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Sandy responde polêmica sobre brinquedo de Theo com 3 lições importantíssimas

Publicado 31 Ago 2018 – 05:02 PM EDT | Atualizado 31 Ago 2018 – 05:07 PM EDT
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Sandy e Lucas Lima são bem discretos e se preocupam bastante em proteger o filho único Theo, de apenas quatro anos. O casal nunca mostra o pequeno em suas redes sociais, porém, recentemente, o papai compartilhou com seus seguidores um clique singelo que levantou um importante debate.

Na foto, os pés de Lucas aparecem ao lado de um par de tênis do menino e uma boneca da personagem Elsa, do filme infantil "Frozen".

"Toda vez que eu vou tomar café da manhã e esbarro com um tênis desses e uma Elsa aleatória no chão, eu lembro do quão ridiculamente abençoado eu sou", escreveu na legenda. A foto causou questionamento entre os fãs e, algumas pessoas, chegaram a criticar o fato dos pais permitirem que o menino brinque de boneca.

Resposta de Sandy

Com uma nova turnê e até uma websérie em seu canal no YouTube, a filha de Xororó começou a falar mais abertamente sobre sua vida íntima, mostrando um pouquinho de sua rotina ao lado do marido.

Ao contar as novidades de sua carreira ao Blog do Amaury Jr., a cantora aproveitou para comentar a polêmica envolvendo o post de Lucas e confessou ter ficado surpresa com a repercussão. Sandy levantou três pontos importantes na hora de explicar por que não proíbe o filho de escolher os próprios brinquedos.

1) Brinquedo de menina e menino

A cantora defendeu com firmeza a escolha livre de Theo quanto aos brinquedos pelos quais tenha interesse. Ela explicou que essa diferenciação de gênero não é uma prática do casal. "Ele brinca com bonecas, bonecos, carrinhos, bolas. A gente não coloca nenhuma restrição. Na nossa concepção não existe isso de brinquedo de menina e menino", conta.

O que causou espanto entre alguns seguidores é, na verdade, o aconselhável até por pedagogos.

Brinquedos, jogos e brincadeiras são comuns no crescimento das crianças, que devem ter liberdade para escolher o objeto que queiram incorporar em seus momentos de descoberta e diversão.

" Estimular os filhos a brincar com uma variedade de opções, independentemente do sexo, favorece o desenvolvimento de habilidades importantes para a vida adulta", afirma a psicopedagoga Michelle Pereira de Moraes Leite, do Evolve Berçário e Colégio Infantil, em São Paulo.

No entanto, muitos pais e até educadores, insistem em separar os brinquedos de menina e brinquedos de menino.

"Entendo que os pais não gostam de ver a filha brincar com carrinho ou o filho com boneca, mas para a criança, o momento da interação com o brinquedo, é apenas um brinquedo. Para ela, não há essa diferença ao brincar com algo que socialmente pertence a outro gênero. Essa diferença só existe na cabeça dos adultos", explica.

2) Homofobia

Outro preconceito bem comum entre aqueles que desaprovaram a conduta dos músicos é o fato de que, por permitirem que o filho brinque com bonecas, eles estariam incentivando sua orientação sexual.

O receio não tem embasamento científico. Essa ideia foi reprovada pela artista, que afirma não ter nenhum receio em relação à sexualidade do filho. "Se quiser saber mais a fundo, se ele fosse ou virasse gay, não teria nenhum problema com isso também. Somos todos iguais, todos irmãos", disse.

De acordo com Michelle, realmente existem diferenças entre meninos e meninas quando falamos sobre o desenvolvimento de certas áreas do cérebro, que fazem com que meninos sejam mais ligados a questões visuais (e utilizem brinquedos como ferramenta para empilhar, montar) e meninas a linguagem e afetividade (sendo mais atraídas por bonecas, por conta do rosto).

Porém, a profissional afirma que meninos que brincam de boneca e meninas que brincam de carrinho, por exemplo, não terão orientação sexual influenciadas e ainda aprenderão a lidar com as próprias emoções.

3) Criação machista

Esperar de meninos que eles sigam padrões impostos pela sociedade e optem sempre por brincadeiras taxadas de masculinas - assim como esperar que uma menina brinque de boneca e casinha - é uma atitude preconceituosa. Quando limitamos um cenário para uma criança, não estamos incentivando a descoberta e acabamos por causar frustrações.

"É normal que, na fase do desenvolvimento infantil, as crianças queiram explorar uma variedade de brinquedos. Se os pais passam a reprimir a exploração, podem prejudicar o desenvolvimento do filho. Por isso, não devem fazer diferenciação de gênero", afirma a pedagoga.

A mesma atitude liberal deve valer para o ambiente escolar, que não pode proibir a imaginação do indivíduo ou estereotipar suas atitudes. De acordo com Michelle, a partir do momento que ensinamos um comportamento sexista e machista para uma criança, corremos o risco de termos adultos que reproduzem essas atitudes de maneira negativa.

Muito bem conscientizada, a cantora mostra que vem educando seu filho de acordo com valores igualitários para se viver em sociedade. Sandy encerra a entrevista deixando claro quais atitudes ela não espera que Theo tenha quando virar um adulto. "A gente tá criando ele para não ser uma pessoa machista, sexista e preconceituosa", finaliza.

Violência de gênero

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