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Relato de Joaquim Lopes sobre ter cogitado desistir da vida mostra: pode atingir a todos

Publicado 11 Set 2019 – 11:53 AM EDT | Atualizado 11 Set 2019 – 11:53 AM EDT
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No clima do Setembro Amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, Joaquim Lopes escreveu um longo desabafo sobre pensamentos que já teve ao longo de sua trajetória sobre desistir da vida.

Em seu perfil no Instagram, o ator relatou os sentimento que o levaram a cogitar tal hipótese, como a sensação é capaz de atingir qualquer pessoa e como conseguiu sair da situação e usar sua experiência para ajudar outras pessoas.

Joaquim Lopes: engajamento no Setembro Amarelo

Setembro é o mês dedicado a conversas, reflexões e medidas que visem o combate ao suicídio. De acordo com o Centro de Valorização à Vida, a cada 45 minutos, um brasileiro tira a vida. No mundo, 1 milhão de pessoas morrem por suicídio ao ano.

Tirar o tabu acerca do tema é o jeito mais viável de tratar do assunto e enfrentar a questão, indicam organizações como CVV ou mesmo a Organização Mundial de Saúde. Por esse motivo, campanhas de conscientização como o Setembro Amarelo vigoram desde 2015.

Engajado no tema, Joaquim relatou a experiência própria que viveu com o pensamento suicida, em um longo texto publicado em sua conta no Instagram, no intuito de ajudar outras pessoas que já cogitaram a tirar a vida ou que passam por isso no momento.

Desabafo de Joaquim Lopes sobre desistir da vida

Segundo o ator, o sentimento de caminho sem final feliz não é algo incomum. É bem possível que todas as pessoas já tenham vivido a sensação de não ter saída e soluções para determinadas situações - o que é bastante sufocante.

“E os “porquês” se acumulam. Por que continuar? Por que lutar? Por que tentar mudar? E muitos acabam decidindo por desistir infelizmente. Acham que não fazem diferença. Muito pelo contrário. Acham que o mundo seria melhor se não estivessem aqui", escreveu.

Todos os sentimentos descritos, como o de frustração e de beco sem saída, de acordo com Joaquim, foram vivenciados por ele. E o sentimentos ruins quase o levaram a pensamentos extremos.

“Já pensei em desistir. Entrei num espiral de autopiedade insana que me deixava impotente de pensar. De entender. Estava absolutamente dormente e dormindo. E não tinha nada que me fizesse mudar de ideia. Imaginei como faria... Como seria.... Imaginei como ficariam meus pais, amigos etc. E era uma dor dilacerante. Uma tristeza paralisante.”

A reviravolta na vida de Joaquim, por ironia, veio em dia de “particularmente difícil”, como o próprio descreveu.

Enquanto permanecia deitado no quarto, Joaquim fez algumas reflexões sobre o momento pelo qual passava. E foi nesse período que ele encontrou a paz para as turbulências que lhe afligiam.

“Não sentia NADA. E entendi que estava no fim da linha. Que nada restava. Que tudo que eu era até aquele momento tinha que acabar... e acabou. Porque no exato momento em que eu senti que não havia mais NADA, não havia mais dor. Não havia mais autopiedade. Não havia espaço para auto sabotagens e sentimentos de vitimização. Não havia mais NADA... e isso me apresentou uma outra oportunidade.”

Virada

A oportunidade, segundo Joaquim, foi a de recomeçar sua vida do zero, com escolhas melhores para seu dia a dia, com um estilo de vida que lhe trouxesse mais tranquilidade e, principalmente, sem estresses que lhe faziam mal, como a necessidade de aprovação constante de terceiros.

“No propósito de não me comparar com NINGUÉM, a não ser com quem eu era, ontem! Se você consegue ser 0,001% melhor do que você era ontem... vitória! Entendi quem eram meus amigos. Entendi que a gente na verdade, verdade a gente só precisa mesmo do nosso próprio amor.”

Amor-próprio é a saída

Com a experiência que teve, Joaquim diz a todos que passam pela mesma situação que é importante que essas pessoas entendam que, ao contrário do que pensam, sua presença no mundo é muito válida - para si e para muita gente ao seu entorno.

“Para sua família, para os seus amigos, pra Deus (seja lá o nome que vc da a ele), para mim, para todos nós. Sabe quando você está andando na rua distraído e você é quase atropelado por uma bicicleta, ou um pássaro faz cocô no seu ombro, você sempre pensa: 'Se eu tivesse saído só 2 segundos depois de casa, isso não teria acontecido!' Né? Nesses momentos percebemos o quanto tudo e todos estamos interligados.”

“O que quero dizer é que a sua existência torna possível a minha existência e a existência de todos os outros seres desse planeta. É tudo uma grande sinfonia caótica que funciona na mais perfeita ordem. Como deve ser. Então saiba que todos nós PRECISAMOS de você!! E muito! Não há NADA que não possa ser transformado. NADA. E o nada às vezes é JUSTAMENTE o primeiro passo desse recomeço!”, finalizou o ator.

Setembro amarelo

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