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12 pessoas morrem após tentar método de emagrecimento popular: entenda riscos

Publicado 14 Jun 2018 – 06:24 PM EDT | Atualizado 14 Jun 2018 – 06:24 PM EDT
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Um método comum para emagrecer recebeu atenção redobrada da Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, em comunicado publicado no site oficial do órgão. Em comunicado, a FDA alerta sobre 12 casos de mortes após a colocação de balões intragástricos.

Mortes causadas por balão intragástrico

De acordo com a FDA, a maioria dos casos verificados pela agência aconteceu três semanas e meia após pacientes realizarem o procedimento de colocar o balão intragástrico. As mortes ocorreram nos últimos dois anos, sendo sete delas apenas nos EUA.

Para o gastrocirurgião e endoscopista Eduardo Grecco, as mortes citadas pela FDA podem estar relacionadas a dois fatores: procedimentos realizados em ambientes inadequados ou problemas de adaptação à nova realidade alimentar do paciente.

“O balão por si só não causa morte. O não entendimento do procedimento pode levar à ruptura do estômago ou fazer com que o paciente broncoaspire o alimento. Outra possibilidade que pode levar ao óbito é realizar a inserção do produto em locais inapropriados, sem o uso de anestesias.”

O que é o balão intragástrico

O balão intragástrico trata-se de um balão de silicone colocado no estômago do paciente e depois preenchido, geralmente, com uma solução salina ou com gases. O intuito do balão é aumentar a sensação de saciedade pelo organismo, uma vez que ele provoca a distensão do órgão no qual é alojado.

A técnica é amplamente utilizada no Brasil, e chegou ao país há cerca de 20 anos para tratar, em um primeiro momento, pessoas com obesidade mórbida. “O balão era colocado em obesos mórbidos para que eles perdessem um pouco de peso e pudessem, em seguida, realizar a cirurgia bariátrica. Depois, percebeu-se que ele também servia para tratar pessoas com obesidade de grau I”, explica o gastrocirurgião Eduardo Grecco.

Como é a adaptação?

Grecco explica que o balão intragástrico é colocado no estômago do paciente por endoscopia. O ideal é que o item fique alojado no sistema digestivo por seis meses – existem produtos que resistem no organismo por um ano.

Neste período, segundo o especialista, o paciente pode notar forte redução de peso. “No primeiro mês, verifica-se uma perda de 10% do total do peso que a pessoa tem. Isso a estimula. Nos demais meses, ela chega a perder de 15 a 20% do peso”, explica Grecco.

Apesar da grande perda de peso, o gastrocirurgião alerta que o balão em si não faz com que o paciente perca peso. “Após seis meses, o balão é retirado do estômago. É o momento para o paciente estar pronto para viver sem ele. Por isso é importante o acompanhamento tanto do nutricionista quanto do psicólogo Busca-se, nesses seis meses, reeducar o paciente quanto sua alimentação.”

Sintomas de rejeição

Depois que o balão intragástrico é colocado no estômago, é comum que pacientes sintam náuseas, vômitos e cólicas. Afinal, trata-se de um corpo estranho inserido no organismo.

Entretanto, se os desconfortos persistirem, Grecco recomenda que o paciente procure um médico para avaliar o quadro e uma possível remoção do balão. “O normal são 72 horas de efeitos colaterais. Em uma semana o paciente está adaptado. Se ele continuar sentindo-se mal, deve ir ao hospital. Lá, ele será avaliado durante 15 e 20 dias. Se durante este período os desconfortos continuarem, o balão deve ser retirado.”

O endoscopista Manuel Galvão, do Instituto Endovitta, explica que, embora exista o risco de algumas complicações derivadas do balão intragástrico, ele é raríssimo. "É menor que o risco da bariátrica", afirma.

Além dos perigos inerentes a qualquer cirurgia, como trombose e sangramento, pode haver rompimento do balão, perfuração de órgãos, obstrução do intestino, infecção ou úlceras. Todos estes problemas, no entanto, podem ser tratados com o acompanhamento médico adequado.

Combate à obesidade

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