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Você nunca deveria sentir o mesmo que Marília Mendonça ao ir ao ginecologista

Publicado 19 Set 2018 – 11:34 AM EDT | Atualizado 19 Set 2018 – 11:34 AM EDT
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Sempre sincera com o público, a cantora Marília Mendonça recentemente resolveu fazer um desabafo mais íntimo nas redes sociais e, usando o Twitter, a sertaneja falou sobre a dificuldade que tem de ir ao ginecologista:

Além de já ser fácil comprovar que muitas mulheres compartilham da aflição da sertaneja apenas pelas respostas ao tuíte dela – com inúmeras seguidoras dizendo sentir a mesma dificuldade –, alguns estudos mostram que, quando o assunto é saúde íntima, as mulheres não se sentem nada à vontade.

Conforme mostra uma pesquisa realizada pela marca de produtos íntimos Vagisil com mais de 2 mil mulheres ao redor do mundo, as brasileiras estão entre as que mais se sentem desconfortáveis para falar sobre esse tipo de tópico, com 25% afirmando ter vergonha até mesmo de dizer a palavra “vagina”.

Vergonha do ginecologista: importância de ser honesta

Apesar de os médicos estarem mais que acostumados a discutir esse tipo de assunto, Marília não é a única a ter vergonha. O Dr. Jarbas Magalhães, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), afirma não ser raro que as pacientes omitam detalhes importantes sobre a própria vida íntima por pura vergonha do ginecologista – algo que pode colocar a saúde delas em risco.

“Um diálogo franco com o médico pode ajudar a paciente a desmistificar tabus. O bate-papo precisa acontecer de forma honesta, natural e livre de preconceitos”, explica o especialista, reforçando que omitir sintomas pode atrapalhar o diagnóstico de doenças e deixar de fazer perguntas sobre, por exemplo, o uso de anticoncepcionais, pode até resultar em uma gravidez indesejada.

Como se preparar para uma consulta?

Apesar de a timidez ser algo mais particular, saber o que esperar de uma consulta pode ajudar a perder o medo de ginecologista. De acordo com Dr. Jarbas, como a ideia é informar e ajudar a paciente com as questões que a incomodam, é natural que o médico faça inúmeras perguntas – e é importante respondê-las com sinceridade.

Em uma consulta, a paciente pode ser questionada a respeito de hábitos que interferem no metabolismo e não “combinam” com certos medicamentos – como fumar, beber ou usar drogas –, sobre o histórico de doenças familiar, uso de remédios contínuos, estado civil, vontade de engravidar, hábitos sexuais, ciclo menstrual e queixas sobre o corpo.

Quando o assunto é sexo, o médico pode perguntar a frequência das relações, quantos parceiros a mulher tem e se ela faz ou não uso de preservativo para melhor aconselhar a paciente. Aqui, além da sinceridade, é importante incluir queixas sobre dores e desconfortos na região íntima para que seja mais fácil diagnosticar possíveis problemas de saúde.

Quanto a exames, é comum que o ginecologista faça algumas coisas no próprio consultório. É possível que a paciente seja pesada, medida, tenha sua pressão aferida e coração e pulmões auscultados com estetoscópio. O Papanicolau também é comum e, nele, o médico usa uma espécie de cotonete na parede da vagina – de maneira indolor – para analisar as células cervicais.

Além dos procedimentos que podem ser feitos no consultório, é possível que o especialista peça exames para realização em laboratórios, como colposcopia, ultrassom de abdome, das mamas ou o transvaginal ou mamografias.

Violência médica

Vale ressaltar que, em alguns casos, o problema não está na timidez da paciente, mas sim no comportamento julgador, desrespeitoso e pouco acolhedor do(a) médico(a).

Há profissionais de saúde que são pouco empáticos e até preconceituosos nas consultas, culpabilizando a mulher por suas queixas e até eventuais doenças, condenando certos comportamentos sexuais e até machucando a paciente durante exames clínicos, por falta de cuidado.

Nestas situações, cabe buscar outro profissional que seja ético e a faça se sentir confortável - e, se for o caso, denunciar o médico que praticou violência ao Conselho Federal de Medicina.

Ginecologistas, exames e mais:

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