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O que é pirulito que tira fome e por que Kim está sendo criticada por divulgá-lo

Publicado 18 Mai 2018 – 04:51 PM EDT | Atualizado 18 Mai 2018 – 04:51 PM EDT
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A socialite Kim Karsahian se envolveu em mais uma polêmica. Dessa vez, a esposa do rapper Keane West foi acusada de incentivar, ainda que indiretamente, distúrbios alimentares.

Tudo começou após a modelo, que tem mais de 111 milhões de seguidores no Instagram, publicar um post patrocinado por uma empresa divulgando um novo pirulito. Entenda a polêmica:

Kim é acusada de incentivar distúrbios alimentares

Membro do clã Kardashian, conhecidos por estrelarem um reality show sobre a rotina da família milionária em Los Angeles, nos Estados Unidos, Kim está sendo chamada de irresponsável pelos seguidores após publicar uma foto em suas redes sociais de chupando um pirulito inibidor de apetite.

“@flattummyco acabou de lançar um novo produto. Eles são pirulitos inibidores de apetite e são literalmente irreais”, escreveu Kim da legenda da foto.

Líder no ranking de maiores influenciadores digitais do mundo, Kim foi prontamente criticada por internautas e a própria imprensa internacional por ajudar a divulgar um produto sem falar suas contraindicações e ainda contribuir de maneira indireta para uma estratégia não saudável de emagrecimento, que seria o jejum forçado.

A polêmica foi tamanha que a socialite deletou a legenda original da foto, deixando apenas a marcação da empresa na foto, a Flat Tummy Co (algo como Companhia Barriga Chapada).

Como funciona o pirulito que tira a fome?

Segundo o site oficial da marca, os pirulitos divulgados por Kim Kardashian são supressores de apetite feitos com satiereal, "um ingrediente ativo seguro e clinicamente testado extraído de plantas naturais" que ajudaria a "maximizar a saciedade".

De acordo com as instruções da empresa, indica-se consumir de uma a duas unidades por dia para bloquear a fome.

Por que inibir o apetite é perigoso

No Brasil, produtos como o divulgado pela socialite já causaram – e ainda causam – muita polêmica. Em 2011, uma determinação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de medicamentos que suprimem a fome pois podem oferecer sérios riscos à saúde se usados de modo negligente e sem recomendação e acompanhamento médico.

Primeiramente, ao inibir a fome, o indivíduo está mascarando um sintoma natural do corpo que indica que ele precisa se nutrir e assim, consequentemente, passa a ingerir uma menor quantidade de alimentos.

De acordo com a nutricionista Maria Flávia Sgavioli, isso se torna perigoso, sobretudo, aos praticantes de atividades físicas, que necessitam de uma quantidade calórica maior.

Segundo ela, um homem adulto saudável ingere, em média, 2.000 kcal por dia e uma ingestão calórica de valor menor pode causar problemas físicos. "A pessoa pode ficar totalmente nauseada, ter tonturas ou mesmo desmaiar e ter câimbras", explica Sgavioli.

Além do mais, segundo a especialista, o método de mascarar a fome pode até causar emagrecimento, mas há risco de a pessoa engordar novamente em um curto intervalo de tempo. O estresse causado no corpo pela alta restrição alimentar pode gerar, ao longo prazo, efeito rebote e mudanças no centro de apetite e saciedade do sujeito. Isso tornaria a manutenção do novo peso muito mais difícil.

Inibir o apetite é um perigo, sobretudo, para quem sofre ou tem tendência a desenvolver distúrbios alimentares como a anorexia, condição em que o indivíduo tenda evitar ao máximo o consumo de quaisquer alimentos com medo exacerbado de engordar.

Posts como o de Kim fazem sucesso, sobretudo, nos Estados Unidos, país onde se estima que 20 milhões de mulheres e 10 milhões de homens terão algum transtorno alimentar em algum momento de suas vidas.

Ditadura da magreza e seus efeitos:

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