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Entenda a infecção que teria sido real causa da morte de neto de Lula e como é contraída

Publicado 3 Abr 2019 – 12:30 PM EDT | Atualizado 3 Abr 2019 – 12:30 PM EDT
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A morte do menino Arthur Araújo Lula da Silva, neto de Lula, ocorrida em março de 2019, pegou todos de surpresa pela idade precoce do falecimento do garotinho.

Inicialmente, a informação dada pelo Hospital Bartira, em Santo André, Grande São Paulo, onde a criança havia sido internada com um "quadro instável", era a de que Arthur havia morrido em decorrência de uma meningite meningocócica.

Agora, um comunicado emitido pela Prefeitura de Santo André desmentiu o dado, afirmando que testes realizados no próprio hospital e posteriormente confirmados por uma investigação da Secretaria de Saúde de Santo André, por intermédio do Departamento de Vigilância à Saúde, descartaram tal causa.

"(...) segundo os resultados dos exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, foram descartadas: meningite, meningite meningocócica e meningococcemia", diz a nota da Prefeitura.

Apesar de o órgão não informar o que, de fato, ocorreu com o garoto, o jornal “Folha de S.Paulo” apurou que a real causa da morte teria sido um quadro de sepse originado por uma infecção da bactéria Staphylococcus aureus.

Infecção que teria causado morte de neto de Lula: entenda

A bactéria Staphylococcus aureus pode entrar no corpo por meio de infecções de pele - estando relacionada a quadros cutâneos de celulite, impetigo e furúnculos -, pelo contato com pessoas ou objetos infectados e também pela inalação.

Atos simples como a depilação podem propiciar a contaminação, uma vez que a lâmina pode lesionar a pele e permitir que o micro-organismo entre no corpo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que é possível contrair o agente infeccioso no ambiente hospitalar, mas também fora dele.

Bolhas no corpo, abscessos, vermelhidão e inchaço da área infectada são alguns dos sintomas da infecção cutânea causada pela bactéria. Porém, segundo informações do Manual MSD, ao causar infecção na pele, a bactéria pode se espalhar e atingir órgãos distantes, e é possível portá-la sem apresentar qualquer sintoma.

Infecções causadas pela da S. aureus podem ser simples ou agudas, com focos pontuais pelo corpo. Há riscos caso ela se dissemine para outras partes do organismo, gerando quadros mais complicados de infecção como bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite e meningite.

Sepse

Segundo a reportagem da Folha, Arthur teria morrido por sepse, uma complicação possível a quadros de infecção como a gerada pela S. aureus.

A sepse acontece quando os agentes infecciosos deixam de atuar de forma isolada em um órgão do corpo e passam a se manifestar por outras regiões do organismo de forma intensa, gerando uma infecção generalizada.

O primeiro sinal disto é uma a elevação da temperatura corporal. De acordo com a infectologista Bianca Miranda, da corporativa da Americas Serviços Médicos, a sepse também gera piora do fluxo sanguíneo, náusea, confusão mental e aumento da frequência cardíaca. De rápida evolução, o quadro pode levar à morte.

Sintomas de Arthur

O caso do neto de Lula chamou atenção pela rápida evolução do quadro (foram menos de 4 horas entre a entrada no hospital e a confirmação do óbito) e sintomas relativamente comuns apresentados por ele inicialmente.

Segundo comunicou a Prefeitura de Santo André, Arthur foi admitido no Hospital Bartira às 7h14 do dia 1º de março com cefaleia, febre, mialgia, exantema, cianose, náuseas e dores abdominais. Nas horas subsequentes, ele apresentou confusão mental, vindo a falecer por volta das 12h.

Tratamento

Algumas cepas da S. aureus presentes em estabelecimentos de saúde tornaram-se resistentes a antibióticos como a meticilina, muito usada no tratamento para infecções pela bactéria. Por isso, caso a pessoa tenha sido infectada em hospitais ou unidades de saúde, seu tratamento envolve antibióticos eficazes contra S. aureus resistentes à meticilina, de acordo com o manual MSD.

Para os demais casos de infecção, antibióticos via oral ou de uso tópico são usados – sempre sob supervisão médica, já que o uso indiscriminado de antibióticos só prejudica e seleciona microrganismos, que ficam cada vez mais fortes. "Em casos mais extremos, existe a possibilidade de cirurgias para realizar a remoção do foco infeccioso", informa a infectologista.

Casos de infecções que geraram alerta

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