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Infecção puerperal é provável causa da morte de 2 mães em maternidade: entenda

Publicado 23 Mar 2017 – 06:15 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Matéria publicada em 23 de março de 2017

A maternidade do Hospital Municipal Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, está com atendimento restrito desde a última sexta-feira (17). Isso porque a diretoria do hospital, a Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) estão investigando a causa da morte de duas pacientes.

Elas tiveram partos normais nos dias 6 e 7 de março, mas dias depois acabaram morrendo. A principal suspeita é de infecção puerperal.

De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, a investigação que segue quer descobrir o tipo de bactéria que acometeu essas mulheres: se é uma hospitalar ou se foi contraída fora do hospital.

Ainda de acordo com o Hospital Municipal Cidade Tiradentes, a movimentação de médicos e pacientes permanece normal em outros locais do prédio. Os atendimentos de urgência e emergência continuam mantidos. A maternidade, porém, não está recebendo novas pacientes até a conclusão da investigação.

Infecção puerperal: o que é?

A infecção acomete as mulheres no período do puerpério, os 42 dias após o parto, e é causada pela proliferação anormal de bactérias presentes na flora vaginal.

Pode comprometer útero, trompas, ovários e, caso o tratamento não seja adequado, evoluir para uma infecção generalizada, sendo possivelmente fatal.

Qualquer mulher que dá à luz pode desenvolver a doença no pós-parto, período em que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltam às condições anteriores à gestação.

Mas, embora todas possam desenvolvê-la, há grupos de riscos.

Quem corre maior risco?

“É o caso das portadoras de doenças que comprometem a imunidade, como HIV e diabetes não controlada, das que optam pela cesárea e das gestantes que têm trabalho de parto prolongado”, aponta Fabio Cabar, ginecologista e obstetra da Elo Clínica de Saúde, membro titular da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (SOGESP).

Outros fatores que podem contribuir para o aparecimento da infecção são a limpeza do hospital e os cuidados com higiene tomados pelo obstetra antes e durante o procedimento (assepsia e antissepsia).

Sintomas

“A manifestação mais importante é a febre, medida com termômetro e que apresente mais do que 37,8 graus. E ainda calafrios, secreção vaginal com odor fétido e dores na região pélvica”, aconselha o especialista.

Diante desses sinais, é preciso procurar um médico imediatamente. O tratamento é feito com antibióticos na veia e internação, bem como coleta de exames.

Como evitar?

A prevenção começa ainda com os exames do pré-natal, por meio dos quais são feitos diagnósticos e tratamentos de infecções pré-existentes.

“No puerpério é importante fazer uma boa higiene da região da genital. Além disso, não usar absorventes internos para conter as secreções comuns no período, já que eles agravam o risco de infecção, e jamais fazer ducha vaginal”, finaliza Cabar. 

Riscos no pós-parto 

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