null: nullpx
cordão umbilical-Tasaudavel

Assim como Fersoza e Teló, ator Felipe Simas armazenou sangue de sua bebê: veja como

Publicado 3 Out 2017 – 06:24 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:04 PM EDT
Compartilhar

Muitas famílias estão optando por congelar as células-tronco contidas no sangue dos bebês logo após o seu nascimento. Isso porque especialistas afirmam que essa é uma alternativa para tratar várias doenças que possam surgir ao longo da vida do indivíduo.

Bastante cara, a técnica é usada por alguns famosos. Thaís Fersoza e Michel Teló armazenaram o sangue do cordão umbilical dos dois filhos, Melinda e Teodoro.

Agora, Felipe Simas e Mariana Uhlmann, que há alguns meses se tornaram papais pela segunda vez, anunciaram que fizeram o mesmo procedimento quando a caçula, Maria, chegou ao mundo.

Felipe Simas armazena células-tronco de filha

"Pensando no futuro da nossa filha Maria decidimos guardar as suas células-tronco mesenquimais do tecido do cordão umbilical em seu nascimento. Esse tipo de célula-tronco está no tecido do cordão umbilical e pode regenerar ossos, músculos, cartilagem, gordura, pele, vasos sanguíneos. E por isso são a aposta da medicina para o tratamento de muitas doenças", escreveu o Simas em seu Instagram.

"Como o nascimento é uma oportunidade única para guardar essas células, não poderia deixar de dar para a Maria essa garantia de tranquilidade no futuro."

Armazenamento de células-tronco

Para que serve? 

O sangue do cordão umbilical é rico em células-tronco hematopoéticas, capazes de produzir elementos fundamentais do sangue. Esse material pode ser usado no tratamento de doenças relacionadas ao sangue e deficiências no sistema imunológico.

Pacientes com leucemia (originária da medula óssea), linfomas, diversos tipos de tumores, doenças originadas do sistema imunológico, do baço e anemias graves, entre outros, podem se beneficiar do material.

E, ainda, de acordo com informações do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), doenças não tão comuns, como as do metabolismo e as autoimunes, também podem ser tratadas com o transplante de medula.

O órgão afirma que, ao todo, cerca de 80 doenças, em diferentes estágios, podem ser curadas ou amenizadas com o transplante das células-tronco.

A médica Adriana Homem, diretora médica do Banco de Cordão Umbilical (BCU), explica que, ao ser retirado no nascimento do bebê, o sangue contido no cordão umbilical não sofre contaminação alguma e, por isso, não envelhece.

Desta forma, as células congeladas ficam inteiramente intactas. "O processo de envelhecimento só começa a partir do momento em que forem colocadas no paciente", diz.

Como são retiradas e armazenadas?

Quando a família decide fazer o procedimento, é preciso informar ao banco de células para fazer a coleta de sangue do cordão umbilical, que acontece logo após o nascimento do bebê.

Uma enfermeira faz uma punção em um vaso do cordão, que está preso à placenta enquanto ela ainda está acoplada ao útero. Em seguida, quando a placenta é retirada da mãe, é realizada uma nova coleta para garantir que uma grande quantidade de células-tronco seja captada. O procedimento é rápido e indolor para o bebê. 

Por fim, o material recolhido é acondicionado e transportado para o laboratório responsável por processar o sangue, momento em que as células brancas são separadas do restante do sangue - só elas são armazenadas, já que é lá onde as células-tronco estão.

Como as células-tronco podem ser usadas

Caso o paciente recuperar o material, o médico responsável por seu tratamento atual precisa entrar em contato com o banco privado que armazena as células do indivíduo.

Janaína Machado, gerente de produto da Cryopraxis, banco privado de sangue de cordão umbilical, conta que o procedimento não costuma ser burocrático e demora entre 15 a 20 dias para liberar o material.

“O hematologista do banco liga para o médico para pedir documentos e informações para poder fazer a liberação. Só é necessário fazermos antes testes exigidos pela vigilância sanitária para certificar que a célula é realmente daquele paciente e verificar a viabilidade celular do material”, diz.

As células também podem ser retiradas do banco para a utilização de um parente da pessoa que realizou o congelamento: é a chamada utilização aparentada. “Quem congelou e quem pretende receber as células deve fazer um teste de compatibilidade. Em caso de positividade, o banco pede uma autorização da Anvisa para fazer a liberação”, afirma Machado.

Já os bancos públicos funcionam de forma diferente: eles recebem doações voluntárias de pais que desejam disponibilizar as células-tronco de seus recém-nascidos para quem precisar. O material coletado fica disponível para todas as pessoas que se tratam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Vale a pena? Quando custa?

Nos bancos particulares, o preço da coleta e processamento das células-tronco gira em torno de R$ 3.500, podendo chegar a quase R$ 7 mil. Para manter o material armazenado no banco, a família precisa pagar em torno de R$ 650 anuais.

Mas vale ressaltar que a maior parte das doenças que podem ser tratadas com as células só responde a materiais de doadores. Isso porque as células do próprio paciente já podem estar "contaminadas" com a informação genética da doença desde o nascimento, ou até mesmo modificadas e, portanto, não seriam eficazes no combate da doença. 

No entanto, estudos estão sendo feitos para descobrir outras utilizações para as células-tronco.

A Anvisa produziu uma cartilha sobre o armazenamento do sangue do cordão umbilical para quem quiser obter mais informações sobre os bancos públicos. 

Saúde dos bebês 

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse