Quando a ansiedade precisa de tratamento? Aprenda a identificar esses sinais

Assim como o termo “bipolar” se popularizou e é usado erroneamente para descrever alguém que varia de humor ou muda de opinião com facilidade, cada vez mais pessoas se definem como ansiosas. Afinal, quando a ansiedade deixa de ser natural e se torna patológica?

Apesar de ser associada com mais frequência a sentimentos negativos, sentir ansiedade é natural e até necessário para que as pessoas não se tornem apáticas diante dos acontecimentos do dia a dia.

Na prática, o lado bom da ansiedade age como um impulso que nos motiva a resolver algo ou viver um momento da melhor forma possível. “Serve para nos empenharmos mais, não perder a hora, nos dedicarmos”. explica a psiquiatra Manuella D’Avino, da ECare, rede de saúde mental.

Quem nunca sentiu aquele frio na barriga antes de um compromisso diferente, um reencontro ou uma viagem?

Até aí, tudo certo! O problema começa quando os pensamentos sobre o futuro se tornam mais intensos que o próprio presente. E o sentimento que antes vinha à tona somente em ocasiões especiais ou fora da zona de conforto se manifesta com mais frequência.

Perceba os sinais

O primeiro sinal de que a ansiedade se tornou algo que pode prejudicar a sua saúde é a dificuldade de relaxar e manter o controle em determinadas situações. Você se sente tenso a maior parte do tempo.

“Traz desconforto no dia a dia. Você sente um frio na barriga sem estar acontecendo nada. A falta de controle diante desse sentimento também provoca pensamentos negativos de que tudo vai dar errado e insegurança sobre si mesmo”, detalha a psiquiatra.

Com o tempo, esse desequilíbrio emocional resulta em insônia, náuseas recorrentes, aumento ou diminuição do apetite e até formigamento pelo corpo.

Casos mais graves

Se o tratamento não for iniciado, o problema pode evoluir para sintomas mais graves como insegurança e medo excessivos, que impedem a superação de desafios e paralisam as funcionalidades. Assim, se torna difícil desempenhar tarefas simples do cotidiano, manter o foco no trabalho e até em momentos de lazer, como assistir a um filme.

Diante dessa situação, quem está com ansiedade começa a ter pensamentos catastróficos constantes. Isso quer dizer que há uma tendência para ampliar e intensificar os fatos.

Para o ansioso, uma pequena alteração em um exame de sangue pode se transformar em uma doença grave. “Mesmo sem indícios ou nada que comprove, a pessoa ansiosa tende a ampliar o problema. Começa a achar que vai morrer e piora sua real condição”, diz a psiquiatra. São situações imaginárias que se cria em relação ao futuro e que prejudicam o presente.

A evolução do quadro também pode levar a outras doenças e desequilíbrios emocionais como depressão, síndrome do pânico, fobias, gastrite, hipertensão arterial e dores crônicas.

Pode acontecer comigo?

Além de fatores genéticos (casos em que o paciente tem histórico familiar da doença), o ambiente comportamental em que vivemos, traços da personalidade e como lidamos com as tensões do cotidiano também determinam um grupo de risco.

O exagero de autocrítica, por exemplo, é uma atitude que dificulta a aceitação do erro e potencializa as frustrações. Geralmente, quem age dessa forma tem mais dificuldade para se recuperar quando não obtém sucesso em algum aspecto. Trabalhar sob pressão ou em ambientes desgastantes, privação de sono e momentos difíceis que exigem equilíbrio emocional e físico também são condições propícias para que a ansiedade se instale.

Tratamento e prevenção

A ansiedade patológica tem tratamento, que é feito com medicamentos associados à psicoterapia. O paciente também é orientado a iniciar hábitos de vida saudáveis e praticar exercícios físicos regularmente. Meditação, yoga e exercícios de respiração reduzem os sintomas e aceleram a recuperação.

Quanto mais rápido o tratamento for iniciado, menor é a chance de chegar aos estágios mais graves da doença. Ao se identificar com os sintomas, procure ajuda de um profissional. Se perceber sinais de ansiedade em alguém próximo a você, não deixe de oferecer apoio e alertar parentes e outras pessoas mais próximas.

A ECare é a maior de rede de saúde mental do Brasil. Você encontra profissionais qualificados que ajudam a manter mente e corpo em equilíbrio.