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Cientistas descobrem como o nosso corpo reage para matar o coronavírus

Publicado 19 Mar 2020 – 12:23 PM EDT | Atualizado 19 Mar 2020 – 12:23 PM EDT
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Uma descoberta feita por cientista australianos revelou a reação do organismo ao novo coronavírus e promete ajudar a entender como enfrentar a pandemia de COVID-19.

O estudo mostrou pela primeira vez como o sistema imunológico atua contra o SARS-CoV-2 - uma análise que permite, segundo os cientistas, compreender melhor a interação do organismo humano com o novo vírus e também desenvolver novos métodos de combate a ele, como vacinas.

Coronavírus: como o corpo reage ao SARS-CoV-2

Publicado na revista científica "Nature Medice", o estudo desenvolvido por um grupo de cientistas do Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunologia, de Melbourne (Austrália), analisou o comportamento do SARS-CoV-2 em uma mulher de 47 anos.

A paciente em questão viajou de Wuhan, epicentro dos primeiros casos de coronavírus na China, para a Austrália 11 dias antes da publicação do estudo (16 de março de 2020).

Já na Austrália, a paciente procurou um hospital de Melbourne. Quatro dias antes de procurar o serviço de saúde, a mulher começou a sentir sintomas de um quadro leve de COVID-19: dor de garganta, letargia, tosse seca, pleurisia (inflamação de tecidos pulmonares) e febre.

Não foi indicado onde ou como a paciente contraiu o SARS-CoV-2. O estudo, porém, confirma que ela não teve contato com o mercado de frutos do mar onde acredita-se que houve o foco inicial de contaminação do vírus.

No 11º dia após seu isolamento no hospital, a mulher foi liberada para ir para casa. Treze dias após procurar o hospital, os sintomas da mulher para COVID-19 estavam resolvidos e mesmo no 20º dia eles permaneceram silenciados.

A partir deste caso, os cientistas australianos tiraram conclusões sobre o funcionamento do sistema imunológico contra o SARS-CoV-2.

Como funciona o sistema imunológico com a COVID-19

De acordo com Oanh Nguyen, um dos autores do estudo, três dias após o começo da análise da paciente, os pesquisadores começaram a observar uma população imensa de células do sistema imunológico no corpo da mulher - muito comum quando o organismo responde a infecções gripais.

“Então, nós prevemos que a paciente pudesse se recuperar em três dias. E foi o que aconteceu”, disse Nguyen em comunicado publicado no site do Instituto Doherty.

Segundo os dados fornecidos pelo estudo, a resposta imunológica do organismo humano ao SARS-CoV-2 é robusta e multifatorial. Porém, há indicadores que mostram certa similaridade entre a COVID-19 e a gripe aviária (influenza H7N9).

Na pesquisa publicada pelo grupo de cientistas, o caso da paciente de Melbourne mostrou que casos de COVID-19 fazem com que o corpo passe a recrutar populações de células do sistema imunológico do tipo ASCs, TFH e CD4 + ativado e T CD8 +, além de dois tipos de anticorpos: IgM e IgG

A descoberta, para os cientistas, pode servir de parâmetro para pessoas com diferentes gravidades de COVID-19. Além disso, entender melhor a defesa do organismo ao SARS-CoV-2 ajuda a entender o que leva umas pessoas a morrerem e o que falta à comunidade científica para ajudar os pacientes a se recuperarem da COVID-19 - até mesmo o desenvolvimento de vacinas.

“Este é um passo incrível para entender o que impulsiona a recuperação do COVID-19. As pessoas podem usar nossos métodos para entender as respostas imunes em grupos maiores de COVID-19 e também entender o que está faltando naqueles que têm resultados fatais", diz Katherine Kedzierska, co-autora do estudo e uma das chefes do Instituto Doherty.

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