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Por que quem tem pedra na vesícula não pode comer banana?

Publicado 27 Jun 2018 – 04:00 PM EDT | Atualizado 20 Dez 2022 – 03:02 PM EST
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Banana é alimento contraindicado para quem tem pedra na vesícula Crédito: hanohiki/iStock

Estima-se que 10% da população mundial tenha pedra na vesícula, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Embora este quadro de saúde não apresente muitos sintomas na maioria das vezes, o cálculo biliar, quando causa uma crise, traz como uma de suas característica a dor intensa na região do abdômen. E esta cólica pode ser piorada pela ingestão de certos alimentos.

Pedra na vesícula: por que a banana é contraindicada?


De acordo com o gastroenterologista do Instituto Endovitta André Augusto, a banana é composta por substâncias colocinéticas, responsáveis pela contração da vesícula.

Assim, pessoas que têm o problema costumam sentir muita dor quando o órgão se contrai na presença dos cálculos. “As pessoas acham que a banana faz a pedra aparecer. Mas, na verdade, a banana faz você ter a crise de dor, ter cólicas biliares”, explica Augusto.

Quem não apresenta pedras na vesícula não corre o risco de sentir dor pela contração do órgão após a ingestão de bananas.

Alimentos evitados por quem tem pedra na vesícula


Além da banana, outro alimento que possui substâncias colocinéticas em sua composição é o ovo. Ele não deve ser consumido por pacientes que desejam evitar cólicas biliares.

Já alimentos gordurosos, como carnes ricas em gordura, embutidos e gorduras animas, devem ser evitadas na dieta para que novas pedras não se formem e para que o atual quadro de saúde não sofra complicações.

Como se formam as pedras na vesícula?


A vesícula biliar é um órgão localizado abaixo do fígado e responsável pelo armazenamento da bile, um fluido que digere, excreta, capta nutrientes e regula o mecanismo intestinal do corpo.

“O fígado filtra e joga fora o que não presta através da bile, como resíduo de remédios, gordura, comida que a gente não aproveita mais. A vesícula só guarda, é um reservatório, não produz nada”, explica o gastrocirurgião da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo Alexandre Sakano.

É a partir do acúmulo desses resíduos, principalmente da cristalização de partículas de colesterol, que as pedras na vesícula se formam dentro do órgão. “A pedra se forma porque a bile fica muito espessa e produz detritos, que formam os cálculos”, conta o gastroenterologista André Augusto.

Sintomas de crise na vesícula


Quadros de pedra na vesícula costumam ser assintomáticos e o diagnóstico é feito após o exame de ultrassonografia.

Já as crises na vesícula costumam vir acompanhadas de dores no abdômen, especificamente do lado direito, dificuldade de digestão, náuseas e vômitos.

A recomendação dos especialistas é que um médico seja procurado para avaliar o quadro de saúde do indivíduo e indicar o tratamento adequado para ele.

Como evitar a formação de pedra na vesícula


Alguns fatores podem desencadear a formação das pedras, como predisposição genética, sedentarismo, dietas ricas em gordura, obesidade e idade. “O cálculo biliar é mais predominante acima dos 40 anos e no sexo feminino. Isso provavelmente ocorre pelas alterações hormonais inerentes a essa faixa etária, que propiciam a criação do cálculo”, avisa o gastroenterologista do Hospital Samaritano de São Paulo Dario Jose Del Carlo Romani.

Por isso, para evitar que pedras se formem dentro da vesícula, uma alternativa é levar uma vida menos sedentária, combater o sobrepeso, manter uma alimentação pobre em gordura e rica em fibras. “Essas medidas podem reduzir as chances. Mas não significa que ela não vai ter. Cada caso é um caso”, alerta Sakano.

Riscos


A falta de cuidados de tratamento adequado para as pedras na vesículas podem causar a inflamação do órgão. Outra situação de risco é a migração do cálculo da vesícula para o pâncreas, provocando uma pancreatite no organismo, ou para o fígado, causando uma icterícia. “Por isso que qualquer sintoma deve ser investigado”, diz Augusto.

Como tratar?


A solução para a pedra na vesícula oferece dois tipos de tratamento: cirurgias ou administração de antibióticos.

A cirurgia para retirada da vesícula é feita por laparoscopia, em que pequenos cortes são realizados no abdômen do paciente. “É uma cirurgia simples. É o procedimento mais realizado em mulheres, depois de cesáreas e do parto normal”, conta Augusto.

Já a administração de antibióticos é feita em pessoas que apresentam algum tipo de contraindicação que as impossibilite de realizar a cirurgia de remoção da vesícula. O medicamento, receitado pelo médico, ajudará o paciente na dissolução da pedra.

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