null: nullpx
homens-Tasaudavel

Ser “machão” faz mal à saúde, concluem psicólogos dos EUA: entenda o que causa

Publicado 10 Mar 2019 – 12:00 PM EDT | Atualizado 10 Mar 2019 – 12:00 PM EDT
Compartilhar

Frases do tipo: “homem não chora” ou “homens devem ser provedores” são alguns exemplos de asserções utilizadas para definir a masculinidade. Mas longe de se tratar somente de frases, a masculinidade é definida por uma série de condutas atribuídas aos homens, como não falar abertamente sobre sentimentos, experimentar a sexualidade com liberdade, não se ater aos afazeres domésticos entre outros aspectos que estruturam uma sociedade que trata homens e mulheres de forma distinta e desigual.

Pela primeira vez em sua história, a Associação Americana de Psicologia (APA) divulgou diretrizes sobre homens e meninos, dizendo que a chamada “masculinidade tradicional” não é apenas “prejudicial”, mas também pode levar à homofobia e ao assédio sexual.

Impactos da masculinidade tradicional

A pesquisa que levou a criação das diretrizes observa que a masculinidade tradicional é psicologicamente prejudicial e que a socialização dos meninos para reprimir suas emoções causa danos que repercutem tanto interna como externamente. O relatório atenta que a ideologia da masculinidade tradicional tem mostrado limitar o desenvolvimento psicológico do sexo masculino, restringindo seu comportamento, criando conflitos de gênero e influenciando negativamente a saúde mental e a saúde física.

Ideologia masculina

A “ideologia da masculinidade” é definida pela APA como “uma constelação particular de padrões que dominaram grandes segmentos da população, incluindo: antifeminilidade, conquista, aparência de fraqueza e aventura, risco e violência.

A pesquisa continua sugerindo que meninos educados por meio de valores da masculinidade tradicional podem colocar sua energia em direção a comportamentos disruptivos, como homofobia, intimidação e até mesmo assédio sexual e violêcia contra a mulher. A linguagem nesse formato, que não se conecta com sua subjetividade e seus sentimentos tende a ser violenta e, ocorre muitas vezes dessa violência ser direcionada às mulheres.

Violência contra a mulher

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. As mulheres negras são ainda mais violentadas. Apenas entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos.

Violência contra a mulher

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse