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Inchaço na barriga fez Fernanda Paes Leme descobrir síndrome incurável: veja sintomas

Publicado 8 Fev 2017 – 08:45 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A atriz e apresentadora  Fernanda Paes Leme usou sua conta no Instagram para desabafar sobre a recente descoberta de uma síndrome. Segundo ela, o problema estava lhe causando fortes dores abdominais.

Síndrome do Intestino Irritável 

Fernanda conta que consultou um gastroenterologista, fez exames e descobriu que tinha a Síndrome do Intestino Irritável (SII). O problema, que não tem cura, causa fortes cólicas, desregulação do intestino – que pode ficar preso ou desarranjado -, inchaço e outros problemas no trato gastrointestinal.

“Ela se queixava muito de inchaço abdominal, mesmo não tendo comido nada de diferente, e também sentia cólicas que, às vezes eram fracas, às vezes fortes”, conta a nutricionista da atriz, Mariana Poletto, que a encaminhou para um médico especialista, suspeitando que o quadro pudesse de tratar de SII.

“Fui ao médico (Gastro), fiz exames, tudo como deve ser. Por conta dessa síndrome algumas coisas na minha rotina precisaram se transformar”, contou Fernanda sobre a descoberta.

Sintomas

Os principais sintomas são inchaço na região da barriga, cólicas, dor abdominal, dificuldade de digestão, gases e períodos de constipação (prisão de ventre) intercalados com diarreia. Também é comum a pessoa sentir alívio na dor e melhora no inchaço após ir ao banheiro.

Diagnóstico 

Como não existe um exame que confirme a Síndrome do Intestino Irritável, o diagnóstico é clínico, sendo indicada a realização de exames que descartem doenças e problemas de saúde que têm sintomas parecidos, como a doença celíaca, diverticulite, apendicite e a intolerância e lactose.

Qual é a causa?

De acordo com Mariana Poletto, esta síndrome costuma ser desencadeada por alimentação rica em alimentos inflamatórios e também por fatores emocionais, que inclusive podem piorar os sintomas.

“O intestino é chamado de segundo cérebro porque ele tem seu próprio sistema nervoso, e os movimentos peristálticos são regulados pela serotonina, que está diretamente ligada à nossa parte emocional”, explica Mariana.

Cristine Lengler, gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês (SP), explica que, nesta síndrome,o ritmo de contração da parede do intestino pode ocorrer com mais frequência e duração, o que provoca dor, gases e diarreia. Quando o ritmo diminui, provoca constipação.

Quando a pessoa tem depressão, entre outros problemas psicológicos, ela também sofre com a falta de serotonina, neurotransmissor que regula o humor, sono e o apetite, e, como consequência, o intestino para de funcionar corretamente.

Por isso, verificar aspectos psicológicos e se a pessoa passou por traumas ou grandes mudanças na rotina também ajuda a chegar no diagnóstico. Caso a síndrome esteja diretamente relacionada a problemas psicológicos, o indicado é o acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra.

“No caso da Fernanda, o aspecto psicológico que desencadeou o problema foram algumas mudanças na rotina. Recentemente, ela se mudou de casa, de cidade, e isto pode ter contribuído. Não necessariamente o impacto na vida precisa ser negativo”, comenta a nutricionista da apresentadora.

Tratamento se baseia em mudanças alimentares 

Por ter um grande fundo emocional, a síndrome é considerada incurável e, portanto, o tratamento consiste em minimizar os sintomas e garantir mais qualidade de vida ao paciente.

Segundo a nutricionista, a alimentação rica em alimentos inflamatórios é responsável por desencadear 90% dos casos. Por isso, o primeiro passo para tratar o quadro é passar por uma reeducação alimentar para desinflamar o intestino.

“Primeiro, temos que livrar o intestino de alimentos difíceis de digerir, então adotamos uma dieta limpa – livre de alimentos que podem ser potencialmente inflamatórios ou irritantes para a mucosa gastrointestinal – por 30 dias”, explica a especialista sobre a dieta que Fernanda está fazendo.

O que não comer? 

Neste período, Fernanda não pode tomar bebidas alcoólicas, nem comer carne vermelha, frituras, açúcar, glúten, laticínios, grãos, cereais e alimentos industrializados com conservante, adoçantes e corantes.

Por isso, sua alimentação anti-inflamatória de fácil digestão deve ser com alimentos preparados da forma mais natural possível, incluindo raízes, oleaginosas, legumes, frutas e verduras.

“O foco não é um dieta de emagrecimento. O foco é reverter a inflamação, reestruturar o intestino, repor a flora intestinal e melhorar a digestão”, explica sobre o objetivo do tratamento.

Passados os 30 dias, caso os sintomas não tenham melhorado, são testados outros alimentos, principalmente os ricos em fibras fermentáveis, como repolho, brócolis, maçã, rabanete e ovo.

Reintrodução de alimentos 

Caso a pessoa tenha apresentado melhora, começam a ser feitos testes de reintrodução. “Nós vamos reintroduzindo os alimentos para testar a tolerância até achar o que pode estar mais ligado à piora dos sintomas”, explica.

“Se reintroduzimos o queijo branco e a pessoa sente um inchaço, então retiramos este alimento da alimentação e deixamos para reintroduzir mais para frente. Se quando ela comer de novo sentir o mesmo desconforto, optamos por retirar o alimento do cardápio. Caso ela goste muito dele, buscamos alternativas, como receitar enzimas que ajudam na digestão para serem ingeridas junto com a comida”, comenta a nutricionista funcional.

Como melhorar os sintomas

Como os sintomas não são iguais para todas as pessoas que sofrem com a síndrome, a gastroenterologista Cristine comenta que os tipos de alimentos que devem ser evitados de acordo com o que cada um sente.

Pessoas que têm gases e distensão devem evitar bebidas carbonatadas (com gás e açúcar), alguns vegetais (como feijão, couve-flor, brócolis, repolho, etc.) e algumas frutas cruas.

“Alguns pacientes melhoram com a retirada de alguns carboidratos encontrados em grãos, vegetais, frutas e laticínios”, lista a médica do hospital Sírio-Libanês.

Já quem sofre com prisão de ventre deve investir em alimentos ricos em fibras.

Suplementos aliados do intestino 

Além das orientações alimentares, Fernanda também está tomando suplementos manipulados de enzimas, probióticos, vitaminas e um composto anti-inflamatório, que ajudam no tratamento porque melhoram a digestão e contribuem para a reposição da flora intestinal.

Cristine comenta que, em alguns casos, também podem ser utilizados medicamentos que atuam na contratilidade intestinal, no sistema nervoso entérico e diretamente no hábito intestinal.

Atividades relaxantes

Como a síndrome está muito relacionada a fatores emocionais, atividades físicas que contribuem para o relaxamento, como yoga, pilates e meditação são muito indicadas.

“O exercício físico ajuda a melhorar o estresse e a depressão, estimula a contração normal do intestino e pode ajudar nos sintomas”, esclarece a gastroenterologista. 

Problemas intestinais

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