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crise na síria e na europa-Mulher

Como modelo de apenas 20 anos provocou mudanças que estão fazendo história?

Publicado 8 Ago 2018 – 10:20 AM EDT | Atualizado 8 Ago 2018 – 10:20 AM EDT
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Halima Aden tem apenas 20 anos, mas já tem em seu currículo uma série de feitos incríveis. A jovem nasceu em um campo de refugiados em Kakuma, no noroeste do Quênia e, apesar de ter iniciado sua carreira na moda apenas em 2017, já esteve nas principais passarelas da Europa e Estados Unidos.

De origem muçulmana, a modelo ganhou destaque no cenário por não abrir mão de usar seu hijab.

A vestimenta é tradicional do Islã e é dividida em duas partes: a primeira é uma espécie de touca, que cobre a cabeça de forma bem justa, e a segunda é um véu sobreposto aà primeira, escondendo também o pescoço e, algumas vezes, chegando até os ombros.

Trajetória como modelo

Halima foi pioneira ao pisar nas passarelas das semanas de moda de Nova York e Milão usando o hijab, feito que marcou a história dela e também do mundo da moda.

Logo depois, veio o contrato com a IMG Models, mesma agência de Gisele Bündchen e das irmãs Hadid.

Novamente, ela foi a primeira a ter uma cláusula em relação ao uso de sua vestimenta sagrada em trabalhos fotográficos e de passarela. Hoje, todos os contratos assinados por Halima respeitam suas crenças por conta da religião.

Embaixadora da UNICEF

Além de sua representatividade em relação à tolerância religiosa, a top também assumiu recentemente um lugar de destaque na UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a infância e foi nomeada embaixadora da instituição.

Para ela, assumir esse cargo é um de seus papéis mais importantes, já que vivenciou a experiência de estar em um campo de refugiados desde seu nascimento, até completar sete anos e conhece bem essa realidade.

Sua família precisou fugir da Guerra Civil da Somália, o que resultou em uma caminhada de 12 dias até encontrarem abrigo no Quênia, junto a mais refugiados de diversos outros conflitos. Em 2004, eles conseguiram autorização para morar nos Estados Unidos e, desde então, Halima não tinha retornado ao lugar onde cresceu.

Em junho de 2018, ela voltou a Kakuma e contou como enxerga o fato de que alguns jovens não tiveram a mesma sorte e precisaram continuar suas vidas em abrigos provisórios. "Eu me sinto realmente culpada às vezes. Eu penso: 'Ok, eu tirei o máximo proveito da minha jornada para a América? Eu tirei o máximo ganho da minha vida?'. Eu conheço milhões de outras pessoas, outras garotas da minha idade, que tiveram que ficar aqui. E eu escapei. Eu consegui sair.", disse durante visita com a UNICEF.

De acordo com a ONU, mais de 22,5 milhões de pessoas se encontram em situação de refúgio em todo o mundo. Dessas, 2,6 milhões vivem em campos ou assentamentos.

Em 2017, a modelo viajou para a fronteira entre o México e a Guatemala, para conhecer a assistência que a UNICEF presta a meninos, meninas e adolescentes da América Central. A região passa por um cenário de violência contínua, causada por gangues e grupos criminosos, além de taxas de extrema pobreza.

Com o título de embaixadora, a modelo se une a um time de personalidades, como as cantoras P!NK e Selena Gomez e a atriz Lucy Liu, que emprestam sua visibilidade para promover os direitos das crianças e dos adolescentes pelo mundo.

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