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Pílula anti-HIV previne 100% a Aids? Como posso tomar no SUS?

Publicado 26 Out 2017 – 05:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:18 PM EDT
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A profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) deve chegar ao Sistema Único de Saúde ainda em 2017 e carrega com ela a esperança de evitar a infecção pelo vírus, especialmente em quem não se protege sexualmente. A seguir, saiba tudo sobre ela: 

O que é?

Com o nome comercial de Truvada, a PrEP é um dos métodos preventivos contra HIV. Ela evita o contágio com o vírus antes de ocorrer a relação sexual desprotegida com alguém infectado.

"Se tomado corretamente, o medicamento bloqueia importantes vias que o vírus utiliza para estabelecer uma infecção permanente. Assim, mesmo que haja o contato com o HIV, não haverá infecção", explica a infectologista Camila Martini, especialista em Imunizações e Medicina do Viajante e em Prevenção e Controle de Infecção.

O medicamento conta com 30 comprimidos, sendo que cada um deve ser tomado diariamente. O efeito protetor contra o HIV já começa a partir da segunda semana de uso para sexo anal e depois de 20 dias para o sexo vaginal.

Eficácia da PrEP

Se o remédio que previne Aids for tomado diariamente e sem esquecimentos, reduz em mais de 90% as chances de contaminação. "A maior eficácia está associada à prevenção combinada, como em conjunto com o uso regular de preservativo", ressalta a médica.

Pode parar de usar camisinha?

A PrEP não descarta a necessidade de usar preservativo, já que outras doenças sexualmente transmissíveis podem ser passadas pelo sexo desprotegido, como sífilis e gonorreia.

Assim, o medicamento não é um substituto da camisinha, mas um método adicional para evitar a infecção por HIV, oferecendo uma proteção extra.

Indicação

O remédio que evita HIV é indicado para pessoas com alto risco em adquirir a infecção. "Nesses casos, os benefícios superam os malefícios, como os efeitos colaterais", destaca a infectologista.

A estratégia do Ministério da Saúde é disponibilizar o medicamento para os casais sorodiscordantes (em que uma pessoa tem HIV e a outra não), profissionais do sexo, homossexuais e transgêneros.

Apesar das determinações, cada caso deve ser avaliado individualmente pensando em critérios como prática sexual desprotegida, diversidade de parceiros sexuais, histórico de doenças sexualmente transmissíveis e busca repetida por profilaxia pós-exposição (PEP), medicamento que evita HIV após sexo com infectado.

Quem tem HIV pode usar?

Não, apenas quem não tem o vírus poderá se beneficiar com o medicamento, visto que o controle do HIV já adquirido só é efetivo com o uso combinado de três antirretrovirais.

"O uso prolongado da PrEP por quem tem infecção pelo HIV poderia levar a uma resistência aos componentes da medicação, o que prejudicaria o tratamento", defende a especialista Camila Martini.

Efeitos colaterais da PrEP

Assim como todo medicamento, o Truvada também tem efeitos colaterais.

Em curto prazo

Pode haver enjoo, dor de estômago, perda de apetite e flatulência, mas essas reações não são comuns e geralmente duram pouco tempo e/ou ocorrem somente no primeiro mês de uso.

Em longo prazo

Em longo prazo, por gerar danos nos rins, sendo indicado um acompanhamento semestral para avaliar os efeitos da droga no organismo.

Contraindicação

Portadores de HIV, pacientes com disfunções renais prévias ou pessoas que não têm comportamento de risco no sexo, mesmo se pertencerem ao público-alvo, não devem tomar a PrEP.

Como conseguir a PrEP pelo SUS?

A partir de 1° de dezembro de 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) começará a disponibilizar o PreP em 35 serviços de 12 estados (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia e Amazonas).

Estima-se que os demais estados serão contemplados até o fim de 2018.

Quem se interessar em tomar o medicamento que previne HIV deve conversar com seu médico ou buscar um dos postos de atendimento do SUS que prestam o serviço. 

Além de tomar o medicamento, o programa inclui acompanhamento médico e realização de testes a cada trimestre ou semestre.

Luta contra a AIDS

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