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Por que doença simples foi tão séria no caso de Laura Cardoso, a ponto de interná-la?

Publicado 23 Jan 2017 – 02:33 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A atriz Laura Cardoso, 89, voltou recentemente a gravar a novela “Sol Nascente”, em que dá vida à personagem “Dona Sinhá”. Depois de uma internação hospitalar e um período de recuperação em casa que durou cerca de dois meses, a veterana da televisão brasileira está curada e, de acordo com entrevista dada por sua filha, Fernanda, ao site de celebridades Ego, ela não via a hora de voltar a trabalhar. Mas por que uma doença simples e comum em mulheres pode afetar alguém por um período tão longo? Explicamos a seguir.

Laura Cardoso teve infecção urinária

Laura Cardoso foi acometida por uma infecção urinária e ficou cerca de dois meses sem gravar a novela das seis. Esse tipo de doença é muito comum, principalmente entre as mulheres, e ocorre quando micro-organismos capazes de causar doenças, principalmente bactérias e fungos, percorrem o canal da uretra e chegam à bexiga.

Muitas vezes o tratamento, feito com antibióticos, é simples e a cura é rapidamente alcançada, mas existem casos em que o tratamento se torna mais difícil e podem surgir algumas sérias complicações.

Infecção urinária pode ser grave

Os sintomas mais comuns da infecção urinária são dor e ardência para urinar e mudança na cor da urina, que fica turva. Mas, em alguns casos, a doença pode causar febre, calafrios, dor forte no abdômen ou coluna lombar, acometimento de outros órgãos, como os rins, e até infecção generalizada, quadro chamado de sepse que pode levar falência múltipla de órgãos e morte.

É difícil prever quando isso acontecerá, mas existem alguns fatores que podem contribuir com o agravamento da doença.

Falta de acompanhamento médico 

O urologista Alexandre Crippa, coordenador do Centro de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo, explica que não procurar acompanhamento médico assim que aparecerem sinais como ardor, diferença na cor ou na rotina urinária é um desses fatores que permitem que o quadro evolua rapidamente para o comprometimento de outros órgãos, como os rins e até a próstata, no caso dos homens. Caso sinta esses sintomas, procure ajuda médica.

Idade

Idosos são especialmente suscetíveis à infecção urinária por apresentarem mais fatores de risco para a doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esse tipo de infecção é a mais frequente nas pessoas com mais de 65 anos, acometendo 20% das mulheres e 10% dos homens dessa faixa etária.

Ainda segundo a SBU, no idoso, o que favorece o aparecimento dessa doença é a diminuição da imunidade, as alterações funcionais e orgânicas do sistema urinário, a presença de doenças sistêmicas, como o diabetes e a pressão alta, e a imobilidade. Além disso, o uso prévio de antibióticos para tratar outras doenças – que podem aparecer com mais frequência uma vez que a imunidade do idoso é mais debilitada – podem predispor infecções por germes mais resistente.

Nas mulheres idosas, o enfraquecimento do assoalho pélvico e as alterações tróficas da vagina causados pela diminuição hormonal da menopausa predispõem ainda mais as infecções urinárias.

A doença pode ser mais grave nos idosos que na população em geral justamente por que eles são mais suscetíveis a ter a doença com mais frequência e fazem mais ciclos de antibióticos para tratá-la. Em consequência, os micro-organismos que causam a doença nelas são mais resistentes.

Por que infecção urinária é mais comum em mulheres? 

Em entrevista ao site Vix, o urologista João Afif Abdo, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, explicou que a doença é mais comum em mulheres que em homens porque a anatomia íntima feminina facilita a entrada de micro-organismos patológicos.

"A uretra feminina é curta e desemboca no genital feminino logo ao lado da vagina. Além disso, o genital feminino está muito próximo da região anal, que é uma área contaminada até mesmo em pessoas com boa higiene. Essa contaminação permite a entrada de bactérias na bexiga através da uretra da mulher", explica.

No entanto, com a chegada da velhice, a diferença de incidência da doença entre homens e mulheres pode diminuir, principalmente após os 80 anos. 

Prevenção e tratamento da infecção urinária

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