Morte de Fernanda Young: entenda quando a asma pode ser fatal e por que isso ocorre

No último domingo (25), fãs e amigos de Fernanda Young receberam a triste notícia de que a escritora e roteirista havia falecido. Segundo sua assessoria de imprensa, a morte ocorreu após uma crise de asma seguida de uma parada cardíaca. Entenda quando a doença pode ser fatal.

Morte de Fernanda Young por crise de asma

De acordo com o comunicado, Fernanda sofria da doença desde a infância e faleceu na madrugada do dia 25 de agosto, aos 49 anos, no sítio de sua família localizado em Gonçalves, Minas Gerais, após uma crise seguida por parada cardíaca.

Asma: quando pode ser fatal

A asma é uma das condições crônicas mais comuns: afeta, no mundo, cerca de 300 milhões de pessoas. As crises ocorrem devido à ação de algum estímulo irritante sobre as vias respiratórias, como um vírus ou até mesmo um cheiro forte. Em consequência, os brônquios se inflamam e dificultam a passagem de ar, gerando sintomas como falta de ar, tosse, chiado e aperto no peito.

Em geral, segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da asma tendem a piorar no período da noite, nas primeiras horas da manhã e durante a prática de atividades físicas. Quanto às causas, o órgão cita histórico familiar tanto da doença quanto de rinite, obesidade (já que o sobrepeso facilita o desenvolvimento de processos inflamatórios) e o tabagismo.

Crises de asma: complicações graves colocam vida em risco

Conhecidas clinicamente como exacerbações, as crises de asma são manifestações que, apesar de comuns na vida de quem convive com a doença, também são temidas pois podem ser graves. Essas crises ocorrem quando a asma não está devidamente controlada, e são motivadas por uma série de fatores.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia, os gatilhos mais comuns para estas crises são infecções virais (especialmente as que afetam as vias respiratórias), a exposição a substâncias capazes de causar reações alérgicas (como poeira, ácaros, fungos, poluição ambiental e fumaça de cigarro) e uso de certos medicamentos, como anti-inflamatórios não-esteroides.

Estas exacerbações, por sua vez, podem ocorrer em diferentes graus, apresentando sintomas cada vez mais aparentes e trazendo riscos cada vez maiores de morte para o paciente.

Enquanto exacerbações leves provocam sintomas quase imperceptíveis para quem já convive com a doença, uma crise grave de asma com que o paciente apresente cianose (pele com coloração arroxeada), sudorese, exaustão, agitação, confusão mental, sonolência excessiva, dificuldade em formar frases mais longas e retrações acentuadas da musculatura do sistema respiratório.

Nestes casos, as chances de o paciente falecer caso não receba assistência médica adequada são grandes – e alguns fatores fazem com que elas aumentem ainda mais. São eles:

  • Histórico de internação por crises graves (especialmente com necessidade de ventilação mecânica);
  • Ocorrência de três ou mais visitas à emergência no ano anterior à crise;
  • Duas ou mais hospitalizações por asma no mesmo período;
  • Uso frequente de corticoides sistêmicos;
  • Uso de dois ou mais frascos de inalador pressurizado de medicamentos para asma durante um mês;
  • Problemas psicossociais como depressão, dificuldades financeiras, dificuldade de acesso a tratamentos;
  • Presença de outras doenças, especialmente as de caráter cardiovascular e psiquiátrico;
  • Má percepção da gravidade da obstrução causada pela crise por parte do paciente.

Tratamento da asma

Como a doença é crônica e não tem cura, o objetivo dos tratamentos para asma é melhorar a qualidade de vida do paciente, controlando os sintomas da doença para melhorar a função pulmonar e mantê-lo longe de crises. Além do uso de medicamentos, o tratamento também inclui medidas educativas para que a pessoa possa evitar possíveis gatilhos das crises.

Durante exacerbações, são usados medicamentos para aliviar os sintomas rapidamente, enquanto o tratamento da asma persistente é o uso contínuo de remédios com ação anti-inflamatória – como o os corticosteroides inalatórios, administrados a partir das famosas “bombinhas” de inalação. Tudo isso, porém, dependerá dos sintomas e do histórico clínico do paciente.

Além das medicações, algo essencial para a manutenção de uma boa função pulmonar em pacientes de asma é a educação do paciente para que ele evite a exposição a fatores que agravam a doença e saiba o que fazer quando tiver uma crise. A prevenção das crises, por sua vez, requer que o paciente mantenha os ambientes limpos, evite cheiros fortes, não fume, se agasalhe bem em épocas de frio, pratique atividades físicas e mantenha uma alimentação saudável.

Doenças respiratórias