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Morte de Gugu Liberato é confirmada: apresentador teve morte encefálica

Publicado 22 Nov 2019 – 07:14 PM EST | Atualizado 22 Nov 2019 – 07:14 PM EST
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O apresentador Gugu Liberato morreu nesta sexta-feira, 22 de novembro, dois dias após sofrer uma queda em sua casa em Orlando, na Flórida (Estados Unidos).

Na quarta-feira (20), Gugu sofreu um acidente doméstico e bateu a cabeça. As primeiras informações eram de que ele havia sido encaminhado a um hospital e ficaria em observação por 48 horas. O apresentador chegou a ficar internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não resistiu. Segundo confirmou a assessoria de imprensa do artista ao VIX, Gugu teve morte cerebral.

O apresentador sofreu uma queda acidental ao consertar um aparelho de ar-condicionado em sua casa em Orlando.

No comunicado oficial, a família se mostrou consternada com a notícia e exaltou o jeito simples do apresentador.

"Este é um momento que jamais imaginamos viver. Com profunda tristeza, familiares comunicam o falecimento do pai, irmão, filho, amigo, empresário, jornalista e apresentador Antônio Augusto Moraes Liberato (Gugu Liberato), aos 60 anos, em Orlando, Florida, Estados Unidos. Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos. E assim foi até o final da vida, ocorrida após um acidente caseiro", diz o comunicado.

Antônio Augusto Moraes Liberato deixa três filhos - João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Marina e Sofia, de 15 - e a esposa, Rose Miriam.

Leia o comunicado oficial da morte:

Este é um momento que jamais imaginamos viver. Com profunda tristeza, familiares comunicam o falecimento do pai, irmão, filho, amigo, empresário, jornalista e apresentador Antônio Augusto Moraes Liberato (Gugu Liberato), aos 60 anos, em Orlando, Florida, Estados Unidos. Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos. E assim foi até o final da vida, ocorrida após um acidente caseiro. Ele sofreu uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão. Foi prontamente socorrido pela equipe de resgate e admitido no Orlando Health Medical Center, onde permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva, acompanhado pela equipe médica local. Na admissão deu entrada em escala de *Glasgow de 3 e os exames iniciais constataram sangramento intracraniano. Em virtude da gravidade neurológica, não foi indicado qualquer procedimento cirúrgico. Durante o período de observação foi constatada a ausência de atividade cerebral. A morte encefálica foi confirmada pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante de sua mãe Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo. Ainda não temos detalhes sobre o traslado para o Brasil. Informações sobre velório e sepultamento serão passadas assim que tudo estiver definido. Ele deixa três filhos, João Augusto de 18 anos e as gêmeas Marina e Sophia de 15 anos. Atendendo a uma vontade dele, a família autorizou a doação de todos os órgãos. Gugu sempre refletiu sobre os verdadeiros valores da vida e o quão frágil ela se revela. Sua partida nos deixa sem chão, mas reforça nossa certeza de que ele viveu plenamente. Fica a saudade, ficam as lembranças - que são muitas - e a certeza que Deus recebe agora um filho querido, e o céu ganha uma estrela que emana luz e paz. Familiares e funcionários São Paulo, 22 de novembro de 2019 * Escala Glasgow de 3 - usada para medir a consciência e a evolução das lesões cerebrais em um paciente.

Morte cerebral: entenda o que acontece

Popularmente denominada morte cerebral, a morte encefálica é a parada total e irreversível das funções do cérebro. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, trata-se da “morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas”.

Segundo a legislação brasileira, ela equivale à morte, já que, sem funcionamento cerebral, não existe a possibilidade de haver qualquer consciência – ainda que outros órgãos estejam funcionando.

A legislação do estado norte-americano da Flórida, onde Gugu estava quando sofreu o acidente, entende o quadro de forma similar, onde a morte pode ser determinada quando funções respiratórias e circulatórias estiverem sendo mantidas artificialmente.

O que causa morte encefálica?

A neurologista Gisele Sampaio, da Academia Brasileira de Neurologia, explica que a morte cerebral é consequência da elevada pressão intracraniana, impedindo que haja passagem de sangue para os tecidos cerebrais. Como esta irrigação é responsável por levar oxigênio e nutrientes, o tecido “morre”, sem chances de ser recuperado.

Como é identificada?

Um dos testes feitos para determinar a ocorrência de morte encefálica é o exame clínico para avaliar reflexos cerebrais, como reflexo nas pupilas, e se não é mais capaz de respirar sem a ajuda de aparelhos.

Também é realizado um exame de fluxo sanguíneo (angiograma cerebral) ou um eletroencefalograma para confirmar a ausência de fluxo sanguíneo cerebral ou atividade cerebral.

Já o Doppler transcraniano - exame que foi realizado para determinar a morte cerebral da ex-primeira-dama Marisa Letícia, é capaz de avaliar a circulação sanguínea dos principais vasos intracranianos por meio de um dispositivo encostado em determinadas regiões da cabeça do paciente a fim de detectar sinais de fluxo sanguíneo nas artérias do cérebro.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em muitos casos, os testes são feitos mais de uma vez com intervalo de horas para assegurar um resultado exato.

O que acontece após a morte cerebral?

Quando a morte encefálica é declarada, cabe aos familiares a decisão de desligar os aparelhos que estão mantendo os outros órgãos funcionando - o que acarreta a paralisação deles - ou fazer a doação dos órgãos e tecidos.

Manter o paciente "vivo" após isso, no entanto, não é possível, já que a morte cerebral significa a morte propriamente dita. “Os aparelhos devem ser desligados porque não se trata de uma manutenção de vida. Com a morte encefálica, não é possível que a pessoa continue nem mesmo em estado vegetativo”, explica o neurologista Eduardo Wajnberg.

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