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Pais de jovem morta por doença rara fazem apelo: “todos devem ser examinados”

Publicado 10 Ago 2016 – 07:48 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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A perda de um filho é sempre dolorosa, e pensar que algo poderia ter sido feito para evitar a tragédia é praticamente inevitável. Os pais da estudante Alexandra Reid, que morreu por causa de uma alteração cardíaca que poderia, provavelmente, ter sido impedida por um exame simples, transformaram o questionamento em um importante alerta que vem sendo difundido no Reino Unido.

Morte por arritmia cardíaca súbita: o caso de Alexandra Reid

Alexandra Reid morreu em 2012, aos 16 anos, por causa de uma arritmia cardíaca súbita. Esse tipo de alteração pode ser causada por diferentes problemas, como cardiopatia hipertrófica e a síndrome do QT longo, por exemplo. No seu caso, as artérias coronárias, responsáveis pela irrigação do músculo cardíaco, eram anatomicamente torcidas.

Normalmente, casos como esse não dão sintomas antes de acontecer. Segundo a família, nos dias que antecederam sua morte, Alexandra reclamou de se sentir cansada, queixa que foi, na ocasião, associada às provas escolares.

“A noite, ela não conseguia dormir. Ela disse: 'Eu não consigo me acalmar, mãe'. Eu disse a ela: 'Pense que depois de amanhã você nunca mais vai ter que dizer uma palavra em alemão [tema da prova do dia seguinte] novamente se não quiser', e rimos”, contou Heather ao tabloide britânico Daily Mail. “Eu disse 'eu te amo' e a beijei na testa. Ela disse: 'Eu também te amo, mamãe'. Essa foi a última coisa que nós dissemos uma à outra”, disse a mãe.

Na manhã seguinte, Heather encontrou Alexandra morta em sua cama. Junto com seu marido, ela tentou fazer reanimação cardíaca, mas já era tarde demais.

Exame poderia ter evitado morte

Grande parte das causas das arritmias súbitas pode ser detectada pelo eletrocardiograma, um exame simples feito através da colocação de eletrodos em pontos específicos do corpo que permitem o traçado da transmissão do impulso elétrico pelo músculo cardíaco em uma tela ou impresso em papel. Em média, sua realização não leva mais de 5 minutos.

John e Heather Reid, pais de Alexandra, agora fazem um apelo para que todos façam o exame, evitando mortes por causa da doença.

Um renomado cardiologista britânico, Sanjay Sharma, endossou o pedido dos pais e se aliou a eles no alerta: “A cada semana, 12 jovens no Reino Unido morrem de repente por um problema caridíaco que eles não sabiam ter”, contou ele.

No Reino Unido, assim como no Brasil, o eletrocardiograma não é um exame de rotina e tampouco os governos consideram o exame uma recomendação médica para todas as pessoas.

A mãe de Alexandra, apesar de não ter certeza de que sua filha poderia ter sido salva pelo exame, prefere pensar que algo poderia ter sido feito para salvá-la. E diz que, se uma vida puder ser poupada pela realização do exame, então valerá a pena que todos o façam. 

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