null: nullpx
ansiedade-Tasaudavel

Cenas de Rízia expõem quão dura é a depressão: entenda efeito de tirar remédios

Publicado 22 Fev 2019 – 04:25 PM EST | Atualizado 22 Fev 2019 – 04:25 PM EST
Compartilhar

Ao ser surpreendida por uma comemoração de aniversário ainda nas primeiras semanas do BBB 19, a sister Rízia fez um belo desabafo sobre sua saúde mental, emocionando a todos ao revelar que já chegou até a cogitar suicídio.

Ao longo do reality, ela já comentou outras vezes sobre sua depressão e distúrbios de ansiedade, e, recentemente, afirmou ter interrompido o tratamento medicamentoso desses problemas justamente para entrar no programa.

Conforme contou aos colegas de confinamento, ela estava tomando remédios há pouco tempo e se sentindo bem com eles antes de entrar na casa, e, desde que parou, tem sentido que seus dias são sempre uma “luta”.

Além da ansiedade notável que ela demonstra em algumas situações, crises de choro também têm ocorrido – especialmente após a decisão de que ela e outros brothers precisam ficar algemados uns aos outros – e especialistas afirmam que pausas ou términos de tratamentos assim podem realmente ser difíceis.

Remédios psiquiátricos: o que ocorre quando tratamento é interrompido?

Em geral, a forma como medicamentos para transtornos mentais agem é na produção e no ciclo de “vida” de substâncias como a serotonina e a dopamina, responsáveis por sensações de bem-estar, e, assim como o tipo de remédio e a dosagem devem ser definidos por um médico – de preferência psiquiatra –, o tempo de tratamento também requer uma detalhada avaliação por parte do especialista.

Conforme explica Ellen Moraes Senra, psicóloga especialista em terapia cognitivo comportamental, quando o médico julga adequado ou necessário suspender o uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos, o processo é feito aos poucos e, por isso, recebe o nome de desmame.

“Eles vão reduzindo gradativamente a dosagem dessas medicações, isso quando não veem a necessidade de inserir outra medicação paliativa para que dê tempo de o paciente se acostumar com a ausência do remédio inicial”, explica a psicóloga, ressaltando que esse processo é cuidadoso e acompanhado de perto justamente pelos riscos que a interrupção de medicamentos assim traz.

No início de tratamentos com esse tipo de medicação, é comum que os pacientes sintam certos efeitos colaterais conforme o corpo se acostuma com eles, como enjoo, insônia, tontura, entre outros. Segundo Ellen, além da interrupção brusca trazer esse tipo de sensação de volta, o paciente também pode apresentar sintomas mais graves relacionados à própria doença que têm - o chamado efeito rebote.

“Pode acontecer de os sintomas iniciais da doença voltarem até mais potencializados. Por exemplo, se uma pessoa que sofria de depressão suspende o antidepressivo de forma abrupta, ele pode voltar com sintomas de maneira ainda mais intensa, mais grave. Ele pode piorar em vez de melhorar”, afirma a terapeuta, explicando que, quando isso acontece, o tratamento volta à “estaca zero”.

Medo de deixar o remédio também influencia

Mesmo com o acompanhamento de um especialista, é possível que outro fator motive sintomas desagradáveis em pacientes que estão deixando para trás remédios psiquiátricos.

“A insegurança que gera você largar uma medicação controlada é tamanha que o paciente pode começar a manifestar sintomas que antes ele não tinha, mas que não são sintomas de fato do desmame, e sim do medo que ele tem de ficar sem a medicação”, diz a especialista.

As sensações angustiantes geradas pelo medo de parar de tomar os remédios, porém, não indicam necessariamente que a doença está voltando. “Com um desmame adequado, a tendência é que esses sintomas não retornem. Caso haja qualquer alteração, qualquer sintoma, o próprio médico vai reavaliar a suspensão da medicação”, afirma Ellen.

Tanto para a fase aguda da doença, enquanto o paciente ainda está tomando medicamentos, quanto no momento em que o tratamento é suspenso, Ellen indica a terapia e outras atividades como forma de amenizar todos os possíveis sintomas e medos decorrentes dele.

“Nesses casos, é muito indicado exercer alguma atividade física, fazer a psicoterapia e é claro também buscar algumas atividades de concentração e meditação, como ioga”, conclui ela.

Depressão, ansiedade e outros transtornos

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse