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Bebê tem 14 convulsões por dia após vacina de meningite: quais as chances de ocorrer?

Publicado 16 Dez 2016 – 11:45 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Um vídeo em que um bebê inglês de apenas 10 meses aparece tendo uma convulsão se tornou viral nos últimos dias. As fortes imagens foram postadas pelos próprios pais do bebê com o objetivo de alertar outros. Segundo eles, o menino passou a ter até 14 convulsões por dia após tomar a vacina contra meningite B. Eles pedem agora, que os pais sejam alertados sobre os efeitos colaterais da imunização e que essa vacinação não seja dadas aos bebês. Entenda os prós e contras disso a seguir.

Convulsões após vacina: o que aconteceu com o bebê? 

A criança começou a ter convulsões dez dias depois de receber a segunda dose da vacina contra a meningite B, aos 4 meses. Eram, em média, de 4 a 7 episódios convulsivos por dia, chegando a um máximo de 14, segundo informaram seus pais ao tabloide britânico Daily Mail.

O pai do bebê, Luke Maguire, diz ter certeza que a imunização foi a responsável pelo quadro de seu filho por causa dos sintomas que apareceram depois que ele recebeu a primeira dose da vacina, quando tinha dois meses.

“Assim que o ele começou a ter convulsões, eu sabia que era por causa da vacina. No mesmo dia em que recebeu suas vacinas dos dois meses, ele começou a contorcer seu corpo, sua temperatura subiu de repente e ele ficou mole e irresponsivo”, disse na entrevista.

Os pais da criança disseram, ainda que, além das convulsões, o filho teve outras complicações, como sono agitado e alergias.

O diagnóstico, no entanto, ainda não está fechado. Exames como tomografia, ressonância e eletroencefalograma deram negativo e, agora, a família aguarda o resultado de outros testes para verificar a possibilidade de se tratar de uma complexa desordem epiléptica genética.

Luta contra a vacinação 

Mesmo assim, eles pedem que a vacinação contra meningite B não seja feita em bebês. “Está arruinando a vida dele antes mesmo de ela começar”, disse o pai ao Daily Mail. “Os médicos precisam fazer algo. Os pais devem saber do risco e ser autorizados a fazer o que acharem melhor”.

Diante do que aconteceu com seu filho, Luke prometeu para si mesmo que fará de tudo para que outros bebês não passem pelo mesmo. “A maioria das pessoas não falaria nada por medo de serem tachados de loucos, mas eu tenho que dizer algo para outros pais. Se uma criança morrer e eu não tiver dito nada, eu não poderia viver com essa culpa”.

Atualmente, o bebê está recebendo medicações e não teve uma convulsão em 4 semanas, elas só aparecem se ele está muito cansado ou muito tempo sem dormir.

Qual é a vacina?

A vacina Bexsero, recebida pela criança, é fabricada pela companhia farmacêutica SmithKlineGlaxo e dada a todos os bebês no Reino Unido. Aqui no Brasil, ela não faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e está disponível em clínicas particulares, onde pode ser tomada por um preço médio de R$ 550 a dose, sendo necessárias de duas a três doses.

Efeitos colaterais: convulsão pode mesmo ter sido causada por vacina? 

Na bula da vacina Bexsero, febre alta e convulsões aparecem como consequências incomuns da vacinação, ou seja, podem acontecer em uma a cada 100 pessoas. No entanto, a pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, opina que o acometimento do bebê inglês parece ser um quadro neurológico mais complexo do que um episódio convulsivo.

A médica conta também que, apesar de a situação ser triste e dos pais estarem abalados, é cedo para dizer que a vacina desencadeou as convulsões. “O que sabemos até agora é que a vacina é segura e capaz de reduzir casos de meningite. […] E, apesar de ser um quadro muito triste e que deve ser investigado, é provável que seja apenas uma coincidência em que a tomada da vacina e o aparecimento dos sintomas tenham ocorrido em momentos próximos. Se houvesse um número maior de casos, a probabilidade seria maior, mas esse é um caso isolado”.

Importância da vacinação 

A pediatra explica que a vacinação foi um dos fatores que mais contribuiu para a saúde da população, permitindo que as pessoas chegassem à vida adulta, ficando atrás apenas da água potável. Em termos amplos de saúde pública, ela permitiu a diminuição da circulação de uma série de doenças graves, como a varíola, sarampo, caxumba e meningite. Deixar de vacinar pode trazer à tona e aumentar o número de casos de inúmeras enfermidades.

“A meningite B responde por cerca de 60% dos casos de meningite e apresenta 23% de letalidade, na maioria de crianças”, explica Isabella. “Em alguns pacientes, a doença pode causar a morte, mas deixa sequelas como amputação de membros e alteração cognitiva. Além disso, o diagnóstico pode ser difícil de fechar, e a evolução do quadro pode ser muito rápida, levando à morte em menos de 24 horas”.

Casos de meningite

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