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Empresária de Claudia Rodrigues diz que esclerose está 'dormindo': o que significa?

Publicado 28 Mar 2019 – 09:55 AM EDT | Atualizado 28 Mar 2019 – 09:55 AM EDT
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Diagnosticada com esclerose múltipla em 2000, a atriz Claudia Rodrigues já passou por diversas internações nas últimas décadas e, recentemente, voltou a dar um susto em fãs e familiares. Internada desde o dia 20 de março, a comediante foi transferida para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo alguns dias depois, onde permanece. Embora seu estado de saúde não seja claro, a empresária de Claudia, Adriane Bonato, disse que o quadro atual não tem relação com a EM.

De caráter autoimune, a esclerose múltipla traz um desgaste progressivo do sistema nervoso e, dessa forma, acaba por comprometer o organismo de diversas formas. Conforme confirmou a empresária ao VIX, a doença de Claudia está “adormecida” – mas, se ela não possui cura, o que exatamente isso significa?

Esclerose múltipla: o que é?

Doenças autoimunes são aquelas que fazem o sistema imunológico atacar as células do próprio corpo, e, no caso da esclerose múltipla, o “alvo” desse ataque é o sistema nervoso. Conforme a doença compromete a bainha de mielina (espécie de capa que reveste os nervos), os impulsos nervosos enviados do cérebro para o corpo não ocorrem de maneira adequada, gerando então uma série de sintomas.

A forma como a doença se desenvolve varia de paciente para paciente, mas, de maneira geral, ela pode se manifestar com sintomas como a fadiga, alterações da fala, transtornos visuais (como visão dupla ou embaçada), formigamentos, tremores e disfunções da bexiga e do intestino. Em sua fase inicial, ela é caracterizada por surtos ocasionais desses sintomas – que regridem espontaneamente e podem deixar sequelas.

Já na segunda fase, os surtos diminuem ou desaparecem, mas o quadro começa a piorar de maneira lenta e gradual. Em vez de as sequelas aparecerem durante surtos esporádicos, elas surgem vagarosamente, e o resultado disso vai depender de quais nervos são acometidos pelo problema. Em alguns casos, a progressão da EM é benigna e o paciente leva uma vida praticamente normal, mas, em outros, ela pode se tornar incapacitante conforme as sequelas se acumulam.

Quando a doença “adormece”?

Durante os surtos, a EM costuma ser conciliada a partir da pulsoterapia, em que altas doses de corticoide são aplicadas no paciente para reduzir a inflamação da bainha de mielina e diminuir tanto a frequência quanto a duração dessas crises. Além disso, medicamentos imunossupressores – que reduzem a atividade e a eficiência do sistema imunológico, diminuindo o “ataque” ao sistema nervoso – também podem ser úteis.

Em casos específicos, porém, uma forma de tratamento experimental tem sido utilizada – e Claudia recorreu a ela em 2015. Se trata do transplante de células-tronco, que, de forma geral, funciona como um “reset” no sistema imunológico a partir de duas etapas; na primeira, são administradas altas doses de imunossupressores, deixando-o completamente incapaz de atacar o organismo, e, na segunda, o paciente recebe células-tronco para reconstruí-lo.

Com o transplante, o corpo “cria” um novo sistema imunológico, que nasce fraco e requer meses de isolamento quase total do paciente. Algum tempo após o procedimento, porém, foi anunciado que Claudia estava entre os poucos casos de pacientes que sentem a doença parar de avançar – e foi aí que ela “adormeceu”, como comentou Adriane.

Como a EM não tem cura, as sequelas que Claudia já havia adquirido com a doença (como dificuldades motoras e de fala) podem não desaparecer completamente, mas a progressão da doença em si fica estacionada, sem gerar novas crises ou novos comprometimentos. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), porém, essa melhora ainda é algo incerto.

Conforme explica a instituição, os efeitos desse transplante ainda estão sendo estudados, e as consequências do tratamento a longo prazo ainda são relativamente desconhecidas. Isso significa, portanto, que não há garantia de que os surtos da doença permaneçam “adormecidos” para sempre ou se, após um tempo considerável, voltam a aparecer.

Doenças autoimunes

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