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Três pessoas podem ter sido curadas do HIV: entenda como cientistas estão conseguindo

Publicado 16 Abr 2019 – 06:00 AM EDT | Atualizado 16 Abr 2019 – 06:00 AM EDT
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Avanços históricos no combate à Aids foram anunciados recentemente pela comunidade científica: durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Seattle, nos Estados Unidos, pesquisadores revelaram a existência de mais dois pacientes que supostamente foram curados do HIV. Após passarem por transplante de medula óssea, os indivíduos não apresentaram mais nenhuma manifestação do vírus.

Mas não se trata de um transplante comum. O "paciente de Londres" e o "paciente de Düsseldorf", como foram identificados, passaram por este procedimento que resultou no único caso de cura total do HIV registrado até então: o do " paciente de Berlim", que se livrou do vírus há quase 12 anos.

Cura do HIV: primeiro caso

Na época, o norte-americano Timothy Ray-Brown, diagnosticado com HIV dez anos antes, precisou fazer um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia. Mas o seu médico, Gero Hütter, não queria uma medula qualquer. Ele procurou um doador que possuísse uma mutação genética no receptor CCR5, que torna as células naturalmente imunes ao vírus da Aids. Estima-se que cerca de 1% da população da Europa tenha esta mutação.

O procedimento teve sucesso, e o "paciente de Berlim" foi o primeiro ser humano a conseguir a cura do HIV. A medula resistente ao vírus alterou as definições de seu sistema imunológico, neutralizando a doença. O procedimento chegou a ser repetido em outros casos, mas sem sucesso, pois os doadores não tinham a mesma mutação genética.

Pessoas curadas do HIV

Eis que no começo de 2019 aparecem mais dois casos que seguiram à risca a receita que deu certo em 2008. Tanto o "paciente de Londres" quanto o "paciente de Düsseldorf" fizeram transplante de medula óssea de doadores com a mutação genética CCR5. O primeiro está há 18 meses sem tomar remédios antivirais e continua sem nenhum traço do vírus HIV.

No caso do paciente de Düsseldorf, revelado logo em seguida, os remédios foram interrompidos há apenas três meses, e as últimas biópsias não detectaram nenhum indício do vírus no organismo. No entanto, é cedo para afirmar que estas últimas "curas" são definitivas. Os cientistas reconhecem o avanço, mas ressaltam que o transplante de medula óssea ainda não pode ser considerado um método de tratamento (ou a cura definitiva) para a Aids porque é invasivo e arriscado.

Paralelamente, outras pesquisas avançam em medicamentos e outros tipos de terapia que atenuam as ações do vírus.

Aids: prevenção e tratamento

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