null: nullpx
msn_feed-Tasaudavel

Após 5 diagnósticos errados, menino morre por doença com 95% de chances de cura

Publicado 14 Set 2016 – 09:00 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
Compartilhar

Muitas vezes, a rapidez em tratar uma doença determina a cura. A demora em detectá-la, por outro lado, faz com que o quadro se agrave, chegando ao ponto em que ela não pode mais ser tratada. O pequeno Grayson Dunham morreu depois de ter sido diagnosticado cinco vezes com a doença errada. Quando finalmente foi identificada a alteração correta, já era tarde demais.

O que aconteceu com ele 

“Nós estamos em choque, nossos corpos estão amortecidos e não existem palavras que possam descrever a dor que nós estamos sentindo”. É com essa frase que Kayla Dunham descreve a dor de perder um filho. Grayson, 2, morreu depois de encarar uma grave infecção e alguns diagnósticos errados.

Em sua página no Facebook, Kayla compartilhou o que aconteceu com seu filho.

Início dos sintomas 

“Na manhã da última quarta feira, Grayson começou a apresentar vômitos e diarreia e continuou do mesmo jeito na quinta. Nós pensamos que ele havia pegado 'algum bichinho' [SIC] e nos preocupamos em mantê-lo confortável. Na tarde de sexta, ele piorou, estava com o que parecia ser uma dor abdominal, e nós o levamos ao pediatra”.

O primeiro diagnóstico foi de gastroenterite, uma infecção intestinal menos complexa, mas, de noite, Grayson ficou pior. “Na quinta ele conseguiu dormir, mas na sexta ele só cochilou por mais ou menos uma hora”, escreveu a mãe.

Dificuldade em diagnosticar o problema 

Na manhã de sábado, a família voltou ao pediatra, que disse que, por causa do sintomas de vômito, diarreia, presença de sangue nas fezes, dor abdominal e desidratação, o melhor seria internar a criança.

No hospital, foram feitos raios-x de tórax, abdômen e alguns ultrassons para descobrir o que estava causando os sintomas. Nesse meio tempo, a dor e a diarreia só pioravam.

Os médicos do hospital estavam com dificuldade para fechar o diagnóstico. Inicialmente eles disseram que o problema poderia ser uma intussuscepção, uma emergência médica em que uma parte do intestino desliza para dentro de outra porção do órgão. Depois acreditaram se tratar de uma inflamação dos vasos sanguíneos, que pode acompanhar a intussuscepção.

O menino foi então transferido para outro hospital, onde havia uma equipe de cirurgia pediátrica a postos para qualquer emergência. Mas, antes de saírem, foi feito outro ultrassom de abdômen que identificou que o apêndice estava alargado. Esse foi o quarto diagnóstico impreciso que Grayson recebeu.

No novo hospital, os médicos descartaram as hipóteses de intussuscepção e alargamento do apêndice, mas afirmaram que o cólon – uma parte específica do intestino - estava inflamado. As dores de Grayson só aumentavam, a ponto de ele não conseguir mais se mexer, e a gravidade de seu quadro ficava cada vez maior.

Desfecho 

Foi então que, com base em exames renais muito alterados, os especialistas finalmente chegaram ao diagnóstico correto. Grayson estava com Síndrome Hemolítica-Urêmica (SUH).

Durante toda sua estadia hospitalar, Grayson manteve frequência cardíaca e pressão arterial muito elevadas. Ele chegou, inclusive, a receber medicação para pressão e foram apontadas causas como ansiedade, preocupação, medo, entre outros. Mas depois de diagnosticado com a síndrome hemolítica-urêmica, a pressão alta passou finalmente a ser encarada como um sintoma da doença.

Kayla conta que, então, colocaram uma sonda nasogástrica – um tubo pequeno que, introduzido através do nariz, permite saída do conteúdo estomacal acumulado - em seu filho. “Quando eles fizeram isso, saíram 'toneladas de fluido'. […] Ele conseguiu andar e parou de se queixar de dor”.

O próximo passo foi entubar o menino e colocá-lo sob ventilação artificial, permitindo que ele relaxasse e descansasse até a cirurgia e a diálise.

Depois que ele foi entubado, a pressão arterial finalmente melhorou, mas a frequência cardíaca continuava alta. “Após algumas horas, nos falaram que seu nível de hemoglobina havia caído do normal para próximo a zero”, escreveu a mãe. O coração de Grayson parou de bater e as equipes tentaram reanimá-lo por quase 1 hora e 45 minutos, mas não foi possível salvá-lo.

“Estou dividindo minha história com a esperança de que, enquanto mães e pais, vocês sempre defendam e apoiem seus filhos. Nunca desistam deles”, finalizou.

Síndrome hemolítica-urêmica: o que é? 

De acordo com o site norte-americano de notícias Today, Grayson foi infectado pela bastéria Escherichia Coli produtora da toxina Shiga. Esse tipo específico de micro-organismo é um dos que mais comumente causam a síndrome hemolítica-urêmica e pode ser adquirido através do consumo de carne contaminada ou em piscinas e lagos contaminados.

A síndrome causa no organismo a destruição das células vermelhas do sangue, as hemoglobinas. Os restos dessas células podem “entupir” o sistema renal, causando, em casos graves, falência renal. A incidência é de uma a três casos em cada 100 mil crianças e as chances de sobrevivência são de 95%.

Além de vômitos, dor abdominal e presença de sangue nas fezes, a alteração pode causar irritabilidade, pressão alta, febre e palidez.

No caso de Grayson, os médicos não sabem exatamente por que os exames mudaram tão drásticamente (de normal para praticamente zero). Mas, sem as hemoglobinas, todo o transporte de oxigênio e nutrientes para os órgãos - inclusive os nobres, como o coração - fica impossibilitado, o que acaba prejudicando enormemente seus funcionamentos e a manutenção da vida.

Como lidar com a morte 

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse