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Rogéria lutava contra infecção urinária há meses; como caso pode se complicar tanto?

Publicado 5 Set 2017 – 11:38 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:30 PM EDT
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A atriz Rogéria morreu nesta segunda-feira (04), aos 74 anos, devido a complicações decorrentes de uma infecção urinária. A informação foi confirmada pelo hospital Unimed, da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde a atriz estava internada.

Rogéria teve infecção urinária grave

Em julho deste ano, a artista foi hospitalizada em uma clínica de Laranjeiras, na Zona Sul da capital fluminense, devido a uma infecção urinária que havia se tornado generalizada, mas recebeu tratamento e ganhou alta duas semanas depois.

Já em 8 de agosto, a doença voltou a se manifestar e levou a artista a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Unimed-Rio.

Nos últimos dias, o estado de saúde se complicou e ela sofreu choque séptico, condição caracterizada por uma infecção generalizada que leva a uma inflamação descontrolada do organismo.

A artista carioca, que já foi vedete e participou de novelas e programas de humor, deixa o legado de ter sido uma das primeiras transexuais a fazer sucesso na mídia.

Infecção urinária pode causar choque séptico

Segundo o urologista Flávio Áreas, do Hospital 9 de Julho, a infecção urinária é uma condição muito comum, mas isso não significa que não seja perigosa.

"As infecções urinárias vêm de fora pra dentro: a bactéria entra pelo canal da uretra e, na maioria dos casos, se aloja na bexiga", explica o médico. Nesse caso, o tratamento é mais simples e consiste no uso de antibióticos.

Contudo, se o paciente não se tratar corretamente ou tiver condições que debilitam o organismo, o micro-organismo pode continuar o trajeto por meio do ureter e chegar aos rins, criando uma infecção muito mais perigosa.

"Ela tem potencial de atingir a corrente sanguínea e disseminar a bactéria por todo o corpo, gerando o choque séptico, quadro gravíssimo que pode levar à morte, como ocorreu com a Rogéria", ressalta o especialista.

Fatores de risco elevam a chance de complicação

O risco de evolução para sepse é especialmente maior em pacientes que têm infecções urinárias de repetição.  "Nesses casos, o organismo fica resistente aos remédios que são sempre usados", explica o urologista.

O médico também ressalta que, após cada crise, é comum que o corpo entre em um processo de recuperação, em que fica mais frágil. No caso de Rogéria, as bactérias provavelmente aproveitaram este período para atacar novamente.

Como se proteger

"Para evitar isso, é indicado fazer o tratamento adequado e mantê-lo por alguns meses, a fim de proteger o corpo nessa fase. Exames de sangue, urina e mudanças de hábitos - como tomar água e evitar relações sexuais - também devem ser feitos nos meses seguintes, especialmente em quem tem esse problema com frequência", recomenda.

Além disso, idosos e pessoas com doenças que afetam o sistema imune são mais propícios a terem o problema, já que têm o organismo debilitado.

Sinais de infecção urinária e renal

A infecção na bexiga causa ardência, dor no canal da uretra, vontade incessante de ir ao banheiro e, em alguns casos, febre baixa. 

Já a infecção nos rins provoca dor na coluna lombar, febre alta, cefaleia, dores no corpo e vômito, mas nem sempre manifesta incômodo ao fazer xixi.

Apesar das diferenças, ambos os casos requerem auxílio médico, já que a falta de tratamento aumenta o risco de agravamento.

Riscos de infecção urinária

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