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Hoje com 3 anos, menina pode ter sido bebê mais prematuro a viver: nasceu com 5 meses

Publicado 13 Nov 2017 – 02:42 PM EST | Atualizado 15 Mar 2018 – 11:33 AM EDT
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Um bebê desafiou a medicina ao sobreviver a um parto extremamente prematuro. A menina, que não teve o nome revelado pela família, era esperada somente para novembro de 2014, mas nasceu em julho, com pouco mais de 21 semanas de gestação. Seus médicos acreditam que ela é o bebê mais prematuro a sobreviver já relatado.

O caso, que aconteceu no Texas, nos Estados Unidos, veio à tona em 2017, após os médicos responsáveis publicarem um estudo na revista científica Pediatrics relatando o caso supostamente inédito.

Em entrevista ao jornal americano Today, a mãe da criança, que hoje está com 3 anos, revelou que mesmo após os médicos afirmarem que as chances de a bebê sobreviver eram mínimas, ela insistiu para que os especialistas tentassem ressuscitá-la após o parto.

Nos Estados Unidos, tanto as sociedades obstétricas quanto pediátricas recomendam uma avaliação crítica sobre as reais possibilidades de recuperação do recém-nascido extremamente prematuro porque, ainda que o bebê sobreviva, as chances de ter problemas graves de desenvolvimento cognitivo são grandes.

“Quando estamos em um hospital, a gente faz tudo para salvar uma vida. O tudo para salvar uma vida, entretanto, não quer dizer que é sempre a melhor opção. Às vezes, ainda que o médico faça o coração voltar a bater, a pessoa perde as habilidades cognitivas e ficará vegetando para o resto da vida”, explica o obstetra e ginecologista brasileiro especializado em reprodução humana Augusto Bussab.

A bebê ficou internada em uma UTI neonatal até completar 39 semanas. Nesse período, seu peso aumento de 410 gramas para 2,5 kg. A responsável pela criança não mostrou fotos recentes, mas afirmou que ela está bem e não apresenta deficiências ou problemas no desenvolvimento. 

Bebês prematuros: problemas de desenvolvimento

O caso dessa bebê chama atenção da sociedade científica devido à quantidade de órgãos e sistemas que ainda haviam sido formados no organismo quando ela nasceu.

De acordo com Bussab, os pulmões ficam maduros somente após 36 semanas. Por isso, a necessidade de equipamentos de respiração em bebês que nascem antes de 9 meses completos.

O problema no caso de bebês muito prematuros, como foi o que aconteceu no Texas, é que nem sempre os tubos de respiração são pequenos o suficiente para serem encaixados na via aérea do bebê.

Além do mais, o tecido nervoso ainda está muito vulnerável. Os vasos sanguíneos em seus cérebros são tão frágeis que eles são propensos a quebrar e causar sangramentos grandes no cérebro, agravando ainda mais a situação do recém-nascido.

"Essa é uma vitória e toda vitória deve ser consagrada, mas não podemos colocar a exceção como regra", diz Bussab ao explicar que, infelizmente, a grande maioria dos casos de prematuros está atrelada a problemas de desenvolvimento nos primeiros dias ou na infância. 

De modo geral, a doenças mais comuns nesses casos são: paralisia cerebral, dificuldade em andar ou correr, perda de parte ou de toda a visão e dificuldades de aprendizagem. 

Incubadora por muito tempo: quais as consequências?

É natural que bebês prematuros ou que nascem muito abaixo do peso permaneçam alguns dias na incubadora. Segundo o obstetra, esse período serve para que o recém-nascido consiga ganhar peso e desenvolver alguns órgão. 

Se, por um lado, o aparelho é extremamente útil no desenvolvimento dos pequenos, por outro ele pode acarretar alguns problemas de saúde, dependendo de quanto tempo o bebê passa lá. "O bebê que fica muito tempo na incubadora pode ter problemas de audição, por conta do barulho, problemas na retina, por causa do oxigênio", conta o especialista. 

Doenças comuns em bebês:

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