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Mulher descobre câncer de vulva após anos com coceira causada por inflamação

Publicado 3 Ago 2017 – 02:00 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Uma britânica de 44 anos desenvolveu câncer de vulva após sentir coceira na vulva . O que espanta é que ela procurou ajuda de diversos profissionais, mas o diagnóstico correto só veio três décadas depois do início dos sintomas. Entenda:

Mulher descobre câncer de vulva após 35 anos

Em entrevista ao Daily Mail, Clare Baumhauer disse que sentia coceira nos órgãos genitais desde que era adolescente, mas sempre que informava isso ao médico recebia diagnósticos diversos, como cistite.

Por volta dos 30 anos, desenvolveu uma úlcera do tamanho de uma moeda, mas não se preocupou pois achou que era algo relacionado com o sexo. 

Com o tempo, a úlcera começou a doer, crescer e se espalhar, o que levou médicos a acreditarem que era um  sintoma de herpes, mas os especialistas resolveram investigar mais quando descobriram que Clare era casada há 26 anos.

Três biópsias e 35 anos após o início dos sintomas, foi constatado que a britânica tinha câncer de vulva do estágio 1B e grau 3, o que significa que apesar de pequeno o tumor crescia rapidamente.

Câncer causado por líquen escleroso

Ela também foi informada de que o câncer surgiu em decorrência de um líquen escleroso, ou seja, uma dermatite crônica predominantemente encontrada na pele da área genital e do ânus. O problema também era a razão das coceiras constantes.

O tratamento incluiu uma cirurgia para remover o tumor - que já se espalhava pelos nódulos linfáticos - e mais de 25 sessões de radioterapia:

Hoje, aos 44 anos, Clare é mãe de duas crianças e carrega as marcas da radioterapia: queimaduras nas pernas e menopausa precoce. Apesar das complicações, o tratamento fez com que seu câncer entrasse em remissão.

O que é líquen escleroso?

Segundo a oncologista Michelle Samora, do Centro de Oncologia​ do Hospital 9 de Julho, o líquen escleroso é uma inflamação da pele que afeta ambos os sexos, mas é mais comum em mulheres.

Sintomas

Uma pequena parcela dos pacientes pode ser assintomático, já outra pode apresentar lesões esbranquiçadas, descamação, fissuras, coceira ou ardência (que piora à noite), dor e incômodo durante a relação sexual.

Já o tratamento do líquen inclui pomadas corticosteroides que amenizam os sintomas e impedem o crescimento da mancha.

Por que vira câncer?

A oncologista ressalta que em apenas 2 a 5% dos casos o  líquen escleroso vira câncer. "Acredita-se que essa transformação é causada por um conjunto de fatores que inclui genética, problemas autoimunes, alterações hormonais e infecções e traumas no mesmo local", explica.

Essa transição pode demorar até sete anos e, caso o médico detecte o risco, deve ser feito acompanhamento periódico.

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