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Sintomas de trombose pouco conhecidos: problema na fala, tosse e mais 6

Publicado 25 Abr 2019 – 11:15 AM EDT | Atualizado 31 Jan 2020 – 10:24 AM EST
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Considerada uma condição silenciosa e, portanto, bastante grave, a trombose é provocada pela formação de um coágulo em uma ou mais grandes veias das pernas ou das coxas que, ao bloquear o fluxo sanguíneo, pode causar desconfortos e, em alguns casos, até mesmo levar à morte.

Trombose: o que é

A trombose é uma doença que causa obstrução de uma ou mais veias ou artérias profundas e provocada por formação de coágulos que impedem a passagem correta do sangue pelo corpo. Muito grave, ela pode provocar amputações de membros, embolia pulmonar e até morte.

Metade dos brasileiros que têm trombose não apresenta sintomas clássicos da doença. Como a condição nem sempre é fácil de ser diagnosticada, a prevenção se torna ainda mais importante.

Tipos de trombose

Trombose Arterial

A trombose arterial é causada pelo entupimento de artérias e, dependendo da parte do corpo afetada, pode provocar derrame, infarto e até mesmo amputações, exemplifica a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita, do Hospital Israelita Albert Einstein.

As tromboses arteriais costumam ser decorrentes de problemas graves de circulação, principalmente nas pernas, doenças ateroscleróticas avançadas ou diabetes.

Trombose Venosa Profunda

A trombose venosa profunda (TVP) é a inflamação decorrente do desenvolvimento de coágulos sanguíneos (trombos) na parede de vasos das pernas e coxas. Quando o coágulo se desloca para o pulmão, acontece a embolia pulmonar, que é fatal em muitos casos. Como esta trombose atinge os vasos mais profundos, é considerada mais grave.

A angiologista afirma que até 95% dos casos de trombose venosa acontecem nas pernas, mas o entupimento pode ocorrer em qualquer veia do corpo, como no cérebro e no braço.

Tromboflebite

Mais leve que a TVP, a tromboflebite acomete pacientes que receberam medicamento pelas veias, que podem inflamar. Os sintomas são vermelhidão e local dolorido. Se não for tratada adequadamente, ela pode desencadear uma trombose venosa profunda;

Cérebro

No caso trombose venosa cerebral, os coágulos se formam dentro de veias cerebrais e as entopem, impedindo a correta circulação do sangue, que extravasa para o cérebro, explica Eli Faria, neurologista clínico do HCor.

De acordo com o médico, a trombose venosa cerebral não deixa de ser um AVC, mas o AVC mais conhecido é o que acontece em decorrência do entupimento de artérias e costuma deixar mais sequelas do que a trombose.

Pulmonar

O tromboembolismo pulmonar (ou embolia pulmonar) é causado pela obstrução das artérias dos pulmões por coágulos (trombos ou êmbolos) que, na maior parte das vezes, se formam nas veias profundas das pernas ou da pélvis e são liberados na circulação sanguínea. Apesar de mais raros, também existem casos de embolias gordurosas provocadas por traumas ou fraturas, de embolias aéreas (bolhas de ar) e de líquido amniótico.

A gravidade do quadro está relacionada com o tamanho do êmbolo: os maiores podem interromper completamente a circulação pulmonar e essa condição pode ser fatal.

Os principais fatores de risco para a embolia pulmonar são imobilidade prolongada, cirurgias extensas, câncer, traumas, uso de anticoncepcionais com estrógeno, reposição hormonal, varizes, obesidade, tabagismo e insuficiência cardíaca.

Trombose causada por problema no intestino

A trombose pode ainda ser provocada por doenças inflamatórias intestinais (DII), que nada mais é do que uma inflamação contínua da totalidade ou parte do trato digestivo. Colite ulcerativa e Doença de Crohn são os tipos mais comuns da condição.

Causada por anticoncepcional

De acordo com o cardiologista Rafael Belo Nunes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o uso de alguns tipos de pílula anticoncepcional pode aumentar de 1,2 a 1,8 vezes a chance de desenvolver trombose arterial, quadro que causa AVC ou infarto agudo do miocárdio.

O risco de ter trombose venosa fica de três a seis vezes maior ao tomar contraceptivo oral, segundo o especialista. O médico, no entanto, ressalta que o risco absoluto de desenvolver a condição é baixo mesmo com esses quadros. Mulheres que apresentam fatores de risco devem evitar pílulas anticoncepcionais combinadas, que aumentariam os riscos.

Ainda não é conhecido o motivo da relação entre anticoncepcional e risco de trombose, mas estudos indicam que os contraceptivos orais podem desequilibrar o sistema circulatório, que fica mais propício a criar coágulos e, consequentemente, eventos relacionados à trombose.

Primeiros sintomas

Os principais sintomas iniciais de trombose são experimentados na região das pernas e caracterizados por dor, calor, sensibilidade, inchaço e vermelhidão.

Sintomas pouco conhecidos

Outros sintomas que nem sempre são imediatamente relacionados a um quadro de trombose, mas merecem atenção, são:

  • Dores de cabeça
  • Tontura
  • Problemas de fala
  • Falta inesperada de respiração
  • Respiração rápida
  • Dor no peito
  • Aumento da frequência cardíaca alta
  • Tosse e catarro com sangue

Tratamento

É importante buscar ajuda médica o mais rápido possível quando forem notados sintomas que podem estar relacionados à trombose. Uma vez diagnosticada, paciente precisa começar a tomar anticoagulante para impedir que coágulos se soltem e sigam em direção ao pulmão.

O anticoagulante deve ser tomado de três a seis meses, dependendo da veia que foi afetada, para deixar os trombos mais rígidos e impedir que eles se desprendam das paredes dos vasos. Caso a pessoa tenha antecedentes ou uma predisposição grande a ter trombose, pode ser que o medicamento precise ser utilizado para sempre, sem interrupção.

No caso da trombose venosa profunda distal, que são as que acontecem do joelho para baixo, as veias afetadas são menores e o tratamento pode ser feito em casa. O paciente só vai precisar fazer repouso até o anticoagulante começar a fazer efeito e depois caminhar com a meia de compressão.

Caso a trombose seja o tipo seja proximal, ou seja, em veias que estão acima do joelho, as veias afetadas costumam ser mais importantes e as chances de embolia são maiores. Neste caso, o indicado é que o tratamento seja iniciado no hospital.

Quem teve trombose deve usar meia de compressão por pelo menos um ano (tirando só para dormir) e, se necessário, tratar as veias com sequelas.

A indicação de cirurgia é raríssima e acontece apenas quando há uma contraindicação de coagulante. Trata-se de uma medida extrema, usada como tentativa de salvar a pessoa. Injetar trombolítico, medicação que tenta dissolver o trombo, também não é comum porque são grandes as chances de sangramento e o risco é alto.

Trombose: causas, sintomas e cuidados

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