Sophia Alckmin mostra seu vitiligo e explica início da doença, que tem fundo emocional

A advogada e blogueira Sophia Alckmin revelou que tem vitiligo, doença que causa manchas brancas na pele. O relato da filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mostra como foi o início e desenvolvimento da condição e ressalta que ela não é motivo para sentir vergonha.

Sophia Alckmin tem vitiligo

Em seu Instagram, Sophia contou que as primeiras manchas surgiram após a morte de seu irmão, Thomaz, vítima de um acidente de helicóptero em 2015.

Ela também revelou que só aceitou a doença após se submeter a sessões de laser com o objetivo de recuperar a pigmentação das áreas esbranquiçadas e elas não gerarem resultado.

"Hoje, tenho [vitiligo] nas mãos, pés e ao redor dos olhos. (...) No fundo, todo mundo quando descobre alguma doença quer conversar com outras pessoas que também a tenham. Quando eu descobri não conhecia mais ninguém que tivesse. Mas, de verdade, hoje não me incomoda mais, tanto que nem penso nisso. Graças a Deus não afeta em nada a minha vida, poderia, no máximo, afetar a minha vaidade se eu permitisse. Enfim, tenho vitiligo e não me envergonho disso", escreveu.

O que é vitiligo?

Segundo a dermatologista Rossana Vasconcelos, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o acometimento afeta os melanócitos, células que produzem o pigmento da pele, melanina.

Na maioria dos casos, as manchas são bilaterais e simétricas, mas há pacientes que as manifestam em locais isolados ou somente um lado do corpo.

As regiões mais frequentes do vitiligo são em volta da boca, na ponta dos dedos, nos pés e na região genital. 

Prejuízo à autoestima

As manchas são mais discretas em indivíduos de pele clara e mais aparentes em peles negras. Em alguns casos, podem ter bordas escuras.

Apesar de não ser uma doença perigosa ou contagiosa, muitos pacientes se sentem inibidos pelo aparecimento das marcas, o que impacta negativamente na vaidade e autoestima.

Causa emocional é comum

A dermatologista explica que, assim como relatou Sophia Alckmin, as manchas geralmente são desencadeadas por problemas emocionais. "É frequente que o vitiligo surja após o paciente sofrer algum fato importante, como estresse no trabalho ou falecimento de entes queridos", ressalta.

"Nesses casos, é essencial que o indivíduo tenha apoio psicológico, tanto para aprender a conviver com a doença, quanto para controlar a mente e evitar novas manchas", explica Rossana. 

Outras causas

Ainda não estão claras quais são as causas do vitiligo, mas algumas teorias o atribuem a fenômenos autoimunes, em que o sistema imunológico ataca as próprias células que produzem melanina.

Além disso, o componente genético aumenta o risco de desenvolver a condição, mas não é determinante. "De 30% a 40% dos acometimentos podem ter relação familiar, mas há casos em que não há nenhum histórico", esclarece a médica.

Quando as manchas estão concentradas em apenas um local, podem, ainda, ser fruto de alterações em algum nervo. 

Tratamento do vitiligo

Se a causa do acometimento for autoimune, é possível amenizá-lo com corticosteroides tópicos ou sistêmicos, além de outras substâncias com efeito imunomodulador, tudo com acompanhamento médico.

Também é possível tratar a mancha já estabelecida com fototerapia ou cirurgia de enxerto de pele com melanócitos saudáveis. No entanto, os resultados variam de pessoa para pessoa.

Prevenção

O  vitiligo é incurável e não há como preveni-lo, mas é possível evitar o aparecimento das marcas uma vez que ele se manifesta.

Ter suporte emocional e evitar traumas, que podem desencadear novas manchas, são medidas indicadas.

Por fim, o uso de protetor solar é de suma importância para evitar que a despigmentação fique ainda mais evidente em contraste com a pele saudável.

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