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Limpeza uterina: o que é e para que serve prática que usa ervas na vagina? É seguro?

Publicado 30 Out 2017 – 05:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:16 PM EDT
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As terapias alternativas da ginecologia natural têm atraído mulheres que desejam ter mais autonomia e conhecimento de seus próprios corpos.

Uma das práticas mais polêmicas é a limpeza uterina, a qual promete amenizar traumas e problemas ginecológicos. Entenda:

Por que é preciso limpar o útero?

A ginecologia natural acredita que os desequilíbrios e doenças femininas têm base emocional e energética. Para essa filosofia, o útero é o centro de força da mulher que carrega todas as informações de vida, como traumas, dificuldades e abusos.

Assim, limpá-lo poderia beneficiar todas as mulheres, visto que o machismo que ainda impera em parte da sociedade pode resultar em questões marcantes e traumáticas.

Quem pode fazer?

Algumas podem se beneficiar mais pela limpeza energética, como as que passaram por violências de gênero, relacionamentos abusivos, término de relacionamento, desequilíbrios ginecológicos ou as que queiram limpar crenças, energia adquirida pelos ancestrais ou em relações sexuais. 

Contraindicação

Grávida e lactantes não devem fazer a limpeza, já que ela deve ser feita em um período tranquilo e alguns dos chás podem ser prejudiciais a essas mulheres.

Se a região estiver machucada, é necessário buscar um médico antes de fazer o tratamento.

Como é feita a limpeza uterina?

Ervas que podem ser utilizadas: alho e babosa

Segundo a naturóloga, fitoterapeuta e facilitadora em ginecologia natural Ana Carolina Arruda, a  limpeza uterina pode ser feita com várias ervas, mas duas delas são mais populares: alho e babosa.

O primeiro tem ação antimicrobiana e serve para limpezas carnais e físicas, como no caso de quem foi abusada ou tem alguma doença ginecológica.

Já a babosa é voltada para o lado espiritual, sendo indicada para quem deseja acabar com crenças que barram a autonomia feminina, por exemplo.

"Não há uma planta melhor do que a outra, cada uma tem sua função", explica a facilitadora. 

Limpeza dura um mês

O processo completo dura um mês e é iniciado na fase da lua nova ou no fim da menstruação.

Ele consiste em tomar chás e florais de Bach - cujas ervas são escolhidas de acordo com o problema em questão - e introduzir a erva principal no canal vaginal.

"Como o alho é antibiótico e pode prejudicar a microbiota vaginal [conjunto de micro-organismos que vive em harmonia no canal], fazemos três dias de aplicação interna de lactobacilos específicos misturados com alguns líquidos, que são bactérias do bem. Depois, a mulher introduz o dente de alho descascado, orgânico e lavado, amarrado a uma linha, por sete dias, sempre colocando à noite e tirando pela manhã. Por fim, finaliza com mais três dias de lactobacilos", explica.

Cuidados

Durante o procedimento, o consumo de alguns produtos é contraindicado, como açúcar, álcool e tabaco, e relações sexuais com penetração não devem ser feitas nos dias em que há uso de babosa ou alho na vagina.

Também é recomendado ter um mês tranquilo e com menos eventos, visto que estes podem prejudicar a conexão consigo mesma. 

Acompanhamento necessário

Como se trata de um processo cercado de particularidades, segundo Ana Carolina, ele pode trazer à tona questões psicológicas intensas: "Surgem muitas intuições, emoções e memórias que devem ser anotadas e discutidas".

Para isso, é indicado realizar a limpeza energética com acompanhamento de uma especialista em ginecologia natural ou de um psicólogo. Há alguns grupos no Facebook, como o Laboratório de Ginecologia Natural, em que estes profissionais podem ser encontrados.

Riscos

A ginecologista Barbara Murayama contraindica a introdução de ervas e outros alimentos na vagina. De acordo com ela, eles podem causar infecções, lesões e queimaduras que podem colocar o útero em risco.

"Isso é uma coisa sem comprovação científica. As ervas têm de ser ingeridas oralmente para gerarem benefícios", ressalta, afirmando que não há estudos acerca do tema e, por isso, a eficácia não é conhecida.

A facilitadora em ginecologia natural Ana Carolina Arruda reconhece alguns riscos, mas de forma mais amena:

"O alho é uma substância que pode provocar ardência ou coceira, mas isso deve ser avaliado juntamente com o especialista para identificar se é uma irritação física, que peça a suspensão do tratamento, ou se faz parte do processo de limpeza emocional”, diz.

Ela ainda afirma que acompanha várias mulheres que fizeram o processo e se beneficiaram com a limpeza uterina. “Elas tiveram ótimos resultados de cura emocional e sentiram a mudança energética acontecer”, afirma.

Práticas da ginecologia natural

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