Paralisia de Bell: o que é doença de Liminha que médicos pensaram ser AVC
Na última terça-feira (9), o assistente de palco Liminha deu entrada no Hospital São Camilo, em São Paulo, após sentir um mal-estar no trabalho.
A primeira suspeita da equipe médica, segundo informado pela assessoria de imprensa do centro médico, era a de que Ailton Alves Sampaio de Lima, nome de batismo do profissional, havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Porém, após a realização de exames, foi descartada hipótese de AVC e um outro quadro de saúde, com sintomas muito similares ao derrame cerebral, foi diagnosticado.
Doença de Liminha
Em seu perfil no Instagram, Liminha gravou dois vídeos em que deu mais detalhes do ocorrido. De acordo com assistente de palco do SBT, o quadro clínico que ele apresenta chama-se paralisia de Bell.
“Foi constatado um negócio que eu nem sei muito bem o nome... Negócio de Bell. Estou com a fala um pouco defasada. O meu lado esquerdo ficou imóvel, paralisado. Mas os médicos estão cuidando superbem. Estou me recuperando”, disse Liminha, ainda visivelmente emocionado com seu estado clínico.
Liminha também aproveitou o espaço das redes sociais para agradecer o público pelas mensagens de apoio enviadas a ele. “Obrigado pelas orações. Está tudo bem. Estou sendo monitorado, muito bem tratado.”
Segundo o boletim médico do hospital, Ailton apresenta quadro estável, mas segue internado "para tratamento de paralisia de Bell, que atinge o nervo facial", ainda sem previsão de alta.
Paralisia de Bell
A paralisia de Bell é o nome dado à conhecida paralisia facial. Este quadro de saúde acontece quando há inflamação de um dos nervos que controlam os movimentos de um lado do rosto. "Isso ocorre especialmente em pacientes com imunidade baixa", afirma neurologista Célia Roesler, da Academia Brasileira de Neurologia.
Além do sistema imunológico debilitado, a inflamação do nervo pode ser desencadeada por outros três fatores:
- Infecções virais, como gripe e varicela, que podem evoluir para a inflamação.
- Estresse, que deixa o sistema imunológico exposto a acometimentos e, consequentemente, a problemas no nervo, como no caso da paralisia facial de Angelina Jolie.
- Contato com correntes de ar frio - especialmente por quem já apresenta baixa imunidade -, que modificam a sensibilidade da nervura que controla os movimentos.
Sintomas
O sintoma inicial da paralisia facial é uma dor atrás da orelha que dura até 48 horas. Em seguida, a pessoa começa a ter dificuldades para sorrir com os dois lados do rosto e a franzir a testa. Depois, o olho lacrimeja muito pois torna-se impossível piscar.
O tato também tem a sensibilidade reduzida, o que pode fazer o paciente morder a língua durante a alimentação.
A paralisia facial também afeta a dicção e causa grande dificuldade em pronunciar as letras P, B, M e V.
Confusão com AVC
Segundo informações do Hospital Israelita Albert Einstein, é muito comum haver a confusão entre a paralisia facial e o AVC, como aconteceu com Liminha – principalmente porque os dois quadros clínicos apresentam sintomas parecidos.
Entretanto, apesar das semelhanças, há diferenças entre eles que ajudam os médicos a identificarem o que de fato acontece com o paciente.
A principal diferença é que, enquanto a paralisia de Bell acomete o rosto, como os sintomas descritos acima, o AVC é capaz de imobilizar outras regiões do corpo, o que faz com que a pessoa sinta fraqueza e dormência nos braço e nas pernas, por exemplo.
Tratamento e cura
A paralisia facial é possível de ser revertida. Os cuidados incluem fisioterapia facial, medicamentos, cuidados com o olho paralisado (como colírios e tampões para evitar o ressecamento).
Além disso, é possível que o paciente utilize corticoides e vitaminas do complexo B para reverter o processo de inflamação do nervo.
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