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Ana Paula do vôlei teve mesmo distúrbio que Fátima e elas descobriram de forma igual

Publicado 17 Ago 2018 – 06:51 PM EDT | Atualizado 26 Mar 2019 – 04:48 PM EDT
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A ex-jogadora Ana Paula Rodrigues Henkel, a Ana Paula do vôlei, revelou um fato de sua vida muito similar ao que Fátima Bernardes vivenciou.

Em entrevista à jornalista leda Nagle, Ana Paula revelou que sofreu uma crise de pânico enquanto realizava uma viagem de avião na época em que ainda atuava como jogadora de vôlei.

Foi exatamente neste tipo de viagem que Fátima teve uma crise pânico anos atrás, após o nascimento de seus trigêmeos.

Viagem de avião e distúrbio de Ana Paula e Fátima

Durante a conversa com Leda, Ana Paula lembrou sua trajetória no vôlei brasileiro. A atleta, que trouxe a medalha de bronze para o Brasil nos jogos de Atlanta (1996) e que está longe das redes há cerca de oito anos, revelou que a decisão de se aposentar partiu depois de uma crise de pânico ocorrida em uma viagem entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

“No final da minha carreira, comecei a desenvolver uma síndrome do pânico. Eu, que viajei a vida inteira de avião. Mas aí eu comecei a querer sair de voo de avião. Quando a porta fechava eu falava: ‘Não quero, me deixa sair’. Foi um alerta pra mim. Em uma viagem, BH-RJ, a porta fechou e eu sentada ali falei: ‘esse avião vai cair’ na minha cabeça. A aeromoça viu que eu estava branca, perguntou se eu estava bem. E eu falei que não, que eu precisava sair. Foi aí que eu pedi ajuda para a minha psicóloga”, contou Ana Paula, sobre o gatilho para seu transtorno e o início de seu tratamento com a especialista que a acompanhava há mais de dez anos.

De modo semelhantes, Fátima Bernardes vivenciou uma crise de pânico. A apresentadora contou que, após o nascimento de seus filhos trigêmeos, em 1997, desenvolveu um medo intenso de morrer. "Era assim: 'Meu Deus, eu tive três filhos ao mesmo tempo e eu tenho que ficar viva'", revelou em entrevista à rádio CBN.

Fátima explicou que a primeira manifestação de pânico surgiu nas vésperas do aniversário de dois anos de seus filhos, quando teve de voltar de uma viagem a Nova York. Ela tomou um tranquilizante para dormir no avião, mas o remédio teve efeito rebote e "acelerou seu corpo", gerando uma crise de ansiedade séria a ponto de causar taquicardia e suor nas mãos.

Após identificar o problema, Fátima revelou que decidiu tratá-lo em terapia com a ajuda de um psicólogo – assim como fez Ana Paula. Desde então, a apresentadora afirmou que sua condição melhorou muito. “Eu acho que eu passo por altos e baixos, às vezes estou bem e paro a terapia, às vezes fico mal e retomo", contou ela.

Pânico

A condição síndrome do pânico pertence ao grupo de transtornos de ansiedade, ou seja, distúrbios que têm em comum a estimulação de reações de luta e fuga do organismo, fazendo com que o sistema nervoso fique hiperativado e em estado de alerta.

No caso do pânico, surgem episódios repentinos de uma forte sensação de medo, seguida da impressão de que algo muito ruim acontecerá.

Episódios de pânico podem ser desencadeados por qualquer circunstância ou por ataques esperados - em que já é sabido que determinada situação é um fator desencadeante. A periodicidade e a duração das crises variam para cada paciente.

"Há casos em que há ataques um tanto quanto frequentes, como um por semana, durante meses. Outros com pequenos surtos ainda mais frequentes, como diários, por exemplo, com intervalo assintomático de semanas ou meses. E ainda os menos contínuos, que duram muito tempo, como dois por mês", explica o psiquiatra Rafael Brandes Lourenço.

Sintomas do pânico

Os sintomas o pânico incluem: palpitação ou taquicardia, suor excessivo, tremores, falta de ar ou sensação de sufocamento/asfixia, dor ou incômodo no tórax, enjoo, desconforto no abdômen, tontura, instabilidade ou vertigem, desmaio, boca seca, calafrio ou ondas de calor, formigamento ou sensação de anestesia, sensação de irrealidade, despersonalização ou indiferença, em que a pessoa sente-se distanciada de si mesmo, medo de enlouquecer, adoecer ou morrer.

Tratamento

Quadros de pânico são possíveis de serem curados e o quanto antes o diagnóstico for feito, melhor. O primeiro passo é pedir o atendimento de um psiquiatra. Se a doença for confirmada, tratamento com medicamento será iniciado – antidepressivos e remédios para ansiedade.

A ajuda do especialista também é necessária para a psicoterapia, a fim de curar o medo de ter novas crises.

“O tipo de terapia com maior evidência de melhora para transtorno do pânico é o cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a modificar e controlar pensamentos automáticos e errôneos - como a ideia de que a crise pode levar à morte -, reconhecer que deixar de sair de casa por ansiedade causa prejuízos, aprender a relaxar e lidar com os fatores que desencadeiam as crises", ressalta Lourenço.

Ansiedade e pânico

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