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Apendicite que levou Vitor Kley às pressas ao hospital é um dos tipos mais graves

Publicado 8 Fev 2019 – 03:54 PM EST | Atualizado 8 Fev 2019 – 03:54 PM EST
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Nos últimos dias, o cantor Vitor Kley deu um susto em seus fãs após postar no Instagram uma foto em que aparece hospitalizado e cancelar uma apresentação que faria em Ilhabela (São Paulo). Na legenda, porém, ele tranquilizou a todos afirmando que já estava em recuperação após ter uma apendicite.

“Rapaziada, fui pego de surpresa nessa semana com um quadro de apendicite aguda grau 3. Já passei pela cirurgia e tô me recuperando aos poucos”, escreveu Vitor, pedindo desculpas pelo cancelamento de mais um evento que aconteceria em breve no Rio de Janeiro.

Apesar de esta doença ser relativamente comum – especialmente durante a juventude, entre os 10 e 30 anos –, ela gera sintomas bastante desagradáveis e, em alguns casos, a infecção pode se agravar até chegar a um nível bem mais agudo – e foi justamente isso que aconteceu com o cantor.

Apendicite: o que é

De acordo com Leonardo de Mello Del Grande, gastrocirurgião do Hospital Edmundo Vasconcelos, o apêndice é uma estrutura localizada no começo do intestino grosso que não tem uma função essencial para o organismo e pode acabar inflamado por causas muito simples.

“A apendicite é causada por uma obstrução, normalmente por fezes ou um corpo estranho como uma semente. Também pode obstruir por um tumor de apêndice e até por um verme”, explica o especialista.

Os sintomas dessa inflamação começam com uma dor abdominal que ocorre junto ao umbigo e, com a evolução da doença, passa a se concentrar no lado direito da região abdominal. Ela é pontual, contínua e aumenta conforme o tempo passa. Além disso, o paciente também pode sentir o ventre mais sensível ao toque, náusea ou vômito, falta de apetite e febre.

Apesar de poder, sim, ocorrer em crianças mais novas e idosos, a apendicite acomete com mais frequência as pessoas que têm entre 10 e 30 anos de idade – faixa etária em que Vitor, com 24 anos, se enquadra.

Graus da doença

Segundo Leonardo, se não houver diagnóstico e tratamento, a apendicite começa a se modificar ao longo das horas, construindo um quadro cada vez mais grave e podendo evoluir de algo relativamente simples para um problema que pode até levar à morte. Conforme explica ele, são quatro os possíveis graus da apendicite:

Apendicite de grau 1

Chamada de fase inflamatória, esta é, segundo o cirurgião, a mais inicial da doença, mas também a que mais “dificulta” o diagnóstico. “Normalmente o paciente não tem sinais muito importantes, é só dor, o paciente está bem, é mais difícil descobrir nesta fase”, afirma Leonardo.

Como neste estágio inicial o paciente não costuma apresentar febre nem sintomas mais marcantes, o médico afirma que a doença pode acabar sendo confundida com algo menos grave.

Apendicite de grau 2

Segundo Leonardo, esta fase é chamada de edematosa, e já faz com que o corpo apresente sinais mais específicos. Conforme explica o médico, a evolução da inflamação faz com que a dor se manifeste de maneira mais localizada (na parte direita do abdômen, onde fica o apêndice).

“O paciente também já pode estar apresentando algum sinal de infecção, como febre. Até pelo exame clínico, a apendicite já é mais evidente”, afirma o cirurgião sobre esta etapa da doença.

Apendicite de grau 3, de Vitor Kley

A fase na qual Vitor estava quando foi diagnosticado, chamada de flegmonosa, ocorre quando a doença já está em um nível bem mais crítico. “Tem pus em volta do apêndice, o paciente já chega em um grau mais comprometido, com pelo menos 24, 36 horas de dor. Já apresenta febre, alteração nos glóbulos brancos e um quadro de dor bem importante”, descreve Leonardo.

Apendicite de grau 4

Neste momento, a apendicite já se agravou tanto que está a um passo de evoluir para uma doença ainda pior. Chamada de gangrenosa, esta é a fase em que o órgão já pode estar perfurado, fazendo com que a infecção se espalhe pelo abdômen e, eventualmente, para o resto do organismo.

De acordo com o médico, quando o apêndice se rompe, é possível que a doença evolua para uma peritonite – inflamação na membrana que reveste a cavidade intestinal –, fazendo com que o quadro se torne bem mais grave e possa inclusive terminar em óbito.

Tratamento

Feito o diagnóstico, a única forma de tratar a apendicite é removendo o órgão inflamado em uma cirurgia de incisão simples que pode deixar uma cicatriz quase imperceptível. Em geral, o tempo de internação pode variar de 24 a 72 horas, dependendo de como o paciente se recuperar.

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