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Jogador tem ataque de pânico e abandona entrevista ao vivo: o que ocorre no corpo?

Publicado 19 Out 2017 – 10:41 AM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 08:46 AM EDT
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Durante participação no programa ABC News Breakfast, da rede australiana de televisão ABC, o jogador britânico de futebol Mitchell Austin teve uma aparente crise de pânico e retirou-se do set ao vivo.

Após a jornalista Georgie Tunny perguntar a Austin quais eram suas expectativas e de seu time para a próxima temporada, o atleta do time australiano Melbourne Victory respondeu, ofegante e nervoso, que havia sido um período difícil para ele.

Sem conseguir terminar sua resposta, ele se levantou, pediu desculpas e simplesmente abandonou o programa. A entrevistadora ficou sem reação e passou a palavra aos apresentadores do jornal, que, também atônitos, chamaram o quadro de previsão do tempo.

Ataque de pânico ao vivo

Posteriormente, ainda ao vivo, os três explicaram que Austin ficou um pouco nervoso durante a entrevista, mas já estava bem.

"Conversei com ele fora do estúdio e ele está completamente bem", disse Tunny. "Acho que 'deu branco' e ele teve um pequeno ataque de pânico, mas já está recuperado", explicou.

Assista ao momento:

O que acontece em uma crise de pânico?

Muitas pessoas não sabem, mas uma crise de pânico pode acontecer com qualquer pessoa e em qualquer momento de sua vida. Trata-se de uma condição em que há uma elevação abundante de adrenalina no organismo, causando inúmeros sintomas físicos.

"Em termos gerais, é um quadro agudo de nervosismo que pode ocorrer mesmo sem causa aparente. A medicina ainda não sabe explicar a origem do problema", afirma o professor Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg (Alemanha) e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Inclusive, pode acontecer inesperadamente, sem perigo por perto ou situação de estresse. 

Sintomas de uma crise de pânico

O especialista explica que é uma sensação de dor de curta duração, com pico, geralmente, nos 10 minutos, e que pode durar por, no máximo, 30 minutos. É comum o sentimento de que algo está errado.

Entre os diversos sintomas que podem aparecer estão dor na região do peito, falta de ar e a sensação de fechamento da garganta, tontura, formigamento na mão, sudorese, tremores, enjoo e muitos outros, pois variam de acordo com a pessoa.

A recomendação dos médicos é que, ao perceber os sintomas abruptos, o indivíduo procure se acalmar e entender que é uma condição passageira. Mas, em caso de dúvidas, é prudente buscar o atendimento médico para que exames ​possam ser feitos, já que a crise de pânico por vezes se confunde com infarto.

Síndrome do pânico

Quando o quadro ocorre cronicamente, é denominado síndrome do pânico e compromete a vida social, profissional e pessoal do sujeito. Trata-se de um transtorno de ansiedade, o que significa que ocorrem reações de luta e fuga do organismo, fazendo com que o sistema nervoso fique hiperativado e em estado de alerta.

Apesar de não ter causa conhecida, sabe-se que alguns fatores elevam o risco de ocorrência, como predisposição genética, nível muito elevado e recorrente de estresse, e personalidade ansiosa, mesmo sem caracterizar transtornos. 

Há casos em que os ataques podem acontecer semanalmente, durante meses, segundo explica o psiquiatra Rafael Brandes Lourenço, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

"Alguns pacientes podem ter pequenos surtos ainda mais frequentes, como diários, por exemplo, com intervalo assintomático de semanas ou meses. Há também os casos menos contínuos, que duram muito tempo, como dois por mês", explica o especialista.

Para tratar a síndrome do pânico é preciso procurar um psiquiatra, que provavelmente encaminhará para um tratamento multidisciplinar. 

Saúde mental 

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