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Essas famosas abandonaram depilação e geram debate sobre padrões de beleza

Publicado 22 Ago 2018 – 06:00 AM EDT | Atualizado 22 Ago 2018 – 04:48 PM EDT
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Algumas famosas que não se depilam estão gerando debate sobre o tema. Hábito incorporado pela imensa maioria das mulheres, a remoção dos pelos do corpo muitas vezes é encarado como uma obrigatoriedade associada à higiene e à beleza do corpo feminino. E o que elas querem é provar que isso não deve ser encarado dessa forma.

Famosas que abandonaram a depilação

Maria Flor

A atriz Maria Flor é uma das mulheres que defende a liberdade de escolha por se depilar ou não.

Em um clique feito pelo fotógrafo Jorge Bispo e compartilhado pela famosa no Instagram, ela aparece mostrando pelos embaixo do braço e escreve: "Feminismo: movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens. Sovaco: cada um cuida do seu".

Ela ainda compartilhou frases em forma de hashtags, que diziam "meu sovaco é lindo", "meu sovaco, minhas regras", entre outras.

Bruna Linzmeyer

Bruna Linzmeyer também já usou as redes sociais para mostrar que não se importa em mostrar pernas e axilas peludas.

Feminista e defensora da liberdade de escolha da mulher, ela utiliza a própria imagem de pessoa pública para mostrar que não está nem aí para padrões impostos pela sociedade, inclusive nas vezes em que se declarou para sua namorada, Priscila Visman.

Lourdes Maria

A filha da cantora Madonna, Lourdes Maria, também deixa as axilas peludas e chegou a ser muito criticada por não se depilar. Apesar disso, ela mantém os pelos - e tanto ela quanto a mãe deixaram claro em uma foto que isso não é problema algum:

Jéssica Ellen

A atriz Jéssica Ellen, que ficou mais conhecida depois de interpretar Rose na minissérie "Justiça", da Rede Globo, deixou os pelos crescerem no passado e contou um pouco do porquê de sua opção.

Em algumas postagens, ela falou sobre a liberdade de cultivar os pelos ou de raspá-los, se assim a mulher desejar. O fundamental é ser livre para fazer o que quiser, por vontade própria.

Na ocasião, ela disse que o crescimento dos pelos estava relacionado a um trabalho e que optou por experimentar esse processo e que depois disso poderia tirá-los - e tudo bem.

Ainda reforçou que pelos são coisas naturais e que hoje homens podem optar por se depilar e mulheres por se manterem com pelos, cada um é dono do próprio corpo.

"Amores, como eu disse no meu post anterior: sou uma mulher LIVRE. Livre ao ponto de, logo após que terminar esse trabalho, ESCOLHER tirar novamente meus pelos. Li alguns comentários e achei ótimo as colocações e estranhamentos de alguns. Uma das coisas que mais me encanta nas redes sociais é a possibilidade do diálogo, ainda que haja divergências, o diálogo acontece! Não sei se vocês sabem, mas em 1822 não existia depilação...

Homens e mulheres cultivavam seus pelos em todas as partes do corpo que eles brotavam... porque pelos são NATURAIS. Hoje, muitas coisas mudaram, existem homens que se depilam e mulheres que mantém seus pelos e tá tudo certo! Vivemos numa democracia né? (Se bem que, primeiramente...). Enfim, só pra dizer que deixei meus pelos crescerem pra ver como era, já que estou fazendo um trabalho que se passa em 1822... Acho sempre válido questionarmos padrões que a gente segue desde "sempre" e a partir da reflexão, fazemos uma ESCOLHA. A gente pode discordar e continuar se amando, tá ? Rs"

Por que depilação é tão polêmica?

Ao recusarem a depilação, essas mulheres não estão apenas se opondo, mas questionando a cultura da depilação, que é particularmente forte no Brasil.

Em entrevista ao VIX, Denise Bernuzzi, professora de história da PUC-SP e autora do livro “História da Beleza no Brasil”, afirmou que a depilação é uma demanda muito forte dos homens brasileiros em relação às mulheres uma vez que eles, mais do que outras populações do mundo, associam o pelo à sujeira, e devido a esse imaginário coletivo, as brasileiras acabam se depilando mais.

A prática da depilação não pode ser desvinculada da questão de gênero, uma vez que, conforme a historiadora comenta, tanto a indústria da pornografia como da estética alimentam essa cultura.

Nos filmes pornográficos, a depilação íntima é quase uma regra. Já no que se refere à estética, a ausência de pelo é associada a limpeza e feminilidade, de modo que qualquer parte do corpo que é muito exposta - como as pernas, as axilas - devem ser sujeitas à depilação para ser “aceitável”.

Ainda há muitos preconceitos e julgamentos que ditam regras para o corpo da mulher, por isso, Bernuzzi é enfática ao afirmar que não se depilar hoje tem um significado social muito forte e importante.

Aceitar o corpo

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