null: nullpx
abuso-Mulher

O que aconteceu com Kéfera APÓS polêmica no "Encontro" explica exatamente tudo

Publicado 14 Dez 2018 – 02:01 PM EST | Atualizado 14 Dez 2018 – 02:01 PM EST
Compartilhar

Kéfera Buchmann, que dá vida a Mariane em “Espelho da Vida”, novela da TV Globo, esteve entre os convidados do “Encontro com Fátima Barnardes” no dia 13 de dezembro. O programa teve bastante repercussão, pois a atriz confrontou a opinião de um integrante da plateia sobre o feminismo e deu uma aula ao explicar o que significava "mansplaning".

No entanto, logo após a participação, a atriz passou a sofrer uma série de ameaças nas redes sociais. Uma delas foi tão grave, que Kéfera compartilhou com seus seguidores, e o teor da ameaça diz muito sobre o assunto em questão. Entenda o caso:

Kéfera Buchmann sobre feminismo no “Encontro”

No comando da atração, Fátima Bernardes deu voz a um convidado da plateia que não estava concordando com a opinião das convidadas sobre o feminismo.

Kéfera, por sua vez, discordou da opinião do rapaz, Wallace, e rebateu: “O que você está fazendo é mansplaining, o homem explicar feminismo para a mulher. Não é necessário, a gente sabe muito bem o que é feminismo e a gente entende o seu ponto de vista, só que é desnecessário. Não é o seu lugar de fala, você pode ouvir, complementar e nos respeitar, você não tem que ensinar para a gente", diz.

Mansplaining

Após o programa, Kéfera publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de Heloísa Buarque de Hollanda, ensaísta e professora, e aproveitou a legenda para rebater as críticas que recebeu após o debate com Wallace.

No texto, ela reafirma que as palavras ditas pelo rapaz tratam-se de mansplaning. Traduzindo do inglês para o português, este termo une a palavra "man" (homem) à "explaining" (explicar), assim, trata-se do homem tentar explicar algo simples a uma mulher, como se ela não fosse capaz de compreender por ser do sexo feminino.

Esta explicação, inclusive, pode vir acompanhada por informações imprecisas ou falsas apenas para que ele se sobressaia diante da situação, a fim de demonstrar mais conhecimento que a mulher, mesmo que ela seja especialista no assunto em questão.

“Aos que acharam que o que eu respondi ao moço da plateia foi grosseria, não foi. Foi posicionamento perante MAIS UMA VEZ homem querendo explicar feminismo para nós mulheres. E faz séculos que são os homens que vêm nos “ensinando” sobre tudo e a gente já abaixou a cabeça por muito tempo. Engolimos todo o machismo e o patriarcado. Não mais. Homem ensinar feminismo não é lugar de fala , acho que tá na hora de ouvir a gente um pouquinho pra poder somar ao invés de argumentar e querer ir contra”, diz.

Cultura do estupro

A discussão entre a atriz e o convidado gerou grande repercussão na internet e, pouco tempo após sua primeira manifestação sobre o ocorrido nas redes sociais, ela se posicionou novamente em seu perfil no Facebook exibindo uma das ameaças que recebeu por conta de seu discurso feminista.

Na imagem, um homem a ameaça de estupro: “Tinha que ser estuprada para parar de ser babaca lixo”.

Na mesma publicação, Kéfera fez questão de defender seu posicionamento e também alertar sobre a cultura do estupro, que trata-se de uma ideia enraizada na mente das pessoas ao longo de toda a vida que banaliza e tolera a violência e o abuso contra a mulher.

“Eu leio muitos comentários diariamente. E vocês acham que nossa luta é mimimi né? Cultura do estupro. Nada legal", reforçou. "Tudo isso faz parte do machismo e do patriarcado enraizado na nossa sociedade. E vocês acham MESMO que é mimimi, né? Vocês já saíram de casa com medo de serem estuprados? Por que nós mulheres sentimos esse medo todo dia”, afirma.

Recentemente, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou a 12ª edição de seu relatório anual, com o levantamento dos dados sobre a violência no Brasil, e os números em relação à violência contra a mulher são alarmantes: entre 2016 e 2017 houve um aumento de 8,4% nos casos de estupro, por exemplo.

Para a ONU (Organização das Nações Unidas), a cultura do estupro também diz respeito ao fato da sociedade culpar as vítimas de assédio sexual e normalizar o comportamento sexual violento dos homens.

Um exemplo disto é justificar a violência por conta da roupa usada pela vítima, ou pelo fato dela estar sozinha à noite ou em uma festa.

Violência e abuso contra a mulher

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse