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O que é a síndrome que afetou Marcos Pasquim e pode gerar pânico e paralisação?

Publicado 29 Jan 2018 – 03:50 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 04:38 PM EDT
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Marcos Pasquim é um dos famosos que tiveram coragem de revelar ao público seus problemas psiquiátricos e ajudaram e desconstruir mitos e tabus em torno do tema, que ainda sofre muito estigma.

Hoje já tratado, o ator revelou em entrevista que sofreu com um tipo de transtorno de ansiedade bastante específico e que nem sempre é tratado com a atenção devida: agorafobia.

Segundo seu relato, a condição começa aos poucos, com crescente sensação de medo a situações que antes eram consideradas inofensivas. Se não tratado, o quadro pode comprometer inteiramente a qualidade de vida do indivíduo, levando até ao isolamento e à síndrome do pânico.

Agorafobia: a síndrome de Marcos Pasquim

De acordo com o psiquiatra Rafael Brandes Lourenço, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a  agorafobia é uma síndrome caracterizada pelo medo súbito de não conseguir fugir de determinadas situações ou locais, caso algo ruim aconteça.

Por isso, os sintomas da doença estão sempre acompanhados de pensamentos ruins, à espera de uma desgraça. Geralmente, surgem em episódios em que há multidões ou impossibilidade de fuga, como engarrafamento, elevador, avião, festas, entre outros.

Foi o que aconteceu com Pasquim, conforme contou no Programa "Encontro", da Rede Globo. "Começou com pensamentos. Eu fui para uma viagem e, na época, minha namorada - hoje minha esposa - subiu em uma pedra e eu falei: 'Desce daí'. Eu nunca tive medo de altura nem nada, e, quando falei 'desce daí', pensei: 'Essas palavras não são minhas", relatou sobre os primeiro indícios.

Ao retornar ao Rio de Janeiro, onde mora, o ator conta que sentiu os sintomas se agravando a ponto de um dia subir em sua moto e se perguntar se conseguiria chegar ao mecânico, caminho usual em sua rotina, sem cair.

Com o agravamento dos sintomas, incluindo físicos, o ator sentiu que aos poucos estava perdendo sua própria liberdade e resolveu procurar ajuda profissional.

Para tratar o problema, Pasquim procurou um psiquiatra e fez acompanhamento médico com intervenção medicamentosa por 5 anos. Atualmente, o ator se diz recuperado.

Como reconhecer os sintomas de agorafobia?

O medo de que algo aconteça é intensificado pelas reações físicas do corpo aos pensamentos ruins e, por isso, pode haver taquicardia, falta de ar, tonturas, dor no peito e ansiedade.

Segundo o especialista, isso acontece porque o cérebro libera uma série de substâncias que geram reações físicas e emocionais ao identificar uma situação de perigo, mesmo que ela não seja real.

Normalmente, essa reação é desejável, já que coloca o indivíduo em estado de alerta diante do perigo. No entanto, quando se torna muito frequente e surge em ocasiões injustificadas, caracteriza um distúrbio que pode comprometer gravemente a qualidade de vida do paciente.

Segundo Pasquim, uma das consequências do problema é a paralisação diante destas situações, mas outras complicações são possíveis.

Caso a pessoa não se trate, o transtorno pode evoluir para síndrome do pânico, fazendo com que o indivíduo vá limitando suas tarefas e caminhe, aos poucos, à reclusão quase total.

Tratamento

O grande problema da síndrome é que, muitas vezes, os pacientes menosprezam seus efeitos até se encontrarem em um grave quadro de reclusão domiciliar, depressão e ansiedade.

Agorafobia não é algo que o indivíduo consiga tratar sozinho. Por isso, com o devido acompanhamento médico, serão receitados medicamentos capazes de reduzir o efeito do sistema de alerta, fazendo com que os sintomas de taquicardia e falta de ar desapareçam e a pessoa, pouco a pouco, volte a encarar com normalidade as atividades cotidianas.

Doença dos famosos:

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