Whindersson revela abertamente que sofreu perda de libido e ereção devido ao treino
Há pouco mais de um ano, o humorista Whindersson Nunes revelou aos seguidores que havia começado a praticar exercícios físicos para emagrecer - algo que transformou completamente seu corpo e sua saúde. Recentemente, porém, ele comentou que a mudança de hábitos também impactou seu desejo sexual, mas não de uma forma positiva.
Whindersson relata queda de libido e ereção após treinos
No “Altas Horas” (Rede Globo), o comediante disse que, ao iniciar sua intensa rotina de treinos, notou uma queda na vontade de fazer sexo e no vigor da ereção.
"Às vezes eu sentia vontade, sentia vontade aqui, agora, aí quando chegava lá, eu já não estava assim com tanta vontade mais. Aí olhava, o negócio estava igual a aquele balão de festa quando começa a ficar assim de manhã meio ‘xoxo’”, disse.
Conforme contou à sexóloga Laura Müller, após notar dificuldades não só em ter desejo sexual, mas em manter ereções, ele então fez exames e descobriu que estava com taxas baixas de testosterona no organismo.
A partir disso, ele passou a fazer reposição hormonal - algo que resolveu seu problema, mas, segundo a sexóloga, não é tão comum para alguém de 24 anos como ele.
Exercícios físicos e a queda da libido
No programa, o humorista afirmou que a nova rotina de exercícios físicos fez com que seu corpo ficasse muito cansado, e que a fadiga foi a responsável por derrubar sua libido. “Comecei a gastar muita energia, ficar muito cansado e quando você gasta muitos hormônios do corpo… Tinha dias que eu não estava com vontade de transar”, comentou o humorista - e esta relação faz sentido.
De acordo com o urologista Flávio Iizuka, da clínica Climedin, em geral, os exercícios físicos são responsáveis por um aumento na libido e na testosterona a longo prazo por diversas razões. Conforme explica o médico, a prática de atividades físicas melhora a saúde cardiovascular e metabólica, além de reduzir a gordura corporal - fatores que estão ligados a uma melhora no desejo sexual.
A prática excessiva, porém, pode ter um efeito contrário; enquanto exercitar-se corretamente contribui para que a libido aumente, fazê-lo sem critérios e de maneira exagerada pode ocasionar lesões e gerar dores atípicas que atrapalham o bem-estar de forma geral e, por consequência, deixam a pessoa indisposta para exercer qualquer outro esforço físico.
Conforme explica Iizuka, treinar pesado demais também pode prejudicar a produção de testosterona enquanto aumenta a produção de outro hormônio.
“Se realizado sem critério e de forma exagerada a ponto de gerar muito estresse físico, o exercício pode aumentar nossa produção de cortisol, hormônio do estresse, e, por isso, reduz os níveis de testosterona”, afirma.
Para o também urologista Marcos Lucon, da clínica Vivitá, uma possível queda na libido causada por exercícios físicos em excesso também tem relação com a exaustão. Assim como contou Whindersson no programa, o cansaço após treinos muito pesados também gera desânimo em fazer outras coisas.
Testosterona baixa em homens jovens: causas
Mesmo esse quadro não sendo comum, há, sim, fatores que interferem na produção ideal de testosterona em jovens. Segundo Iizuka, algumas das maiores causas de problemas assim são a obesidade com acúmulo de gordura visceral, estresse elevado, maus hábitos alimentares, sedentarismo, e uso de medicamentos com cortisona (como antialérgicos, por exemplo).
Além disso, ele também cita como causas a presença oculta de doenças debilitantes ou de algo chamado hipogonadismo masculino. “[Isso] é a situação de produção insuficiente de testosterona pelos testículos por diversas razões congênitas (alteração genética, testículo não descido) ou adquiridas (trauma no escroto, tumor de hipófise e caxumba)”, afirma.
Aqui, Lucon destaca também que outra causa comum para a queda deste hormônio em homens jovens é o uso de anabolizantes. “A famosa ‘bomba’ que muitos indicam inibe a produção de testosterona pelo corpo, afetando também a fertilidade”, explica o médico.
Reposição hormonal: como funciona?
Para homens que estão com a produção de testosterona desregulada, a reposição hormonal é uma opção - e há diversas formas de realizá-la. “Ela pode ser feita através de medicação oral, transdérmica - adesivo, gel ou cremes -, injeções e implante de ‘pellets’ ou chips de hormônios”, explica Iizuka, ressaltando que as injeções e os implantes são mais confortáveis.
“Elas têm efeito mais prolongado e são reaplicadas em períodos mais longos enquanto medicamentos orais e transdérmicos requerem o uso diário”, afirma o médico. Segundo ele, porém, nem todos podem fazer. “Certas situações são contraindicações para reposição de testosterona, como diagnóstico de câncer de próstata, de tumor de hipófise, infarto recente, derrame prévio, trombose venosa prévia e antecedente de câncer de mama masculino”, afirma.
Testosterona baixa X queda na libido
Embora uma disfunção na produção de testosterona tenha como sintoma uma alteração no desejo sexual, Lucon lembra a queda da libido nem sempre é causada pela baixa concentração deste hormônio no corpo. Segundo o urologista, problemas que interferem no bem-estar geral e no comportamento do indivíduo, como a depressão, podem reduzir o apetite sexual.
Sendo assim, antes de tirar conclusões sobre uma queda na libido, é preciso, assim como Whindersson fez, realizar exames para observar os níveis da testosterona. Caso eles estejam normais, é necessário realizar uma avaliação geral, buscando outras doenças ou problemas externos que possam estar gerando essa alteração no desejo sexual.