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Anitta-Tasaudavel

O que causa e como é tratado o problema que fez médico proibir Anitta de falar

Publicado 26 Set 2016 – 06:45 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Anitta anunciou na última sexta-feira (23) o adiamento de três shows por recomendação médica. Em um post publicado pela cantora em sua conta oficial no Instagram, ela explicou que está com um edema em um cisto em sua corda vocal e, por isso, precisa fazer uma semana de repouso vocal absoluto.

Caso o edema de Anitta não diminua de tamanho com medicamento e repouso da voz, pode ser que ela precise se submeter a uma cirurgia nas cordas vocais. “Eu sempre tive esse cisto, sempre soube dele, e se você for disciplinado consegue cantar e falar normalmente sem operar”, afirmou a cantora no comunicado.

A funkeira acredita que o edema surgiu durante uma forte gripe que teve recentemente. Para não desmarcar shows e outros compromissos, ela não respeitou a orientação médica de fazer repouso vocal, o que pode ter sobrecarregado sua corda vocal e provocado uma inflamação do cisto.

Para se recuperar logo, Anitta está evitando falar até mesmo em casa. Por isso, ela tem recorrido à mímica e a recadinhos escritos. "Quando não é mímica é comunicação por escrita. Está sofrendo, coitada. Gosta pouco de falar, né cunhada?" escreveu a cunhada sobre um vídeo feito de Anitta escrevendo que foi publicado neste domingo (25) no Snapchat da famosa.

Cisto na corda vocal 

Para entender o problema, é preciso saber que todas as pessoas têm duas pregas vocais - nome correto para o que conhecemos popularmente como sendo as cordas vocais. Quando as mulheres falam, elas se tocam cerca de 200 vezes por segundo, já nos homens, este contato é de, em média, 100 vezes por segundo. De acordo com o otorrinolaringologista Jamal Azzam, quem canta força ainda mais esse contato. Em cantoras de ópera, por exemplo as pregas chegam a se tocar 1 mil vezes por segundo. 

Se o uso excessivo das cordas for feito sem preparo, causa uma espécie de trauma nas pregas, que pode acarretar no acúmulo de secreção e no surgimento de cistos. “O cisto pode ser congênito, ou seja, a pessoa nascer com ele. Ou pode adquiri-lo com o passar dos anos”, explica Azzam. Nos casos de desenvolver com o passar do tempo, ele reforça que o problema é o uso sem preparo. “O problema não está em usar muito a voz, mas em usá-la sem preparo. Ou seja, o problema está na qualidade do uso, e não na quantidade”.

Dependendo da posição do cisto, é possível que uma pessoa conviva com ele sem sequer saber de sua existência. “O cisto pode ou não gerar consequências na voz, vai depender da posição em que ele está. Se ele estiver acima do local onde as pregas se tocam, não existe problema nenhum de voz”, comenta o especialista.

Causas e consequências

De acordo com o otorrinolaringologista, cigarro, virose intensa, laringite, refluxo ácido do estômago e traumas vocais agudos, como, por exemplo, gritar excessivamente em um jogo de futebol, contribuem para o surgimento de inflamações, caso a pessoa já apresente cisto na prega vocal. Quando o cisto inflama, uma das consequências são os edemas, inchaços decorrentes de uma inflamação.

Sintomas

A rouquidão é um sinal de alerta. Azzam afirma que toda rouquidão que dura mais de 10 dias precisa ser investigada. Além disso, quando inflamado, o cisto pode provocar uma dor semelhante à dor de garganta, tosse, pigarro e, caso o edema seja grande, até falta de ar. Por isso, se estiver com estes sintomas, não deixe de procurar um otorrinolaringologista.

No caso de cantores, como Anitta, pode ser que ela nem tenha ficado rouca. “Muitas vezes a pessoa não consegue chegar no agudo, começa a ter dificuldade de atingir tons, mas conversa com voz normal. Em geral, é isso que acontece com os cantores”, comenta o médico.

Como evitar

O diagnóstico do cisto é feito por meio de um exame chamado laringoscopia. Com o diagnóstico em mãos, o otorrinolaringologista consegue avaliar se a pessoa precisa ou não do acompanhamento de uma fonoaudióloga.

Quando necessário o acompanhamento, a pessoa passa a fazer exercícios de voz, respiração e relaxamento para evitar inflamações no local. Além disso, é importante tomar bastante água. “O corpo deve estar sempre hidratado, ajuda a prevenir inflamações porque mantêm as pregas úmidas e isso faz com que diminuam as chances dos vírus proliferarem”, aponta o especialista.

Tratamento 

As inflamações devem ser tratadas com medicamentos e repouso vocal. “As pregas vocais ficam batendo uma na outra quando falamos, para melhorar, temos que parar de batê-las para que o edema diminua”, explica o otorrinolaringologista.

Quanto menos a pessoa falar, mais rápida será a recuperação. Por isso, os médicos pedem, em média, 7 dias de repouso vocal. O medicamento prescrito costuma ser um anti-inflamatório. Caso a inflamação não regrida, pode ser que o médico receite corticoide ou antibiótico.

Fazer inalação com soro fisiológico de três a quatro vezes ao dia também ajuda no tratamento.

Em alguns casos, a recomendação é que o cisto seja retirado, mas são vários os fatores que devem ser levados em consideração antes que a decisão de fazer a cirurgia seja tomada. “A retirada do cisto pode deixar sequelas na corda vocal, a pessoa pode não voltar a ter a voz normal. Por isso, é importante avaliar antes o tamanho do cisto, a posição dele nas pregas vocais, a necessidade que a pessoa tem de uso da voz, etc”, esclarece Azzam.

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