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Por que o número de casos de hepatite A está aumentando? O que fazer para evitar?

Publicado 25 Out 2017 – 05:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:33 PM EDT
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A cidade de São Paulo (SP) sofre um preocupante aumento no número de casos de hepatite A. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SP), de janeiro a setembro de 2017 foram confirmados 559 quadros da doença infecciosa.

O número representa um aumento de mais de 700% perante os 64 registados no mesmo período de 2016. Entenda o que pode estar por trás disso.

Por que número de casos cresceu?

A médica Geraldine Madalosso, da Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, lembra que o aumento começou em abril, teve um pico em julho e começou a decair a partir de agosto graças às políticas de prevenção.

"A infecção por hepatite A é rara porque geralmente ocorre em locais com higiene precária. Então, fomos investigar e descobrimos algumas motivações para o aumento", explica, elencando as possibilidades:

Reflexo de outros países

A representante afirma que o aumento pode ser reflexo do que está ocorrendo em outros 20 países que também registram expansão da doença, a qual é uma preocupação da Organização Mundial da Saúde.

O motivo para tal crescimento está principalmente nas práticas sexuais que envolvem o contato fecal-oral, que transmite o vírus.

Relação sexual desprotegida

Foi descoberto que 45% dos infectados na capital paulista tiveram relação anal-oral desprotegida e sem os devidos cuidados de higiene, o que aumenta o risco da condição.

Outros 45% não conseguiram identificar a via de contágio.

Água e alimentos contaminados em viagens

Os 10% restantes consumiram água e alimentos contaminados durante viagens a países em que não há adequadas condições de saneamento básico. 

Falta de vacinas é agravante

A médica Geraldine complementa que o aumento da demanda causa desabastecimento mundial de vacinas contra Hepatite A, o que é confirmado pela Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC).

Na rede pública brasileira, ela está disponível para crianças de até 5 anos e imuniza por toda a vida.

Já na rede especializada, pode ser tomada por adultos que têm algumas doenças ou passam por tratamentos que enfraquecem o organismo, como AIDS e quimioterapia respectivamente.

O que a doença causa?

Hepatite A é uma infecção altamente contagiosa causada pelo vírus VHA. Ela ataca o fígado, causando inflamação e prejudicando seu funcionamento. 

Em grande parte das vezes, a doença se resolve espontaneamente em alguns meses, mas há outras em que pode haver complicações, como necrose das células hepáticas, quadro grave que pode levar à morte.

Sintomas

Depois de contraído, o vírus fica encubado por aproximadamente duas semanas. Nesse período, ele não apresenta sintomas, mas já pode ser transmitido para outras pessoas.

Quando se torna sintomático, causa cansaço, enjoo, vômito, dor ou desconforto no abdômen, evacuações argilosas, falta de apetite, febre baixa, urina escurecida, dores nas articulações e pele e olhos amarelados.

Como é transmitida?

A mais provável forma de transmissão de hepatite A é por meio do contato oral com as fezes, o que ocorre se práticas sexuais - como o beijo anal, prática em que o ânus é acariciado com a boca ou a língua - forem realizadas de forma desprotegida. 

Em menor escala, condições ruins de higiene também favorecem o contágio, como no caso de água contaminada e alimentos mal lavados.

É necessário se preocupar?

A campanha de controle tem reduzido o aumento registrado, o que não torna a doença um grande perigo. Porém, é indicado seguir algumas recomendações para prevenir esse e outros acometimentos.

Como evitar?

Para afastar a exposição oral-fecal, é indicado higienizar a região anal e genital antes da relação, já que é repleta de micro-organismos potencialmente nocivos. Apesar do cuidado, não é necessário realizar duchas íntimas.

Usar um pedaço de camisinha ou um de papel filme descartável para cobrir toda a região anal também vale para evitar o contato direto da boca com a pele durante o beijo anal.

Já para evitar a transmissão pela alimentação, recomenda-se lavar muito bem os alimentos, evitar os de origem duvidosa e somente beber água potável.

Tipos de hepatites: previna-se

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