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Arnaldo Cezar Coelho detectou câncer graças a exame que tem precisão em 95% dos casos

Publicado 5 Set 2019 – 10:32 AM EDT | Atualizado 5 Set 2019 – 10:32 AM EDT
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O ex-comentarista de arbitragem da Globo Arnaldo Cezar Coelho revelou como descobriu o câncer de próstata. Graças a um exame específico, o ex-árbitro de futebol foi diagnosticado com um tumor maligno e conseguiu removê-lo a tempo.

Arnaldo Cezar Coelho teve câncer de próstata

Conhecido no mundo futebolístico por seu trabalho nos gramados como árbitro e, posteriormente, no papel de comentarista, Arnaldo saiu de jogo em 2018, quando optou pela aposentadoria após a Copa do Mundo na Rússia.

Foi nesse ano em que Arnaldo também começou o processo de descoberta de seu câncer. Segundo o ex-comentarista, a ideia de se aposentar foi, a princípio, uma tentativa de poder curtir mais a família e até mesmo a vida.

“Foram 50 anos sem final de semana. Eu nunca assisti um jogo no estádio. Esse prazer de conviver com a família, com os netos…”, desabafou Arnaldo em entrevista ao programa Grande Círculo, do SporTV.

O tempo livre também serviu para ele poder se dedicar à saúde. Ao ser convidado para encabeçar uma campanha publicitária naquele ano para o Novembro Azul, mês dedicado à prevenção do câncer de próstata, o ex-comentarista entrou na onda dos exames para a doença.

“Esse era o mês em que eu, normalmente, fazia meus exames gerais. E eu tive que fazer o exame de próstata, que era o exame de PSA e o de toque. Sempre tive um PSA de 6, que é um pouco alto. Mas no toque, o médico falava que não tinha nada.”

Contudo, na rotina de exames daquele ano, Arnaldo se consultou com um médico diferente do que estava habituado, que, pelo histórico do ex-comentarista, solicitou um exame de ressonância magnética chamado PET-CT.

“Eu fui descobrir que tem um tal de PET, um exame de ressonância magnética que mostra até unha encravada (...) Eu fui na ressonância e o médico falou: 'Arnaldo, você tem uma lesão na próstata'. Fiz a biópsia, era um tumor maligno.”

Com o diagnóstico em mãos, Arnaldo conta ter operado o câncer no Carnaval de 2019 e considera o problema de saúde solucionado. “Graças a Deus, está tudo zerado!”

PET-CT: como é o exame?

O PET-CT, o exame que ajudou a detectar o tumor de Arnaldo, é uma técnica de diagnóstico por imagens que usa marcadores radioativos para detectar processos bioquímicos tissulares, em combinação com a tomografia computadorizada, e que registra simultaneamente as imagens anatômicas e de atividade tissular em um único exame.

A técnica utiliza de emissão de pósitrons e a tomografia computadorizada, que realizam um mapeamento completo do corpo desde a cabeça até o final da bacia, determinando o tamanho dos tumores encontrados, assim como a presença de metástases.

O exame é indicado, segundo informações do Hospital 9 de Julho, em casos de suspeita de câncer para que se analise o estágio do tumor. Além disso, também recorre-se ao exame em pacientes que já tenham sofrido infartos para que a saúde do coração seja avaliada, além de casos de indivíduos que precisam de análises completa e minuciosa do cérebro.

De acordo com informações do Hospital A.C. Camargo, o PET-CT consegue produzir resultados precisos e eficazes em mais de 95% dos casos oncológicos. Por isso, ele ajuda a conduzir e redirecionar condutas de tratamento em mais de 30% das situações - como identificar qual é o cuidado ideal entre uma radioterapia, cirurgias guiadas ou terapia hormonal, por exemplo.

Tem no SUS?

De acordo com o Ministério da Saúde, o procedimento PET-CT não é utilizado como rotina para diagnóstico de câncer de próstata no SUS, sendo a investigação da doença realizada pela dosagem do PSA e a realização do toque retal - como mandam as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS- CONITEC.

Entretanto, o PET-CT está incluso na Tabela SUS para alguns casos específicos de detecção de câncer. São eles: câncer de pulmão de células não pequenas potencialmente ressecável; para a detecção de metástase exclusivamente hepática e potencialmente ressecável de câncer colorretal; e para o estadiamento e avaliação da resposta ao tratamento de linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.

Câncer de próstata

A próstata é uma glândula presente apenas em homens localizada na parte da frente do reto, abaixo da bexiga e que envolve a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina).

Ela tem como função produzir o líquido que nutre e protege os espermatozoides no sêmen.

Não se sabe ao certo o que leva ao câncer de próstata, mas alguns fatores de risco contribuem ao aparecimento de tumores malignos:

  • Idade avançada
  • Histórico de câncer na família: homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos
  • Sobrepeso e obesidade

Sintomas do câncer de próstata

É possível identificar o câncer de próstata com alguns sinais que o corpo manifesta. A doença, normalmente, apresenta sintomas ligados com o sistema urinário, como:

  • dificuldade de urinar;
  • demora em começar e terminar de urinar;
  • sangue na urina;
  • diminuição do jato de urina;
  • necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Exames para detectar o câncer de próstata

Apesar dos sinais ajudarem a identificar, dois exames são comuns no diagnóstico do câncer de próstata: toque e PSA.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada.

Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios.

Exame de toque

O exame de toque é feito para identificar possíveis anomalias na próstata por meio da introdução de um dedo do médico no reto do paciente.

Protegido por luva e com a ajuda de lubrificante, a glândula é apalpada para que seu tamanho seja analisado.

O teste é indolor e rápido, mas importante, uma vez que a maioria dos tumores do tipo começa na parte posterior da próstata, próxima ao ânus.

PSA

PSA é a sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico, e é substância produzida pela próstata e que vai para o sêmen e para o sangue. Quando a próstata está maior, a contagem da substância fica acima de 4 ng/ml.

Tratamento para câncer de próstata

A principal técnica de tratamento do câncer de próstata é a cirurgia. Ela pode ser combinada com radioterapia e tratamento hormonal, dependendo do caso.

Quando localizado apenas na próstata, o câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos.

Câncer de próstata: o que saber

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