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Envelhecimento: estamos perto de provar o que é realmente capaz de retardar o processo

A busca pela juventude é o emblema de grande parte dos produtos de cosméticos e procedimentos estéticos do nosso tempo. Mas e se a ciência comprovasse que ao invés de a fonte para retardar o envelhecimento está nos nossos hábitos alimentares?
Publicado 17 Set 2019 – 06:00 AM EDT | Atualizado 7 Abr 2022 – 02:56 PM EDT
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Alimentação pode ser diferencial para retardar envelhecimento Crédito: Youngoldman / iStock

A busca pela juventude é o emblema de grande parte dos produtos de cosméticos e procedimentos estéticos do nosso tempo. Mas e se a ciência comprovasse que ao invés de a fonte para retardar o envelhecimento está nos nossos hábitos alimentares e não na ponta de um bisturi?

Pois bem, uma série de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos demonstram uma relação próxima entre a diminuição no consumo de calorias e a retração no envelhecimento.

Ciência da juventude


Um estudo de 25 anos sobre dieta e envelhecimento em macados Rhesus mostrou uma significativa redução da mortalidade dos animais e nas doenças relacionadas à idade. O estudo começou a ser realizado na Universidade Wisconsin-Madison e foi publicado na revista “ Nature Communications”.

76 macacos foram divididos em dois grupos, um deles foi submetidos a partir dos sete anos de idade à uma dieta com redução de 30% de calorias. O grupo de controle, que comia à vontade, teve o risco de doenças (e consequentemente de mortes) aumentado em 2,9 vezes. De acordo com os pesquisadores, a restrição calórica tem um forte efeito sobre o envelhecimento e dão pistas que podem levar a medicamentos e outros tratamentos para frear o início de doenças e morte.

Corte de 15% de calorias atrasa o envelhecimento


Uma pesquisa recente publicada no periódico Cell Metabolim demonstrou que um corte de 15% nas calorias consumidas ao longo da nossa vida pode retardar o envelhecimento. O estudo foi um dos primeiros realizados em humanos e foi encaminhado pelo Instituto de Pesquisas e Biomédicas de Pennington - nos Estados Unidos.

A pesquisa foi realizada com 53 homens e mulheres saudáveis, não obesos e com idade entre 21 e 50 anos. Cada integrante do grupo ingeriu 15% a menos do seu total de calorias diárias recomendado (que foi determinado individualmente), durante dois anos.

Os pesquisadores perceberam que depois de apenas um ano com uma dieta reduzida em calorias, os participantes do estudo viram suas taxas metabólicas caírem significativamente. A taxa continuou baixa no segundo ano e levou a uma diminuição geral no estresse oxidativo.

Como resultado da pesquisa, chegou-se a conclusão que uma redução de 15% na ingestão calórica leva à perda de peso, reduz o estresse oxidativo e ativa o metabolismo - fatores associados ao prolongamento da saúde.

Corte de 30% de calorias retarda envelhecimento


Pesquisadores do Centro de Epigenética e Metabolismo da Universidade da Califórnia analisaram o tecido do fígado de dois grupos de camundongos aos seis meses e aos 18 meses de vida. O fígado foi o órgão escolhido por atuar na distribuição de energia do organismo.

A conclusão do experimento levou os cientistas a constatarem que, embora nenhum mudança significativa tenha sido percebida no ciclo do sistema metabólico dos camundongos, mudanças significativas no tecido do fígado foram notadas: as células mais antigas do órgão processavam a energia de forma ineficiente.

Depois, os médicos observaram outro grupo de camundongos submetidos a uma dieta 30% menos calórica, e ao fim de seis meses perceberam que a energia foi processada de forma mais estável, retardando o envelhecimento.

Combate ao envelhecimento fisiológico


Uma pesquisa semelhante foi realizada no Instituto de Pesquisa de Biomedicina de Barcelona, com a diferença de que foram analisados no estudo células-tronco da pele de ratos. Assim como no estudo da Universidade da Califórnia, os cientistas espanhóis perceberam que a redução calórica fazia com que as funções rítmicas de estruturas relacionadas ao rejuvenescimento permaneceram inalteradas ao longo do tempo.

De acordo com os pesquisadores, há algum tempo se sabia que a restrição calórica era eficaz para aumentar a sobrevida, mas o motivo não era conhecido. Esses estudos apontam para a relação com o ritmo circadiano ou seja, ritmo biológico dos seres vivos.

Relação entre calorias e envelhecimento


Os estudos que vinculam o corte de calorias ao retardamento do envelhecimento constatam que a diminuição no consumo energético, desde que se mantenha o nível de ingestão de nutrientes, beneficia a saúde e afasta doenças.

Mas não basta pular para um dieta rigorosa com o objetivo de prolongar a juventude. As restrições alimentares promovidas nos estudos partem do pressuposto de que a dieta irá prover todos os nutrientes de que o organismo precisa, ou seja, o ideal é adotar hábitos alimentares conscientes e saudáveis.

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