. Segundo Prats, é indicado guardar uma distância de dois a três metros dela, evitando o contato físico, bem como lavar constantemente as mãos e evitar levá-las ao rosto.

Além disso, pessoas com sintomas de gripe e aquelas que estão cuidando de pacientes com o novo coronavírus são justamente as que podem, segundo órgãos de saúde, utilizar máscaras cirúrgicas. Isso, inclusive, vale especialmente para o doente, já que este item tem o objetivo de manter as gotículas expelidas na tosse e no espirro contidas. Elas não podem, porém, ser reutilizadas.

Também é necessário realizar uma boa higiene dos espaços em que a pessoa está, orientando-a a tossir e espirrar cobrindo o rosto com o braço sempre que não estiver de máscara. Além disso, é importante não compartilhar itens como talheres e toalhas, limpar maçanetas e manter os ambientes bem ventilados.

Caso mesmo com as orientações de isolamento a pessoa ainda precise sair de casa e usar o transporte público, é essencial reforçar a higiene das mãos, evitar tocar o próprio rosto e guardar distância dos outros presentes.

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