Número de mortes resultantes de Alzheimer salta 55% nos EUA. O que está acontecendo?
Nos Estados Unidos, o Alzheimer é a sexta principal causa de morte: representa 3,6% do total. A doença atinge cerca de 5,5 milhões de adultos no país. No Brasil, estima-se que o Alzheimer aflija aproximadamente 1,2 milhão de adultos. Esses números aumentam a cada dia e, portanto, é esperado que a quantidade de mortes também se eleve. Mas há outro motivo para a alta no óbitos, como mostra um recente estudo.
Alzheimer: número crescente de mortes
Em um intervalo de 15 anos, entre 1999 e 2014, o número de mortes causadas em decorrência direta do Alzheimer disparou nos Estados Unidos. De 16,5 mortes a cada 100 mil habitantes registradas em 1999, o índice subiu para 25,4 mortes em 2014, ou seja, um aumento de 55% - em números absolutos, a taxa de mortalidade causada pela doença cresceu 83%.
Por que está aumentando?
“As taxas crescentes de doença de Alzheimer não são apenas problemáticas por causa de efeitos diretos na saúde sobre pessoas com a doença”, escreveu o epidemiologista do Centro Nacional de Prevenção de Doenças Crônicas e Promoção da Saúde dos Estados Unidos, Chistopher Taylor, em artigo publicado no Morbidity and Mortality Weekly Report.
No texto “Mortes causadas pelo Mal de Alzheimer”, Taylor afirma que não é só o aumento da incidência da doença e da expectativa de vida que justifica o crescimento das mortes.
Houve um impacto grande - e crescente - causado pelo cuidado dedicado a essas pessoas. As famílias dos pacientes, apesar de seus esforços, não têm o devido preparo para cuidar deles.
O pesquisador norte-americano justifica sua tese com os dados de óbitos de pacientes dentro e fora de uma instituição de cuidados especializados. Em 15 anos, mortes pacientes de Alzheimer em clínicas adequadas caiu de 14,7% para 6,6%, enquanto que as mortes ocorridas em casa saltaram de 13,9% para 24,9%.
“Aumentos significativos desses óbitos, juntamente com um aumento no número de pessoas com doença de Alzheimer morrendo em casa, provavelmente representa o aumento da carga sobre os membros da família ou outros cuidadores não remunerados”, especula Taylor no artigo.
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