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Fake news sobre vacina do sarampo se espalham na internet: tire suas dúvidas

Publicado 22 Mai 2019 – 06:40 PM EDT | Atualizado 22 Mai 2019 – 06:40 PM EDT
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Uma onda de fake news tem se espalhado pela internet nos últimos tempos sobre a vacina contra sarampo. Após o Brasil ter sido declarado livre da doença em 2016, novos casos desde 2018 colocaram o país de volta em alerta, o que motivou campanhas de vacinação por parte do governo e tem gerado dúvidas e informações equivocadas.

Em participação no evento mundial em ocasião da assembleia anual da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe da aliança global de vacinas Gavi, Seth Berkley, comentou sobre o assunto.

Segundo Berkley, a difusão de informações sensacionalistas no lugar de dados científicos são muito privilegiados nas redes sociais – algo que facilmente convence pessoas que nunca viram familiares morrendo de doenças evitáveis.

Pensando nos riscos que a difusão de falsas informações sobre a imunização oferece à população, Berkley lembra que propagar fake news sobre vacina não se trata de uma questão de liberdade de expressão. “Isso mata pessoas”, alertou.

Mas afinal, o que é verdade e o que não é verdade quando se fala sobre vacinação contra sarampo? A seguir, listamos algumas fake news que têm circulado e o que foi, de fato, verificado sobre o assunto.

Fake news sobre vacina do sarampo

Vacina de sarampo causa autismo?

Não. Segundo informações do Ministério da Saúde (MS), um estudo apresentado em 1998 levantou possíveis relações entre a vacina tríplice viral, que imuniza os pequenos contra o sarampo, rubéola e caxumba.

Porém, o mesmo estudo foi considerado seriamente falho pela comunidade científica e o artigo foi retirado pela revista que o publicou.

Além disso, um recente estudo da Universidade de Copenhague analisou dados de vacinação de mais de 650 mil crianças com informações de possíveis distúrbios psicológicos e contataram que não há associação entre a tríplice viral e o autismo.

Vacina faz a doença voltar a circular?

Não. O MS alerta que, embora doenças tenham se tornado raras em alguns países, os agentes infecciosos ainda circulam em algumas partes do mundo. Isso pode fazer com que tais agentes possam atravessar a fronteira de um país para outro e infectar pessoas de países que não estavam protegidas.

O infectologista e membro da Sociedade Paulista de Infectologia Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza comenta também que a falsa sensação de segurança das pessoas em achar que não precisam mais se vacinar contra doenças, como o sarampo, abre espaço para que a enfermidade ou mesmo a poliomelite retornem. "Além disso, campanhas antivacinais nas redes sociais fizeram com que muitos deixassem de se vacinar por medo”, alerta Fortaleza.

Higiene e saneamento evitam o sarampo?

Sozinhos, não. Ter cuidados com a higiene e acesso a saneamento básico é necessário assim como a vacinação, mas não protege o organismo como a imunização.

Sarampo é uma doença inofensiva?

Não. O sarampo, assim como a caxumba e rubéola, quando desenvolvido no organismo, pode levar a complicações graves em adultos e crianças – o que pode levar à morte. Não vacinar uma criança contra o sarampo a deixa suscetível a uma doença que não se trata de um fato infeliz da vida, mas uma enfermidade muito séria e arriscada.

Vacina mata?

Não. O MS assegura que as vacinas são seguras e as reações possíveis à imunização são, em sua maioria, pequenas e temporárias, como dor no braço ou febres. Quadros graves de reação à vacina são raros e, quando ocorrem, é preciso acompanhamento médico.

Segundo o MS, é muito mais provável que uma pessoa venha a morrer em decorrência de uma doença, como o sarampo, do que por ter recorrido à imunização em si.

Vacina de sarampo: o que saber sobre a imunização

Como se imunizar

A vacinação ainda é a forma mais eficaz e segura de prevenir o sarampo. A imunização da doença ocorre, hoje em dia, da seguinte maneira: aos 12 meses, a criança recebe a imunização pela vacina tríplice viral; aos 15 meses, pela tetra viral.

Crianças de 5 a 9 anos que não foram vacinados anteriormente recebem duas doses da tríplice viral. Já adultos de 10 a 29, duas doses da tríplice, e pessoas de 30 a 49 anos, uma dose da tríplice.

Quem tomou a vacina deve tomar de novo?

Caso não existam comprovações na carteirinha de vacinação de que a pessoa foi imunizada, há necessidade de se receber a vacina contra o sarampo.

De acordo com o MS, quem está em dia com o calendário de vacinação, da tríplice ou da tetra, não precisa mais receber a vacina.

Quem não deve tomar a vacina de sarampo

A vacina de sarampo é, sim, fortemente recomendada, mas há casos especiais em que ela deve ser evitada. Segundo informações do MS, enquadram-se em grupos de pessoas que não devem tomar a vacina contra o sarampo:

  • Casos suspeitos de sarampo
  • Gestantes (essas devem esperar para serem vacinadas após o parto. Caso a mulher esteja planejando engravidar, assegure-se de estar protegida)
  • Menores de 6 meses de idade
  • Imunocomprometidos

Sarampo

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