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Encefalite viral: o que é doença grave que levou presidente do Corinthians à internação

Publicado 7 Mar 2019 – 10:13 AM EST | Atualizado 7 Mar 2019 – 10:15 AM EST
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Na noite da última quarta-feira (6), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, deu entrada no Hospital São Luiz, em São Paulo, após sofrer um mal-estar.

Segundo comunicado oficial publicado no site do clube paulistano, exames realizados na unidade de saúde diagnosticaram um quadro de encefalite viral.

O presidente do Corinthians segue internado no Hospital São Luiz onde recebe tratamento adequado para o quadro e, de acordo com o informativo do clube, sua infecção está controlada.

Encefalite viral: o que é a doença de Andrés Sanchez

O infectologista Gabriel Cuba, do Hospital 9 de Julho, de São Paulo, explica que a encefalite é uma infecção do tecido cerebral. Segundo descrito pela neurologista Marzia Puccioni‑Sohler, a patologia ocorre, predominantemente, em idosos, crianças e em pessoas com o sistema imunológico em baixa atividade.

Seu principal agente causador é o vírus do grupo herpes, sendo o vírus da herpes simples (aquele que causa herpes labial) o mais comum de provocar a doença. Em pacientes imunossuprimidos, não é incomum, ainda, casos de encefalite causadas pela varicela‑zóster e pelo citomegalovírus.

Chama atenção, também, casos de encefalite viral que se desenvolveram a partir do vírus da dengue, especialmente após epidemias de dengue aqui no Brasil.

Sintomas da encefalite viral

Quando a encefalite viral acontece, ela se manifesta por meio de:

  • febre
  • alteração do nível de consciência
  • aumento da pressão intracraniana
  • dor de cabeça
  • movimentos involuntários
  • convulsões

Complicações e risco de morte

Em geral, a encefalite apresenta os sintomas acima relatados. Porém, há riscos de complicações que envolvem a doença. Dentre eles destacam-se distúrbios de comportamento, da personalidade, disfunção cognitiva, perda do controle muscular, hipotermia, diabetes insípido e síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético.

Em casos extremos, a encefalite pode levar à morte. A taxa de mortalidade relacionada à doença gira entre 5% e 20%.

Transmissão da encefalite viral

O vírus da encefalite viral penetra no organismo por meio das mucosas do trato respiratório, gastrointestinal, genital e urinário, pelo sangue, pele e conjuntivo/ocular.

Alguns vírus podem ficar confinados, mas há agentes infecciosos que têm potencial de se disseminar. Assim, o potencial de contágio da encefalite viral depende de caso para caso.

Diagnóstico

Para confirmar o desenvolvimento de uma encefalite viral é possível seguir com alguns métodos.

Um deles envolve exames laboratoriais que analisam o líquido cefalorraquidiano a fim de se verificar a pressão intracraniana, a contagem de leucócitos, a concentração de lactato e/ou glicose, a resposta imunológica do organismo, a detecção direta dos antígenos ou das partículas virais. Ainda é possível fazer a cultura de células para se atingir o isolamento viral.

Outro método envolve a realização de eletroencefalogramas para verificar alterações na frequência cerebral do paciente, e métodos imagéticos de ressonâncias magnéticas e tomografia computadorizada da cabeça para analisar com detalhes o cérebro do paciente.

Tratamento para encefalite viral

Em casos de encefalite causada por vírus do grupo herpes, o recomendado é administração com medicamentos próprios para a herpes o mais rápido possível e que assim siga pelas duas a três semanas seguintes.

Caso o agente causador da encefalite viral não seja o da herpes, outras drogas são indicadas, e o tempo de uso também varia.

Além disso, medidas de suporte também são recomendadas para controle de pressão intracraniana, da febre e dos outros sintomas que a doença provoca.

Infecções cerebrais

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