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Tratamentos para depressão: remédio, psicoterapia, alternativas naturais e mais

Publicado 25 Fev 2019 – 11:00 AM EST | Atualizado 25 Fev 2019 – 11:00 AM EST
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Doença séria e incapacitante e que afeta quase 350 milhões de pessoas em todo o mundo, a depressão é considerada a maior causa de suicídios no planeta e pode ter sintomas silenciosos e discretos, o que dificulta seu diagnóstico.

Depressão: o que é

Considerada um distúrbio mental, a depressão é caracterizada por um sentimento de tristeza profunda, intensa e constante que pode surgir sem motivo aparente e persistir durante longos períodos.

De acordo com a psiquiatra Dra. Simone Barazzetti Olsson, ficar triste é bem diferente de ser diagnosticado com depressão: ambas surgem de um acontecimento na vida, mas a tristeza é passageira.

Ao confundir a doença com um período de tristeza simples, a maioria das pessoas que sofre de depressão acaba nem desconfiando que tem o problema, afirma Dr. Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Tipo de depressão

A depressão pode se apresentar de diversas formas, que apresentam diferentes sintomas e exigem tratamentos específicos. Os principais tipos de depressão são:

  • Transtorno bipolar
  • Depressão pós-parto
  • Depressão funcional
  • Depressão ansiosa
  • Distimia
  • Depressão profunda
  • Depressão psicótica

Crianças ou Infantil

Birra, agressividade ou mau humor sem fim em crianças são fantasmas que assombram muitos pais e que nem sempre estão relacionados a uma suposta “falta de educação”. O comportamento negativo pode, na verdade, esconder um problema bem mais grave: a depressão infantil.

A psicóloga Rita Romaro explica que os pais devem ficar de olho, principalmente, às mudanças de comportamento. "O início pode ser percebido pela perda de interesse pelas atividades que habitualmente eram interessantes, por aborrecimento constante diante de brincadeiras, esportes, sair com os amigos". Às vezes, tudo isso pode vir acompanhado da tristeza, mas não é via de regra.

Idosos

A depressão pode afetar pessoas de todas as idades e, entre idosos, costuma ser sinalizada através de alguns sintomas comuns. Porém, nem sempre é diagnosticada, já que alguns deles são confundidos com comportamentos típicos da idade.

É importante ficar atento à somatória de sintomas e identificar a depressão o quanto antes para buscar tratamento adequado.

Tratamentos para depressão

A depressão não possui cura definitiva e a reincidência de seus sintomas é algo bastante comum e frequente. Por isso os cuidados devem ser constantes e o paciente acompanhado de perto por especialistas.

Cetamina

A cetamina é uma droga anestésica que, administrada em doses baixas, tem rápida e potente ação antidepressiva. “Trata-se de um medicamento que ajuda a tirar a pessoa do fundo do poço”, afirma o psiquiatra Dr. Acioly Lacerda, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um dos pioneiros no uso experimental do composto contra a depressão no Brasil.

De acordo com informações da Agência Fapesp, mesmo sem a aprovação das autoridades de saúde, já ocorre em alguns lugares do mundo, inclusive no Brasil, a prescrição de cetamina injetável contra a depressão.

Seu uso psiquiátrico não consta da bula e é considerado excepcional. Por essa razão, sua indicação ocorre por conta e risco do médico, que só deve recomendá-la se os benefícios para o paciente superarem os riscos. “O uso off-label é de responsabilidade de cada profissional”, aponta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Remédios

Após a depressão ser diagnosticada, o primeiro passo é receber do médico a indicação de antidepressivos. Diferente do que grande parte das pessoas pensa, os medicamentos não viciam, explica o Dr. Antônio Geraldo da Silva.

O psiquiatra Dr. Leonard Verea afirma que, atualmente, há mais de 50 tipos de antidepressivos e que cabe ao médico avaliar paciente por paciente a fim de encontrar o mais adequado individualmente.

Terapia

O uso de antidepressivos aliado à psicoterapia é considerado o tratamento mais completo para a depressão. Sempre que possível, familiares devem participar das consultas com o depressivo a fim de entender sua situação e fornecer o apoio necessário para que o tratamento tenha sucesso.

Tratamentos alternativos

Os antidepressivos naturais, como fitoterápicos e homeopáticos, podem ser considerados opções para tratar casos menos severos de depressão.

Caroly Cardoso, membro da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF-SP, defende que esses compostos realmente funcionam pois, assim como os medicamentos comuns, estabilizam os neurotransmissores. Já o psiquiatra Dr. Antônio Geraldo da Silva afirma que não há base científica sobre a eficácia.

A acupuntura também pode servir como complemento ao tratamento tradicional de depressão porque, através dos estímulos a determinados pontos, provoca a regularização da produção hormonal.

De acordo com o site médico WebMD, a hipnose é geralmente considerada uma ajuda para certas formas de psicoterapia (aconselhamento), ao invés de um tratamento em si.

A prática pode ajudar porque o estado hipnótico permite que as pessoas explorem pensamentos, sentimentos e lembranças dolorosos que possam ter ocultado de suas mentes conscientes. Além disso, a hipnose permite que as pessoas percebam algumas coisas de maneira diferente, como bloquear a consciência da dor.

Tratamento no SUS

Os atendimentos e tratamentos para depressão no SUS são feitos, prioritariamente, na Atenção Básica ou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde o usuário recebe apoio próximo da família com assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o quadro de saúde.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, nesses locais também há possibilidade de acolhimento noturno e/ou cuidado contínuo em situações de maior complexidade.

O SUS também disponibiliza medicamentos que auxiliam no tratamento dos pacientes. Quando recomendado pelo médico, os remédios podem ser retirados, gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde ou nos demais estabelecimentos designados pelas secretarias de saúde dos municípios.

Quanto tempo dura?

Não existe uma porta de saída única ou tempo exato para o tratamento da depressão, já que os sintomas e a capacidade de superar a doença dependem de vários fatores, como gravidade dos sinais e resposta do paciente aos tratamentos.

O psiquiatra Dr. Geraldo Possendoro, mestre em Neurociências e Comportamento, diz que é muito importante fazer com que o indivíduo deprimido tenha compreensão de que passa por um problema e admita que necessita de ajuda.

Um erro comum e bastante grave é abandonar os cuidados, como parar de tomar os remédios prescritos ou deixar frequentar sessões de terapia assim que aparecerem os primeiros sinais de melhora. Como a depressão é uma doença que não tem cura definitiva, é essencial entender que o tratamento os cuidados devem ser constantes.

Depressão: causas, sintomas e tratamentos

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