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Chega de sofrer com a rinite: há uma 'vacina' que promete amenizar sintomas

Publicado 20 Abr 2018 – 05:01 PM EDT | Atualizado 25 Mai 2022 – 06:14 PM EDT
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Rinite alérgica Crédito: dragana991/Getty Images/iStockphoto

Coriza, coceira, nariz entupido, olhos lacrimejantes e muitos, mas muitos espirros: quem sofre de rinite pode não correr grandes riscos de complicações, mas enfrenta constantemente uma série de sintomas para lá de incômodos que chegam a atrapalhar algumas tarefas diárias e causar muito mal-estar.

O que muitos não sabem é que já existe uma solução que promete eliminar completamente este desconforto, dando ao paciente mais qualidade de vida. Trata-se da imunoterapia, um tratamento conhecido popularmente como " vacina contra a rinite".

Tratamento promete eliminar sintomas da rinite

Diferentemente da gripe ou resfriado, a rinite não é causada por vírus, mas sim uma inflamação que ocorre na mucosa nasal em resposta a algum estímulo entendido pelo sistema imunológico como ameaça . Assim, nada mais é do que um mecanismo de defesa para expulsar invasores.

O quadro de rinite pode ser de dois tipos: não-alérgico (ligado a fatores diversos, desde medicamentos até certos hormônios e alimentos) e alérgico (causado por alérgenos como poeira, ácaros, plantas, perfumes, etc.).

É neste último caso, o tipo mais comum da doença, que age a imunoterapia contra a rinite, prometendo resultados animadores.

"Vacina" contra rinite alérgica: como funciona?

Feita a partir do agente causador da alergia, chamado de antígeno, a fórmula e aplicação são inteiramente personalizadas e, por isso, nem sempre surtem os mesmo efeitos em todas as pessoas.

Segundo o alergologista Marcelo Vívolo Aun, do Hospital Oswaldo Cruz (SP), o método busca modificar, aos poucos, o sistema imunológico do paciente para que ele se torne mais resistente aos agentes que lhe causam alergia.

Por isso, o tratamento é contínuo e requer que o medicamento seja aplicado pouco a pouco e por anos. "Os resultados não são instantâneos, pelo contrário, podem demorar meses ou anos para aparecer", afirma.

Segundo Aun, no começo, os pacientes começam com aplicações semanais da "vacina" com uma quantidade leve do princípio ativo. Caso não haja nenhuma resposta negativa, a fórmula é reforçada e a administração, reduzida, podendo chegar à frequência de uma vez ao mês, apenas.

Quanto tempo o indivíduo deverá ficar sob tratamento e o valor das vacinas varia de caso a caso. Em geral, os tratamentos podem durar de 1 a 5 anos.

Cura a rinite?

Apesar do nome "vacina", o tratamento não faz com que o paciente deixe de ser alérgico e nem o imuniza contra reações alérgicas, apenas atenua sua sensibilidade ao agente causador da alergia, que é detectado por exame prévio. Assim, a rinite não é curada, mas pode tornar-se completamente imperceptível com o tempo.

Esse tipo de tratamento, que não cura a doença, mas melhora seus sintomas, é chamado de imunoterapia. “Diferente das vacinas anti-infecciosas, ela não objetiva evitar alergia no futuro, mas sim é uma forma de tratamento para melhorar os sintomas do paciente”, explica o alergologista do Hospital Oswaldo Cruz.

É eficaz mesmo?

Um estudo de 2016 feito pelo otorrinolaringologista Edmir Américo Lourenço, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP), concluiu que o uso contínuo da imunoterapia foi capaz de eliminar as crises de espirro, coriza e coceira em 79% voluntários.

O experimento contou com a participação de 281 pacientes. Primeiro, foram realizados exames para identificar o agente causador de alergia em cada um. Depois, os voluntários foram submetidos à imunoterapia personalizada.

A conclusão foi de que o tratamento "demonstrou eficácia em reduzir os sintomas de coceira, espirro, rinorreia [corrimento de muco nasal] e congestão nasal em pacientes com rinite alérgica, provando ser uma importante ferramenta terapêutica contra esta patologia."

Quem pode tomar?

Esse tipo de tratamento é indicado para pacientes com sintomas persistentes e com mais de uma doença alérgica ao mesmo tempo (por exemplo: rinite e asma).

Entretanto, vale ressaltar que o acompanhamento especializado é indispensável durante o tratamento, já que a vacina, sendo feita a partir do agente causador da alergia, pode desencadear reações alérgicas locais e generalizadas.

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